Capítulo 2

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    Qual será o sentido de viver? A vida é um ciclo de acontecimentos, cujo o final é a morte

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    Qual será o sentido de viver? A vida é um ciclo de acontecimentos, cujo o final é a morte. Não era preciso estudar, trabalhar tanto, ter uma família e, no final, morrer sem levar nada. Seria preferível que alguém morresse e levasse tudo o que construiu ou, simplesmente, não morrer.
    Observei o meu reflexo ao espelho e o resultado de uma noite mal dormida estava ainda marcada na minha face, mesmo depois de ter lavado o rosto umas três vezes. Depois de pronto, tomei o café da manhã, sozinho, e fui para a escola.
    Os meus pais tinham uma vida muito corrida. Meu pai dificilmente passava um mês inteiro em casa. Eram viagens e mais viagens e quando voltava, era o mesmo que não voltar. Ele estava sempre destinto e nunca tinha tempo para a família. Já a mamãe, mesmo estando muitas horas fora de casa, quando ele metia os pés dentro do lar, o trabalho já não importava. Ela procurava sempre manter a família unida, algo que era muito difícil.

    Muitos olhares eram lançados sobre mim naquele longo corredor, porém, não me incomodava. Eu já estava acostumado com esse comportamento por parte dos meus colegas, que não me deixava abalar. Desde que não me incomodassem com conversas desnecessárias e chatas, eu ficaria bem. No entanto, havia sempre quem não se importasse com a minha cara carregada de negatividade.

Olívia.

– Bom dia, Gabriel. Como você está?

    Eu suspirei. Se calhar, com aquele ato, ela sairia dali. Mas não foi bem assim. Quando percebi que ela continuava ali, aguardado um resposta, resolvi ser simpático e responder.

— Bom dia. — Continuei de costas para ela, no intuito de evitar qualquer contato visual.

    Talvez, se eu fosse verdadeiro e dizer que não queria conversar com ela, a pequena sorriso de anjo iria embora e, quem sabe, não mais me incomodaria.

— Hoje o dia está tão triste, não é mesmo? — Naquele momento um conjunto de sentimentos invadiu a minha mente.

   Primeiro, aquele comentário era ridículo. Talvez para alguém como ela, os dias felizes são os de sol e céu azul, mas para mim, aquele astro e aquele firmamento eram apenas “assessórios” — se posso assim dizer — que, realmente, não fazia qualquer diferença. Não existem dias felizes para pessoas que não são felizes.
    Eu estava disposto a sair dali, quando minha mente decidiu criar uma imagem da Olívia, fazendo uma careta, por causa daquele clima triste. Um riso escapou, mas controlei-o logo.

— Os dias são sempre tristes, Olívia. — Proferi as últimas palavras da nossa conversa e saí dali, a passos largos.

    Caminhei em direção à sala, satisfeito, por me ter livrado da Miss simpatia. A Olívia era a única pessoa que perdia o seu tempo precioso para conversar comigo. Conversas essas que eu evitava sempre que podia. Sem falar que as possibilidades de receber um convite para ir à igreja ou para me converter eram altíssimas.
    Estava ponderando sobre quando seria totalmente livre daquela cristã, e cheguei a conclusão que não seria tão cedo. Olívia entrou na sala e sorriu ao me ver. Isso era tão estranho.

Será que a Olívia está apaixonada por mim? Credo!

    Apenas ignorei-a, como sempre faço, e mesmo que ela quisesse me importunar com seus falatórios, ela não podia, porque a senhorita Davies entrou na sala.

    Meu olhar estava fixo na professora, mas minha mente não. Eu realmente queria estar no meu quarto, olhando para o teto e silenciando o mundo inteiro ao som da minhas músicas. Se não fosse proibido, eu estaria ouvindo uma naquele momento.

    As demais aulas acabaram e eu pude sair daquele lugar e ir para casa. Mais especificamente, o meu quarto, porque,  infelizmente, a minha casa não era um lugar onde eu me sentia feliz. No entanto, estava esperançoso de jogar o meu corpo daquele colchão e ficar ali até o dia seguinte. Mas, claramente, seria muito estranho eu chegar em casa, sem que nada desse errado.

Chuva. Ótimo!

— Seria mais prazeroso observá-la, se eu estivesse no conforto do meu quarto. — Sim, eu estava conversando com a chuva.

    Resolvi ignorá-la e disfrutar de um banho de chuva, mas algo impediu-me. Algo não, alguém.

— Posso acompanhar você até casa, para que você não se molhe. — Olívia comentou, retirando seu guarda chuva da mochila.

— Agradeço, — Ela sorriu, satisfeita. — mas não.

   O semblante dela mudou de imediato. Eu não queria mesmo que a Olívia estivesse apaixonada por mim. Caso isso fosse verdade, eu teria sérios problemas em não magoá-la, não que isso importasse.

— Por que você disse que os dias são sempre tristes?

— Quem se importa?

— Eu. — Ela afirmou, quase sussurrando, nas eu fui capaz de ouvir, porém, fingi que não ouvi.

    Saí dali, disposto a deixar a chuva molhar-me por completo, a mim e aos meus materiais, deixando-a frustrada.

    Saí dali, disposto a deixar a chuva molhar-me por completo, a mim e aos meus materiais, deixando-a frustrada

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E aí? O que estão achando?

Beijos fofos e abraços quentinhos!

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