❝Abella Del Corneto lambia o cano da arma da morte. Seu apelido poderia ser Sagacidade, Violência, Sensualidade ou Morte, se Ab do Malik já não ocupasse a função.❞
Abella cresceu em um ambiente de negligência parental, o que a obrigou a se tornar um...
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A água estava muito fria. Meu corpo dava pequenos espasmos, me fazendo cerrar os dentes e me movimentar mais para tentar me aquecer. E quando o vento forte e gelado atingia meu rosto molhado, eu sentia meu nariz ficar dormente.
Zayn também parecia estar congelando. Ele não deixava as ondas baterem diretamente em seu corpo, sempre mergulhando debaixo delas antes que quebrassem. Toda vez que ele emergia, eu via seu rosto tremendo e sua mandíbula sendo apertada para evitar que seus dentes batessem.
A temperatura da água poderia ser negativa que eu não me importaria. Era meu céu gelado. O gosto salgado na minha boca, a sensação da água na minha pele, o balanço das ondas — tudo era perfeito.
Flutuando no mar, eu me sentia leve. Há anos, quando eu caminhava, sentia um peso sobre mim que quase me fazia cair de joelhos. Ali, no entanto, isso não existia. Eu era algo tão pequeno no meio do oceano, presenciava algo tão mais bonito, que meus problemas simplesmente não importavam. Nenhum deles. O mar afogara todos.
Só faltava o sol. Ainda assim, acho que fiquei grata por ele não estar lá. Porque com o luar e o reflexo da água, os olhos de Malik tinham um brilho diferente que eu nunca tinha visto antes. O âmbar era escuro e profundo e isso me fazia querer me afundar nele.
— Acho que estou bem limpo agora. — Zayn reclamou, com a voz falhando — Não podemos ter essa conversa em um lugar onde eu não esteja prestes a morrer de frio?
— Você é um Folk. — interrompi, incapaz de conter o sorriso — Não pode ter medo de morrer, esqueceu?
O moreno deu um suspiro derrotado e, distraído, não viu uma onda bater em seu rosto.
Peguei sua mão e o puxei mais para o fundo, para onde o mar estava mais calmo e a noite mais escura. Lá as ondas ainda estavam se formando, então elas apenas faziam nosso corpo subir e descer, balançando com as águas agitadas.
— Preciso me desculpar com você.
Acho que a escuridão e o perigo fizeram Zayn cuspir as palavras com pressa.
Quando ele disse que queria falar comigo, imaginei um milhão de possibilidades e assuntos, mas não isso.
Deixei sua frase boiar entre nós por um momento até me acostumar com ela.
— Você estava certa. — algo que eu também não imaginava ouvir, ainda mais vindo de sua boca — Fui covarde e fugi. Eu deveria ter ido atrás de você e descoberto a verdade. Não sei como pude acreditar que você faria aquilo.
— Ainda não entendo. — eu disse baixinho, mergulhando meu corpo ainda mais na água e deixando apenas minha cabeça para fora — Pensei que soubesse o tipo de pessoa que sou.
— Eu sei exatamente quem você é. — a voz dele ficou mais fraca e Zayn nadou para perto de mim, me buscando no escuro — Você sabe que eu já te conhecia antes de nos encontrarmos. Ouvi falar de você por anos...