❝Abella Del Corneto lambia o cano da arma da morte. Seu apelido poderia ser Sagacidade, Violência, Sensualidade ou Morte, se Ab do Malik já não ocupasse a função.❞
Abella cresceu em um ambiente de negligência parental, o que a obrigou a se tornar um...
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Era a quarta vez que eu chutava a porta. E não adiantava nada.
— Sabe... Se você tivesse sido um pouco mais humilde e comprado um prédio com portas velhas de madeira ao invés dessas, isso não estaria acontecendo.
Ouvir ela falando — falando comigo — me fez chutar a porta novamente. O vidro jateado balançou e fez um barulho alto, mas ainda não estava nem perto de quebrar.
Abella estava no sofá, braços abertos sobre o encosto e pernas cruzadas. Tentei não olhar para ela, porque doeu cada vez que fiz isso.
— Norman! — soquei a porta.
— Você vai morrer se me ouvir? — ela continuou falando — Sério, você vai desmaiar se conversar comigo por cinco minutos?
Eu balancei a maçaneta.
— Abella... — foi difícil até dizer o seu nome — Abra essa porta. Agora.
— Ah! Agora você está falando comigo?
Por Deus... eu realmente ia desmaiar.
Quando aquela porta finalmente se abrisse, quebrasse ou explodisse, eu iria esfolar Hillebrand vivo.
— Eu, por um segundo, quase pensei que deveria me desculpar. — não houve trégua na sua voz — Mas não é isso que eu quero fazer. Se você ouvir o que aconteceu e ainda agir assim, juro que também não vou querer mais nada com você.
Marchei para o sofá. Meus passos eram mais pesados do que os chutes na porta.
Eu precisava que isso parasse; sua voz, trejeitos, respiração. Todas essas eram peças de um conjunto que um dia pensei conhecer e que hoje não conseguia fazia mais sentido para mim.
Inclinei sobre ela, cobrindo sua boca com a palma da minha mão. Suas bochechas enrugaram com o aperto. Minha outra mão estava apoiada na lateral de sua cabeça, meu joelho entre suas pernas.
— Pare de falar. — ordenei — Não quero ouvir suas explicações, porque não quero arriscar acreditar em você, entendeu?
Fiz uma pausa. Esperei que ela soltasse sua língua afiada ou mordesse meus dedos. Tudo que recebi em resposta, no entanto, foi um olhar raivoso e desafiador.
— Não quero ter expectativas dessa merda se resolver facilmente, porque eu ainda viveria o resto da minha vida com medo de te perder de novo. — admiti — Você escolheu me deixar, foda-se o motivo, e se eu te der outra chance de fazer isso, talvez eu não sobreviva na próxima vez.
Sofreguei. De repente, eu não sabia mais respirar.
Olhar para ela era como olhar para o sol. Tocar nela era como tocar as nuvens. Porra, isso era enlouquecedor.
— Você estar aqui é um lembrete de que eu quase tive tudo. Por um momento pensei estar a salvo, eu tinha dinheiro, tinha sucesso, estava alcançando minhas metas, tinha a garota que sempre quis ao meu lado. E eu perdi tudo, em um piscar de olhos. Existe um limite de decepção que um homem pode suportar.