Era difícil para minha mente acompanhar as informações que recebera mais cedo. Pensava tanto que não conseguia dormir, o que não me deixava bem, pois a noite já não era uma criança e teria de acordar cedo.
A mamãe contou-me outros acontecimentos do passado dela e do meu pai. Ela segurava as lágrimas, enquanto falava. Aquilo apertou o meu coração. Apesar de toda a dor que ela tinha, Isabela parecia disposta a perdoar o homem que ela tanto amou.
Ponderava sobre a possibilidade do Felipe ser algum parente meu ou de meu pai. Era estranho vê-lo como um parente, mas, não soava mal. Com isso, poderia ter mais informações do meu pai ou até conhecê-lo.
— Então, o meu pai se parecia com você… — Pensei alto e aquilo foi um erro.
— Quem? — Felipe questionou confuso.
— Ah, desculpa. Não estava a falar contigo. — Disse após repreender-me severamente pela minha falta de atenção.
— Está tudo bem? — Ele segurou a minha mão e em seu olhar estava preocupação. — Se estiveres cansada podemos ir embora.
Aquele ato deixou-me nervosa. Observei a mão dele sobre a minha e sentia o carinho e preocupação que estavam naquele gesto. Porém, afastei-me e olhei para algum canto, procurando esconder que estava muito vergonhada. Ele apercebeu-se e desculpou-se, mas aliviei-o, afirmando que estava tudo bem. Ele voltou a ler um livro, durante o tempo em que aguardávamos a Allison.
Então, notei que o Gabriel entrou na biblioteca. Chamei sua atenção, acenando para ele, sem incomodar os outros alunos que estudavam. Convidei-lhe para ir ter connosco, mas ele recusou e sentou-se em um lugar mais afastado. Queria falar com ele, mas a Allison juntou-se a nós. Com isto, demos início ao nosso estudo, e decidi que depois das aulas falaria com o Gabriel.
Ainda pensava naquela noite em que estávamos sentados na areia daquela praia. Nas suas lágrimas, e em como vê-lo naquele estado despedaçou-me completamente. Depois do Gabriel abrir seu coração para mim, — talvez a última pessoa do mundo com quem ele queria desabafar — desejei que ele não mais sentisse aquela dor. Não compreendia o tamanho dela, mas queria suportá-la com ele. Queria estar presente na vida dele e ajudá-lo no que podia. Tanto ele como a Isabela, perderam pessoas muito importantes pelas quais tinham muito amor.
Pouco tempo depois, a Maya também entrou na biblioteca. Ela caminhou diretamente para um lugar que, surpreendentemente, estava livre, sem desviar o seu olhar. Não sabia se devia continuar a insistir com ela e tentar fazer as pazes. Na verdade, queria desistir, mas, não tinha coragem para o fazer. Todas as vezes que tentava reatar com ela, pensava: “essa será a última vez”, e quando dava por isso, lá estava eu de novo.
— Lívia? O que foi? — Allison abanava as mãos para que eu pudesse voltar à realidade.
— Desculpem. — Senti-me mal por deixá-los tão preocupados comigo, que comecei a expor os meus poucos dotes em francês, que era o que estávamos a estudar.
— Tens a certeza que não queres ir para casa? Ainda temos tempo até os testes.
— Desculpem, eu- — “estou bem, vamos estudar”. Era isso que tinha em mente, até ver a Maya sair da biblioteca, e levantei-me da cadeira. — preciso resolver algo! Já volto.
Saí rapidamente e caminhei em sua direção. “Essa será a última vez.” Será mesmo? Não podia negar que estava cansada de correr atrás dela, mas será que Jesus cansou-se de bater a muitas portas e desistiu de salvar muitas almas? É claro que não! Ele não desistiu de mim, da minha mãe, e de muitas outras pessoas. Naquele momento soube que Ele iria usar-me, para levar a luz a muitas pessoas, principalmente à Maya. Não era um sentimento, mas era certeza.
— Ela vive presa em trevas, cujo o tamanho delas, desconhece…
Procurei alcança-la, então, amentei a velocidade do meu caminhar. Não a podia deixar só. Eu não queria isso.
— Maya!
Segurei a mão dela, e a paz inundou-me. Uma lágrima desceu de meus olhos e estava muito feliz. Quando ela se voltou, percebi que chorava e relaxou os ombros. Nossos olhos estavam fixos um no outro, e seu olhar demostrava muitos sentimentos: dor, medo, raiva, e dentre tantos outros, esperança. Eu não a conhecia muito bem, apesar de ser minha amiga há muito tempo. Ela não falava muito de si mesma, mas eu ainda queria tê-la por perto. Talvez seja a última vez, porque as coisas vão voltar ao que eram.
— Então, mostre a ela a Minha luz.
E aí?! Estava perdida, mas fui achada hahah! Bom, dezembro chegou e eu também. Não prometo ser frequente com os capítulos tá? (A faculdade tá me matandoo lol :)
Tava com saudades!!
O que acharam?Beijos e abraços quentinhos ♡´・ᴗ・'♡
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Meu Oceano
Spiritual: 𓏲🐋 ๋࣭ ࣪ ˖✩࿐࿔ 🌊 "Os dias são sempre tristes" - Gabriel Wall Gabriel acreditava que com o seu jeito melancólico e frio, as pessoas afastariam dele facilmente, sem que ele precise se esforçar muito. Porém, isso foi diferente com Olívia, uma me...