41| castelo de areia

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Não chorei durante o caminho

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Não chorei durante o caminho. Mas eu estava soluçando. Os sentimentos reprimidos em mim subiram como bile na minha garganta, e eu apertei meus olhos enquanto engolia.

Eu inspirava e contava até dez. Em seguida, expirava e contava novamente. Eu precisava ficar forte. Se eu chorasse, se chegasse com o rosto vermelho e inchado no QG, isso levantaria suspeitas.

— Harry corre na praia todas as manhãs. — o motorista disparou.

Meu corpo inteiro congelou. Eu não conseguia mover um músculo.

Eu estava sentada no banco de trás de um SUV preto. O motorista era um dos homens de Eron. Ele não me deixou ir no caminhão porque pensou que eu tentaria fugir — ou atropelá-lo.

— O que você disse?

— Niall estuda direito na USF School of Law. — ele continuou.

Minha náusea aumentou quando entendi o que o português estava fazendo.

— Eles não estão envolvidos. — falei, a voz baixa.

— Louis e Liam também. Nós sabemos onde eles estão agora e onde estarão todos os dias. Lembre-se disso quando estiver lá dentro.

Mais ameaças. Goyola estava falando sério quando disse que gostava de garantias.

Pensei em estrangular o motorista com o cinto. Estávamos sozinhos no carro, talvez eu tivesse a chance de acabar com ele antes que ele conseguisse pegar sua arma. Isso se ele tivesse permissão para atirar em mim, o que eu duvidava.

Eu poderia sair correndo, ir para o QG e contar tudo a Zayn. Eron disse que Vitória estaria lá, então nada aconteceria com ela.

Mas como encontraríamos Katrina depois disso? Eu estava com os olhos vendados antes de sair da casa de Goyola e não vi nada até entrarmos na South of Market. Eron devia tê-la escondido em algum buraco.

E então como avisaríamos os meninos e o tio Mark do perigo? Como garantiríamos sua segurança? E se eles não acreditassem em nós? Malik cederia alguns de seus homens para cuidar deles?

Não haveria tempo para organizar tudo isso. Se Eron tivesse capangas vigiando os meninos, assim que soubesse que eu tinha quebrado suas ordens, ele os executaria. Eu tinha certeza disso.

— Chegamos.

Trinquei os dentes.

Ignorei o aviso do motorista de que ele estaria esperando por mim e que eu tinha pouco tempo para voltar para o carro com Vitória. O português esperaria por mim.

Vou morrer lá dentro, idiota — pensei, entrando no elevador — Espere sentado.

Quando as portas se abriram, empinei meu nariz e endireitei minhas costas.

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