23| acordo

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Eu não tinha mais tempo a perder, certo? Não podia esperar que eu cometesse um erro ou deixasse que outro obstáculo se interpusesse entre mim e meu objetivo principal

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Eu não tinha mais tempo a perder, certo? Não podia esperar que eu cometesse um erro ou deixasse que outro obstáculo se interpusesse entre mim e meu objetivo principal. Se a rejeição realmente viesse como eu temia, viria de qualquer maneira, independente do quanto eu tentasse adiar o fim. E ignorar meu plano — que planejei há anos — não ajudaria em nada a completá-lo, só me deixaria mais distante disso.

Nunca fui boa em planejamento. Mas eu era boa em manter o foco. Em vista disso, quando parei para refletir, fiquei surpresa comigo mesma, pois nunca imaginei que me desviaria do meu objetivo com tanta facilidade. E o plano não era difícil: eu só precisava ser boazinha por alguns meses até convencer meu tio de que merecia um voto de confiança. Então como consegui me envolver com gangues, corridas de rua e tiroteios nesse meio tempo e não dizer uma palavra a Mark sobre meu desejo de morar na Califórnia?

Sendo assim, quando acordei naquela manhã suando frio depois de ter um pesadelo com uma voz estridente e nauseante, decidi que era a hora.

Escovei meus longos e castanhos fios, deixando o cabelo cair liso para trás. Apliquei um pouco de corretivo em volta das olheiras, um pouco de blush para corar as bochechas e ainda menos rímel para manter o rosto inocente e delicado. Pela primeira vez em três meses, coloquei um vestido. Era amarelo amanteigado, leve e de alças finas — nem me lembrava que poderia ter uma peça daquela na minha bagagem, mas previ que não causaria uma boa impressão no meu tio usando apenas calças rasgadas e camisetas de banda e providenciei o vestido antes de viajar. Afinal, eu não era tão ruim assim em planejamento.

Seria a imagem perfeita de uma boa menina, ideal para pedir um favor a um diretor respeitável... Se não fossem os sete pontos verticais no meio da testa.

Vibrei de emoção e gratidão quando encontrei no armário um lenço dourado que poderia amarrar na cabeça, cobrindo o ferimento. Finalizei o penteado com o acessório e estava pronta para a cena do dia.

Desci as escadas alegremente, tentando o meu melhor para manter um sorriso no rosto e as últimas 48 horas afastadas da mente. Encontrei tio Mark e os meninos prontos para o café da manhã e me sentei ao lado de Niall.

Engoli um pedaço de bolo a seco quando tio Mark mencionou que havia contatado a polícia para investigar a tentativa de roubo na garagem. Arregalei os olhos para parecer surpresa quando Louis disse que durante a madrugada de terça-feira houve um barulho alto onde os carros estavam estacionados, e quando ele chegou lá encontrou sua Range Rover com a janela quebrada e vidros ensanguentados pelo chão.

Os pontos na minha testa latejaram. Fingi que estava bebendo suco para não ter que responder nada.

— Foi muito estranho... — Harry comentou — Não tentaram roubar o meu carro também e nem invadir a casa em busca de alguma coisa. A pessoa simplesmente quebrou a janela e sumiu.

— O cara deve ter percebido o quão burro ele foi quando rasgou o braço quebrando o vidro do carro. — Louis disse irritado — Ele deve ter corrido direto para o hospital. A polícia deveria investigar se ninguém deu entrada com algum ferimento de cortes no braço ou na mão, Mark.

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