Capítulo 18

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    Observava a mamãe, que dormia serenamente no sofá da sala

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    Observava a mamãe, que dormia serenamente no sofá da sala. Talvez, ela não estava confortável, mas não queria acordá-la, pois se fizesse isso, ela provavelmente não dormiria mais. Havia muitos papeis em cima da mesa, demonstrando que ela passara um bom tempo trabalhando.

    Depois da nossa conversa, eu fiquei pensando muito e percebi que precisava mudar. E eu queria isso. A mamãe merecia um filho melhor, pelo menos. As palavras dela permaneciam na minha mente.

Filho, eu fiquei muito dececionada você e com tudo o que aconteceu. Eu sei que a vida pode ser difícil, mas você não pode desistir de tudo assim. — Ela já chorava. — Por favor, me prometa que não fara isso de novo e que, seja o que for, você me procurará, sim?

    Aquelas e muitas outras palavras feriram o meu coração. Não podia fazer nada em relação ao que já fizera e estava sentindo na pele as consequências das minhas ações. A minha relação com a mamãe estava afetada e eu não gostava nada disso.
    Então, tive a excelente ideia de preparar o café da manha para ela. Não que eu soubesse cozinhar, mas queria fazer aquilo e, por incrível que pareça, consegui fazer os ovos e o resto, bem, eletrodomésticos existem para quê?

    Coloquei tudo na mesa e ainda tinha tempo para me preparar para a escola. Queria abster da refeição, mas minha consciência pesou. Peguei uma fruta e, depois de depositar um beijo na minha mãe, saí de casa, desejando que o café não esfriasse antes de ela acordar.

    Queria ter a companhia da Amanda. Precisava perguntar-lhe se ela fora a pessoa com aquela voz linda responsável por fazer-me perder o sono uma noite. Mas ela não estava pronta ainda e, provavelmente chegaria atrasada para a escola.

    As folhas de outono caiam das árvores e eram levadas de um lado para o outro pelo vento. A última vez que apreciei a beleza dessa estação, foi quando eu era uma inocente criança, que não via mal em nada e em ninguém.

Talvez eu possa voltar a esse tempo.

    A euforia estava estampada na cara dos alunos. Faltando duas semanas para o tão esperado Halloween, a correria para fazer daquele dia melhor que os anos anteriores tinha começado. A exaltação era tanta que eles nem prestavam atenção nas aulas. Queria sair daquele ambiente, por isso, fui até a biblioteca, onde teria silêncio. Não tinha a intenção de ler nada nem estudar, apenas precisava de um pouco de paz.

    Analisei o lugar, que estava quase vazio, e alguém atraiu a minha atenção.

Olívia.

     Tinha alguns livros sobre a mesa, o que me levou a concluir que ela podia estar acompanhada por alguém, ou que ela não tinha mais nada para fazer e planeava ler todos aqueles livros. Foi aí que os olhos dela se encontram com os meus e eram percetíveis a surpresa e a despreocupação em seu olhar.

Ela estava preocupada comigo? Estava aliviada por eu estar ali, são e salvo? Mas, por quê?

    Os olhos da Olívia brilhavam por muitos motivos, desde um céu azul, até uma borboleta saindo do casulo e, naquele momento, seus olhos brilhavam intensamente.
    Ela se mostrou disposta a ir ter comigo e ela iria fazê-lo e inúmeros planos para escapar daquela situação eram projetados em minha mente. Mas, desisti deles quando alguém chegou ali e desfez o nosso contacto visual. Era o Felipe. Então, aproveitei aquele momento e saí da biblioteca, sem que ela desse por isso e corri para o corredor. A minha respiração estava ofegante e fazia muitas questões a mim mesmo.

O que acabou de acontecer?!

    Estava cansado de fugir de situações que me incomodavam e me agonizavam. Sentei-me no chão e procurei descansar.

    Queria poder estar no meu quarto, na minha paz. Queria ter uma vida “normal”, orgulhando os meus pais, tendo boas notas, tando alguém para amar…, mas, isso era impossível. Talvez eu nunca venha a mudar completamente, porque nada nem ninguém poderia transformar um ogro que nem eu em um ser com um coração como o da sorriso de anjo, da mamãe, ou o dela.

— Gabe! — Amanda apareceu atras de mim e abraçou-me e, depois de demostrar aquele ato de carinho, bateu no meu braço. — Por que não estás na aula? Estava preocupada! — Colocou as mãos na cintura e observou-me, zangada. —Você sabe que o senhor Matias é muito exigente e rígido. Tive de insistir muito para que ele me deixasse sair para procurar por você.

— Desculpa. — Afirmei e comecei a caminhar para a sala, já argumentando uma desculpa esfarrapada para dizer ao professor.

     Ela correu em minha direção e segurou a minha mão, fazendo nossos corpos ficarem juntos, e, como se ela fosse capaz de ler meus pensamentos, iniciou a sugerir ideias de desculpas para o professor.

    Suas mãos estavam quente e eram macias, e desejei poder segurá-las por muito tempo.


    Suas mãos estavam quente e eram macias, e desejei poder segurá-las por muito tempo

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Olá! Como estão? Gostaram do capítulo?
E esses sentimentos confusos do Biel? Kkkkkkkk

Beijos e abraços quentinhos! ( ◜‿◝ )♡

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