Capítulo 38

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    Eu tentava não ser fraco

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    Eu tentava não ser fraco. Fazia uma expressão fria e antipática para parecer que nada me podia abalar. Mas, era como o meu pai tinha dito: somos fracos. E eu era o mais fraco de todos.

    Mais uma vez, senti vontade de fugir, de enganar a mim mesmo para não ser inundado pela dura realidade. Minhas pernas estavam bambas e minhas mãos tremiam. O homem que eu mais odiava colocou-me contra a parede e aquilo sufocava-me. Flashbacks do passado invadiram a minha mente e, parte de mim tentava convencer-me de que o meu pai estava errado, mas falhava.

— Aquilo- aquilo foi um acidente. — Minha voz saiu trémula, tomada pelo desespero. — Eu nunca quis... a Sky ela- se ela não tivesse-

— Ah, coitada da Beatriz. Então a culpa é dela por ter morrido? Que feio, Gabe. — Ele aproximou-se de mim e eu, assustado, recuei. — Você não deve culpar os outros por ser erro, mas assumir a responsabilidade.

— Cala a boca! Você não sabe absolutamente nada. — Coloquei as mãos sobre meus ouvidos. — Apenas queres fugir dessa-

— Fugir? Eu? — Ele riu. — Tu é quem estás a fugir, Gabriel. Estiveste a fugir desde aquele dia que a Beatriz morreu. A tua mãe também é culpada, já que ela vivia dizendo que não foi culpa tua, mas tu e eu sabemos que se não fosse por tua causa, ela ainda estaria viva. — Não consegui conter as lágrimas e a aflição. Era como se eu tivesse voltado àquela época e revivido tudo. — Não derramaste uma lágrima naquele dia e agora choras compulsivamente.

— Não, eu não quis que ela morresse, eu amava ela, eu faria qualquer coisa para protegê-la e-

— Não precisas mentir, Gabriel. — Ele colocou a mão sobre o meu ombro. — Só estamos os dois aqui, não precisas te esforçar tanto para esconderes a tua real face, afinal, sou o teu pai, e conheço-te.

— Não, tu não sabes nada! Por favor, para!

— É uma pena ela ter morrido. Ainda mais por causa de uma pessoa que ela tinha tanto carinho. Gabriel, a morte da Sky foi por tua culpa. — Meu corpo desfaleceu. Caí de joelhos no chão e desisti de lutar contra as palavras de meu pai.

Se eu não tivesse dito aquelas palavras, ela não teria morrido.

— É tudo culpa minha... — Disse, encarando o chão e vendo as lágrimas caindo.

— Pois, foi. Como aconteceu mesmo? Se não me falha a memória, você disse que odiava aquela menina tão doce, e depois ela-

— Eu não odeio a Beatriz! — Minha garganta doeu um pouco pela forma como gritei.

    Antes de continuar, puxei o máximo de ar que eu consegui para calar a boca daquele homem. Por alguns segundos — quem me dera fossem mais do que isso — senti coragem para ir contra ele, mas meu espírito era muito covarde. Nunca me senti tão patético em toda a minha vida.

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