Capítulo 8

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    Finalmente, fim de semana! Os dois benditos dias que eu estaria trancado no meu quarto ouvindo música ou assistindo a algum filme

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    Finalmente, fim de semana! Os dois benditos dias que eu estaria trancado no meu quarto ouvindo música ou assistindo a algum filme. Estaria longe de professores mau humorados e de pessoas que perdiam o seu tempo a tentar ser populares ou em fofocar. E, claro, da agradável Olívia. Se bem que, de uma certa forma, já estava livre dela. Infelizmente, naquele sábado eu não teria paz.
    O dia estava mais agitado que o normal. Um casal se mudara para uma casa que se situava à frente da nossa e a mamãe estava muito ansiosa para conhecê-los. Até fez um bolo para levá-los. E no meio de toda aquela animação, eu era o único que se mostrava indiferente. Também tive uma péssima noite. Tive um sonho sobre alguns momentos do meu passado que, infelizmente, não voltaria a vivenciá-los. Fazia muito tempo que eu não pensara nela.

— Filho, também vais dar as boas vindas aos novos vizinhos, não é? — Questionou, limpando suas pequenas mãos sujas com farinha no avental e despertando-me dos meus pensamentos.

    A Sarah não vinha para casa nos sábados e domingos. E era nesses dias que a mamãe se tornava uma autêntica dona de casa. Ela cuidava muito bem da nossa casa e colocava em prática os seus dotes culinários.
    Desde a passada quinta-feira, a mamãe parecia mais triste do que os outros dias. Sim, a minha mãe era uma mulher que carregava uma tristeza em seu coração cheio de amor. Talvez isso deve-se ao fato de ter um filho dececionante e um marido ausente. Sem mencionar que trabalhar como psicóloga podia ser cansativo. Mas, mesmo assim, ela era a alegria daquele lar. Não parava de ponderar na ideia de que a minha mãe finalmente percebeu que eu era um caso perdido e, por isso, ficara mais triste. Mas, o que eu poderia fazer?

— Não precisa ir se não quiser. — Ela sorriu após terminar a frase, mas era possível ver o pesar em seu olhar.

    Não irei mentir. Eu não queria ir dar as boas vindas aos vizinhos. Senti inútil mais uma vez, com a mulher que sempre foi útil na minha vida. Eu podia fazer algo diferente, mesmo que não gostasse, por ela. Somente uma vez.

, eu vou. — Levantei do sofá, sentindo uma ponta de arrependimento após confirmar a minha ida.

    Ela sorriu e, diferente do último sorriso, dava para ver o quão feliz ela ficou. Ela ficou na cozinha terminando o bolo e eu fui preparar-me. Poucos minutos depois, já estava pronto e o bolo da mamãe também. O cheiro que vinha do preparo preencheu a cozinha e seu aspeto era dos melhores.
     O meu pai estava no trabalho, onde ele passava horas afinco e, mesmo depois de voltar para casa, não tinha tempo devido a inúmeras chamadas e outras coisas que eram, obviamente, mais importantes que sua mulher e seu filho.
    Depois de almoçarmos, partimos para o lugar que ficava a poucos passos de distância. A minha mãe parecia ansiosa para conhecer os novos vizinhos. Ela bateu, delicadamente, na porta e observou-me.

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