❝Abella Del Corneto lambia o cano da arma da morte. Seu apelido poderia ser Sagacidade, Violência, Sensualidade ou Morte, se Ab do Malik já não ocupasse a função.❞
Abella cresceu em um ambiente de negligência parental, o que a obrigou a se tornar um...
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Eu estava fodida, independente de qualquer reação que esboçasse. Porém, fingir indiferença quanto a um cara — que você supostamente não conhece, ou não deveria conhecer — parado na porta do seu quarto, seria ainda mais suspeito. Ainda que você tivesse fantasiado com aquilo algumas vezes.
Mark colocou as mãos na cintura, empurrando o paletó para trás, e ergueu uma sobrancelha para mim. Algo que não durou muito, já que ele em seguida as franziu para o rapaz em nossa frente. Foi o suficiente para me demonstrar que eu havia sido pega no flagra e haveria consequências.
Contudo, Abella Del Corneto nunca se dava por vencida.
— Quem é você?! — minha voz saiu mais firme do que o planejado, o dedo estável apontando para o moreno. Seria preocupante, se não fosse necessário, o meu talento para a mentira.
— Vai fingir que não me conhece todas as vezes que nos encontrarmos?
Fiz uma expressão indignada como se não soubesse do que ele estava falando. Meu tio levantou a mão para mim ao negar com a cabeça. Estava me mandando parar com o teatro, pois já estava convicto que eu era falsa.
Malik sorria torto, esboçando uma feição divertida. Ele era burro ou estava pouco se fodendo para mim? Zayn sabia — afinal eu lhe contei sobre as ameaças de Cody — que eu não poderia ter qualquer tipo de relação com ele. Então, ao me ver agindo como se não o conhecesse, na frente de tio Mark, era sua obrigação seguir a minha deixa e me ajudar a ser convincente. Bastavam dois neurônios e um pouco de empatia.
E eu, que tinha meus neurônios em pleno funcionamento, pude notar que entre os dois havia mais do que implicância. Tio Mark ficou com as maçãs do rosto avermelhadas quando bradou perguntando o que Zayn Malik estava fazendo dentro da sua casa e em resposta o moreno colocou a mão nos bolsos e assumiu uma expressão fechada.
— Essa casa também já foi minha. — o quê? — A velhice deve estar afetando sua memória. Apesar de você nunca ter feito questão de esconder que jamais foi a favor de eu enxergar isso aqui como um lar.
— Zayn, suma daqui imediatamente. — Mark tentava parecer intimidador, porém seu rosto gorducho e enrugado não podia se comparar ao maxilar afiado de Zayn ou suas sobrancelhas escuras que tornavam o olhar raivoso muito mais assustador — Não me faça obrigá-lo.
— Você me deixou curioso para saber como faria isso. — tive o instinto de dar um passo à frente e me colocar diante do meu tio quando Malik ameaçou se aproximar — Não tenho problema nenhum em brigar, mas hoje não estou a fim de bater em um idoso.
— Fique longe da minha casa, do meu filho e da minha sobrinha!
Escutei as demandas do diretor enquanto eu batia os pés com força no assoalho, percorrendo o corredor.
— Mas será que sua sobrinha quer ficar longe de mim? — Malik estava inclinado para frente, com um sorriso cínico contornando os lábios rosados quando agarrei seu braço.
