Capítulo 9

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   Eu não tinha preparado as palavras certas para iniciar uma conversa com a Maya, depois de alguns dias sem ter dialogado com ela, mas sabia que minha mente mirabolante e cheia de imaginação poderia tratar dessa parte

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   Eu não tinha preparado as palavras certas para iniciar uma conversa com a Maya, depois de alguns dias sem ter dialogado com ela, mas sabia que minha mente mirabolante e cheia de imaginação poderia tratar dessa parte. Senti uma ponta de arrependimento ao bater à porta. As minhas mãos estavam suadas, mas eu queria continuar. Eu precisava. Queria que fosse a Maya a abrir a porta, mas minhas preces não foram ouvidas. A Martha, mãe da Maya, apareceu na porta e sorriu ao meu ver.

— Olívia! É tão bom ver-te. — Afirmou a mulher, cuja a pele era um pouco mais escura do que da filha e o cabelo era negro e brilhante. — Entre!

    Entrei na casa que, mesmo sendo pequena, era muito confortável. Divertia-me todas as vezes que la ia até mesmo na companhia da Martha, que era uma mulher muito simpática. Diferente das outras vezes que estive no lar dos Smith, o lugar estava preenchido por um silêncio estranho.

— A senhora está sozinha? — Questionei e depois mordi um dos biscoitos que Martha trouxera.

— Não. A Maya está no quarto. — Afirmou e voltou para sua cozinha. — Pode subir.

— Ah, eu acho melhor a senhora avisá-la que estou cá.

    Ela encarou-me confusa, mas sem questionar, subiu para o quarto da filha. Eu estava tão nervosa, que tentei enfiar três biscoitos na boca de uma só vez, mas ao notar que não seria possível, comi-os um a um.

— Pense em coisas positivas, Olívia. — Disse a mim mesma, enquanto procurava me acalmar e mastigava o segundo biscoito em minha mão. — Deus está no controle. Isso. Eu sei que Ele irá cuidar de tudo, como sempre cuida. O Senhor vai cuidar, não é, Pai? — Olhei para o teto da casa. — Não há nada com que se preocupar, Lívia. Vai ficar tudo…

— És mesmo esquisita. — Voltei-me para onde a voz vinha. Respirei fundo, e me senti mais calma do que há alguns minutos. — Vieste aqui para? — A Maya estava de pé no último degrau da escada, observando-me.

— Precisamos conversar.

    A Martha analisava a situação, ainda confusa. Se calhar se perguntava o que teria acontecido às duas inseparáveis amigas. Ela pediu licença, afirmando que precisava preparar o jantar, ficando apenas eu e a Maya no cómodo.
    Habitou ali um tremendo silêncio e isso começara a inquietar. A menina de cabelos ondulados se limitava a observar o meu ser e não dizia nada. Naquele momento, obriguei minha mente a produzir alguma frase para que eu pudesse quebrar aquele clima.

— Nós precisamos resolver…

— Não há nada que precisa ser resolvido, Olívia. — Ela falou, finalmente. — Olha, eu preciso sair e acredito que você tenha compromissos mais importantes, não é?

— Na verdade, não. — Disse. — Se bem que, preciso comprar umas coisas e…

    Ela interrompeu-me com um riso, com um toque de deboche nele.

— E ajudar o Felipe. — Ela revirou os olhos logo a seguir. — Você sabia que eu estava interessada nele!

— E tu sabes que eu não estou. — Tentei trazê-la à razão. — E outra, eu recusei ajudá-lo.

    Pensei que com aquilo, ela deixaria de lado todo esse drama e orgulho, mas não foi bem assim.

— Aposto que não o fizeste por causa dos rumores que estão circulando na escola. — Ela disse, meteu o celular na bolsa e começou a caminhar em direção a porta e abriu-a — Vou sair.

— Eu não o fiz porque não quis perder você. — A menina parou o seu caminhar, mas permaneceu de costas para mim. — Por favor, Maya. Vais desistir da nossa amizade por um motivo tão idiota?

    Ela permaneceu naquela posição por uns alguns minutos que mais pareciam horas. Pude perceber a presença da Martha atrás de mim, certamente, aguardando o final daquela conversa. A ansiedade também me consumia. Eu tinha tanto receio da reação dela, mas também tinha esperança.
    Quando conheci a Maya, eu admirava o quão forte ela podia ser nos momentos mais difíceis. Ela sempre sorria e se divertia, mesmo estando triste por dentro. Ela é incrível, pensava. No entanto, o orgulho dela e o drama que muitas vezes fazia eram alguns dos defeitos dela, mas não deixava de a amar e querer estar sempre ao lado dela em todos os instantes.

— Vou demorar, mãe. — E fechou a porta atrás de si.

    Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. E a seguir, outra e mais outra. Existia uma possibilidade de aquilo acontecer. E eu estava ciente disso, mas foi como se eu não estivesse.

— Então é assim que vai ser?

— Olívia, por que minha filha está agindo dessa forma? O que aconteceu? — Martha disse, enquanto se aproximava de mim.

— Eu acho que a Maya é que vai contar isso para a senhora. Preciso ir para casa. — Sequei as lágrimas e, voltando para ela, sorri. — Obrigada. Os biscoitos estavam deliciosos.

    Mesmo confusa, Martha decidiu deixar a curiosidade de lado e entregou-me alguns biscoitos para levar. Despedi-me da senhora e saí, ainda com o coração apertado e com a vontade de comer mais biscoitos. Mesmo desapontada, eu tinha fé no Senhor. Eu só tinha de confiar Nele.
    Aquela tarde de outono estava mais quente do que os outros. Uma brisa agradável bateu na minha pele e o meu cabelo balançava com o vento. Decidi aproveitar aquele clima agradável e apreciar o pôr do sol, afastando, assim a nuvem negra que se formava sobre a minha cabeça. Não seria proveitoso ficar desanimada. Perto daquela zona, havia um pequeno lago, onde teria uma vista esplêndida do fenómeno que em breve aconteceria. Foram poucos minutos caminhando até o pequeno lago e, quando lá cheguei sentei-me no chão perto da margem. Abracei os joelhos e atentei-me ao céu que, aos poucos, adquiria um tom alaranjado. Estava tomada pela beleza do firmamento, quando alguém se aproximou de mim.

— Vejo que também gostas do pôr do sol. — Voltei-me e lá estava o Felipe com um lindo sorriso no rosto.

 — Voltei-me e lá estava o Felipe com um lindo sorriso no rosto

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Olá pessoinhas! Desculpa a demora. O que acharam desse capítulo?!

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