21| QuixMix

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Olá, Folks!
Como amanhã é feriado, resolvi adiantar o capítulo para vocês como presente de páscoa.

Espero que aproveitem a leitura. Bom feriado, cuidem-se e fiquem em casa! 🐰💙

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Não pude abrir os olhos

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Não pude abrir os olhos. Sentia minha consciência voltando, a vontade de enxergar o meu redor crescendo, porém uma dor lancinante na nuca me mantinha apagada. Tentei levar a mão à testa para averiguar a dor e também não consegui — meus pulsos estavam amarrados.

A sensação de apresamento escancarou minhas pálpebras e imediatamente meus olhos começaram a lacrimejar. Busquei assimilar todas as informações enquanto ainda estava acordada. Me lembrava vagamente de ter tido outros episódios de consciência, nos quais eu sempre acabava desmaiando outra vez. Foquei em memorizar cada detalhe que tinha em vista, tentando encontrar qualquer resposta sobre a minha localização.

Eu estava sentada em uma poltrona velha e rasgada, no canto do cômodo, ao lado de uma janela quebrada. Apesar da baixa iluminação do ambiente, distingui um estrado que deveria ter sido de uma cama, à sua esquerda havia uma mesa de cabeceira com um telefone destruído e o resto era só lixo e latas de spray. Era um quarto de hotel ou — julgando pelo espelho pendurado no teto — motel. E claramente aquele lugar estava abandonado, considerando o estado dos móveis, a sujeira no carpete e os pichados na parede.

Apenas minhas mãos e pés estavam amarrados com silver tape enquanto eu permanecia largada no estofado duro. Se conseguisse reunir um pouco de força, ignorando as pontadas no meu crânio, poderia me colocar de pé e ir saltando até a porta. Esta estava fechada, provavelmente trancada, mas eu conseguiria pensar melhor num jeito de sair dali se me levantasse e deixasse o sangue acumulado na cabeça bombear corretamente pelo resto do corpo.

Ameacei jogar o tronco para frente, porém qualquer movimento que eu fazia piorava o latejar na minha testa. Fechei os olhos e respirei fundo, senti a brisa vinda da janela bater contra minhas bochechas e os abri novamente antes que voltasse a desmaiar. Ignorei a dor ao máximo que pude e ergui o pescoço para tentar enxergar de soslaio através do vidro estraçalhado. Estava escuro lá fora e não fui capaz de ver qualquer superfície.

Pude ouvir o som da maçaneta girando e rapidamente me posicionei para fingir que ainda estava dormindo. Mantive uma fresta entre as pálpebras, o suficiente para enxergar duas silhuetas vindo em minha direção.

O que eu deveria fazer? Poderia tentar pular em cima deles, chutar com as pernas amarradas, mas parecia idiota demais e eu poderia acabar mais machucada, diminuindo minhas chances de fuga.

— Ela continua apagada? — uma voz feminina reclamou. Era estridente e enjoativa, e se não fosse por ela, eu provavelmente dormiria de novo ao ficar com a cabeça reclinada e olhos fechados — Por que bateram com tanta força? Falei que precisava dela viva.

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