1.1 Enfim, o fim

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Em algum lugar afastado do centro, num galpão velho, Stuart observava Rio.
Com as mãos amarradas nas costas, e os pés juntos, o rapaz tentava entender onde estava.

- Stuart... - Ele sussurrou com um pouco de dor na cabeça. - Aonde... Aonde ela está?

Com um sorriso desprezível no rosto, Stuart levantou de onde estava sentado e se aproximou do rapaz amarrado no chão.

- Maverick... - passou a mão na cabeça do de Rio, que tentou se afastar.

- Saí!

- Você se lembra de como tudo girava ao seu redor quando éramos crianças? Não importava as notas que eu tirava na escola, não importava quantas coisas eu sabia fazer, você sempre saia como o melhor. Nossos pais sempre preferiram você e tudo que você fazia.

- Não era bem assim...

- Não era bem assim? - Ele grita. - Eu tinha tudo! Até você, menino pobre, de algum buraco do México, chegar e me tirar tudo. - Stuart dizia tudo com tanto desprezo que parecia que ia vomitar.

- Eu nunca quis tirar nada de você, eu só queria ser seu irmão. Mas, você nunca me olhou como um, sempre criou essa barreira entre nós. - Rio serrou os dentes tão forte, que o lugar exalou dor.

- Você nunca foi e nunca será meu irmão. Você me fez ficar em segundo lugar a vida inteira, mas eu te tirei tudo agora. Quando meu pai morreu e descobri que ele deixou metade dos negócios pra você, eu não pude acreditar. Você não ia ser chefe em Atlanta, não mesmo. Naquela noite em que o seu lugar foi atacado e você perdeu tudo, fui eu!
- ele quase cuspia as palavras. - Você se achava muito esperto, não é?

- Eu nunca quis isso, mas o nosso pai - Ele deu ênfase em "nosso" - me pediu ainda vivo, e eu aceitei. Mas, logo que ele morreu, eu decidi que não queria isso. Naquele galpão, que você queimou até o último tijolo, tinha toda a papelada onde eu renunciava tudo, seu idiota.

- Você acha que eu sou otário? - ele se levanta - Você nunca faria isso. - Dá as costas pro irmão.

- Não, Stuart. Você nunca faria isso, mas eu sim.

- Não importa agora. Eu venci, tenho tudo. E você, nada. - Volta a encarar o irmão. - Eu não achei o Taylor, sorte sua. Mas, Quando notei a sua aproximação com aquela vadia, foi muito melhor.

- Não fala assim dela! - Rio tenta se levantar, mas é impossível. Stuart debocha de seu esforço inútil. - Você não ousa tocar em um fio de cabelo dela, seu filho da puta.

- Se não você vai fazer o quê? - fica bem próximo do rosto do irmão. Os dois se encaram por segundos até Rio cuspir na sua cara.
O rosto de Stuart é tomado por ódio e ele grita por alguém.

- Jeremy! - olha para uma velha porta e um brutamonte entra segurando uma arma muito enorme. - Você vai se arrepender, bastardo. - diz olhando Rio.

- Chamou, patrão? - Jaremy, pergunta.

- Pode fazer aquilo que combinamos, vou cuidar da namoradinha dele.

- Não! - Rio fica agitado tentando se soltar - Stuart! - Ele grita e Jaremy acerta ele com a arma. A última coisa que ele viu antes de apagar, foi o irmão caminhando pra fora do lugar.

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Em outra sala...

Christina se acorda ouvindo alguém se aproximar, ela sente as correntes nos pulsos, e se desespera. Morde com força a mordaça em sua boca, ao ser tocada por Stuart.

- Olá, querida. - Ele passa o polegar na bochecha dela. - Agora eu entendo porque meu irmão se apaixonou. - Ele desce sua mão até o braço dela, lentamente. Tina, chora.
- Não precisa chorar, não sou eu quem vai te machucar. Minha briga não é com você. - Ele tira a mordaça dela.

- Por favor, não me machuca...

- Xiu... - ele pede segurando a garganta dela. - Eu já falei que não vou fazer nada, ela que vai.

Stuart saiu da frente de Tina e a loira deu de cara com uma velha conhecida.

- Jena... - a mulher caminhava lentamente em sua direção e o barulho dos saltos dela batendo contra o chão percorria o lugar todo.

- Sentiu minha falta? - a dissimulada parou em frente à Tina que logo viu uma faca na sua mão direita.

- Jena, não... Eu estou grávida, por favor! - Christina implorava enquanto as lágrimas percorriam seu rosto. Jena a ignorou completamente e olhou para Stuart.

- Obrigada por cuidar disso amor, você fez tudo do jeito que eu pedi. Agora pode sair. - o homem sorriu e se despediu com um beijo, logo saindo dali.

- Jena, por favor...- Christina suplicava.

- Jena nada. Você tirou ele de mim, você fez isso. A culpa é sua! Eu tinha o Tom na minha mão, até você aparecer. Eu fui pra cadeia por sua causa, perdi meus contratos, meus trabalhos. Você me tirou tudo. Mas, não é tão fácil me derrubar. Olha aonde estamos... - ela gargalhou. - Essa criança nem vai nascer, porque vocês duas morrem hoje.

A lunática se aproximou de Christina, e a ela por estar amarrada, estava completamente vulnerável.
Jena começou a percorrer a perna de Tina com a faca, mas não a cortando até chegar na barriga da garota.

- Jena, não! - Christina tentava se debater tomada pelo desespero, mas não mudou nada. Quando sentiu a ardência começando, gritou e sentiu seu corpo amolecer.

Ela sentiu a faça percorrer até metade de seu abdômen, mas parou por algum motivo. Tina, com muito sufoco, conseguiu levantar sua cabeça e viu Jena sendo arrastada por alguém. A visão da garota já estava turva e a audição não correspondia. Então, era terrivelmente difícil conseguir enxergar.
Quando a pessoa apontou, o que parecia ser uma arma, em direção a Jena, Tina fechou os olhos com força e ao ouvir, o som do tiro, mesmo distante. Apagou!



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Yes, I'm Back. Espero que gostem, xoxo

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