33| traidor

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A rua era estreita, além de completamente deserta

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A rua era estreita, além de completamente deserta. Apenas alguns comércios fechados e postes de luz queimando testemunhavam a armadilha. Um dos carros pretos estacionou na horizontal, em frente ao Jaguar, bloqueando nosso caminho e o outro, atrás de nós, nos impedia de tentar retornar ao território dos Young Folks.

Estávamos fodidos; e não do jeito que pretendíamos.

Os Creeps foram estratégicos, seguindo Zayn e escolhendo o lugar ideal para atacar, onde ele estivesse longe o suficiente de seus comparsas para não conseguir ajuda ou reforços. Eu não sabia se eles esperavam que o rapaz estivesse sozinho, mas se sabiam que eu estava com ele, não me consideravam uma ameaça significativa.

Eu queria ser Ive. Queria ser Norman, Jake, Cody, Katrina, Kimberly... Merda, eu até queria ser Mitchie — eu queria ser qualquer um que pudesse salvar Malik nesta situação.

— Tranque as portas e fique abaixada dentro do carro. — Zayn puxou a pistola pendurada no cós da minha saia — Se eu cair, corra, atropele alguém, mas dê o fora daqui. Não pare até estar segura.

Ele abriu o porta-luvas e tirou um pente de munição e uma faca. Sua voz era invariável, seus traços duros como pedra. Não pude identificar nenhuma reação em Zayn, ele apenas olhava pelo retrovisor, analisando a situação e contando a quantidade de inimigos que teria que derrubar.

— Não vou te deixar para trás. — garanti.

— Estou mandando você fazer isso. — ele finalmente olhou para mim. Não era o rosto do garoto que dançou comigo horas atrás. Era o chefe de uma gangue — Abella, não se atreva a fazer alguma merda que pode te machucar.

Um tiro ressoou na lataria do Jaguar, depois outro e mais um. Foi quando arregalei os olhos que Malik abriu a porta e pulou do carro, se jogando no chão e rolando enquanto apontava sua arma e atirava.

Tranquei a porta e me abaixei como ele disse. Tudo que eu podia ouvir era mais disparos e grunhidos, socos e chutes, golpes fortes e violentos.

Eu me inclinei no assento para espiar o retrovisor. Assisti através do espelho Zayn atirar em um homem na testa ao mesmo tempo em que chutava a pistola da mão de outro. Sem demora, ele se lançou contra aquele que fora desarmado e repetiu socos em seu rosto até que o Creep desabou.

Eu tinha que fazer algo que não fosse fugir e abandonar Zayn.

Dei partida no motor e pisei no acelerador, ainda sem sair do lugar. O barulho do escapamento estalando se misturou aos tiros. Eu encarei o carro que encurralou o Jaguar e pensei que, se batesse com força suficiente, eu poderia arrastá-lo longe o bastante para abrir espaço para nossa fuga. Ou talvez eu devesse dar ré e tentar voltar para South of Market e pedir socorro aos Folks.

Tempo demais pensando. Antes que pudesse me decidir, uma bala perfurou a janela ao meu lado e estilhaçou vidro sobre mim, e eu me encolhi. Quando consegui abrir os olhos novamente, um daqueles capangas vestidos de azul estava enfiando a mão grotesca para dentro do carro a fim de abrir a porta ou tentar me puxar pelos cabelos.

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