Bullet Train

Capítulo 39

Na academia do seu prédio, Tom treinava. Ele batia com tanta força no saco de pancada, que parecia que ia rasgar aquilo.

Quando seu treino acabou, seu corpo pingava suor, ele estava exausto. Então, voltou para seu apartamento e foi direto para o chuveiro. Se apoiou com  as mãos encostadas na parede,  e deixou a água percorrer todo o seu corpo.

Ele não acreditava que teria um filho, ainda mais com Christina. Sim, ele já estava bem familiarizado com a história deles, mas ainda não fazia sentido na sua cabeça. Ele podia ter visto Christina com outros olhos, mas desde que saiu do coma, só a enxergava como a doce e alegre Christina.

Tom sabia de tudo que aconteceu sobre Jane, a prisão, o tiroteio... Mas, ele não conseguia lembrar de nada sobre seu romance com Tina, para ele foi apenas isso, um romance. Claro que ele gostava dela, mas é aquele carinho que ele já tinha antes de tudo.

No momento, ele só queria se afastar de tudo e de todos, sua cabeça parecia que ia explodir com tanta coisa. Ele vai para Inglaterra, passar um tempo com seus pais. Não sabe ao certo quanto tempo, mas será só um período. Hoje, ele retornará ao apartamento de Christina e conversará com ela.

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Christina chegava de uma consulta rotineira pra ver a saúde do bebê, ela havia passado na empresa e no mercado também.

Mal pisou dentro de casa, e seu celular começou a tocar. Deixou as compras no chão, e foi atender Dakota .

- Oi, como está o nenê da dinda? - a modelo já atendeu gritando.

- Ótima! Doida pra nascer.

- Que bom! E como está a mamãe mais linda desse mundo?

- Estou bem, louca pra ela nascer. E você, amiga?

- Estou voltando pra casa!

As duas deram gritinhos de alegria.

- Quando você chega? - Tina perguntou animada.

- Daqui dois dias...

As duas ficaram em ligação por 1 hora ou mais, e depois Christina resolveu ir ao parque que ficava em frente ao seu prédio. Ela adorava aquele lugar tão verde, com crianças correndo, carrinhos de comida espalhados por todo lado.

Ela atravessou a rua com sua toalha xadrez numa mão e seu livro preferido na outra. Tina, desviou de uns cachorros que brincavam e estendeu sua toalha na grama.

Ouvindo os pássaros nas árvores, a loira começou a ler. Mas, novamente, foi interrompida por uma ligação, não de Dakota, mas de Tom.

- Oi. - ela atendeu sem saber muito bem o que dizer.

- Oi, é... Você está em casa?

- Não, estou no parque aqui em frente. Por quê?

- Estou na frente da sua porta, preciso conversar...

Christina explicou o lugar onde ela estava, e não demorou muito até ele aparecer. De óculos escuros e boné, sentou-se com ela.

- Bem, eu queria me desculpar por ontem e dizer que sinto muito por tudo que aconteceu.

-Tudo bem...

- Por favor, deixa eu terminar. - pediu - Eu não faço ideia de nada, não sei como deixei tudo aquilo acontecer. Pelo que todos falam, foi ótimo e eu fico feliz, mas... - ele encarou o nada, não tinha coragem de olhar nos olhos dela - Acabou. Eu gosto muito de você, você sabe. Mas, não é daquele jeito, e não sei se um dia, eu se quer vou lembrar de como era. Não posso pedir para você esperar ou algo assim, seria injusto com nós dois. Eu vou me mudar para a Inglaterra por um tempo, e não sei quando volto. Mas, ajudarei com o bebê. Acredite em mim, é melhor eu ficar longe nesse momento. Me desculpa.

Ele finalmente olhou para ela, mas agora quem encarava o nada, era Tina. Ela continuou assim por uns segundos até começar a falar.

- Eu fui apaixonada por você, por tanto tempo, - riu - tudo que vivemos foi incrível, e sei que acabou. Eu aceito isso. Todo o amor que eu sentia por você, eu direcionei pra outro alguém, e esse amor multiplicou. Agora eu só penso nela. Sim, é uma menina. - Tom sorriu - Espero que você seja feliz, e que um dia possamos ser amigos de novo. - ela disse olhando em seus olhos.

Tom se despediu dando um beijo na testa de Christina, e se desculpou novamente. Tina, encarou o horizonte como se cada raio de sol, fosse um ponto de paz. Ela não sabia muito bem no que pensar, ela sentia falta dele, mas agora sua prioridade era outra.

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Enquanto isso, Rio foi chamado ao "escritório" do seu "chefe. O velho repugnante, queria novidades sobre a situação.

- Então, soube que você anda tendo bastante contato com alguém.

- De fato. - o rapaz não parecia muito preocupado.

-Deixa eu te fazer uma pergunta, eu tenho cara de palhaço? - Rio se segurou para não rir.

- Preciso responder?

O velho, fez um sinal para um dos seus homens presentes na sala, e ele logo apontou uma arma para a cabeça do tatuado.

- Repete. - ele disse de braços cruzados, parado em frente a Rio.

- Ah, eu estou cansado de você, Stuart. Desde criança você faz isso, sempre querendo me vencer em tudo. Você já conseguiu isso, já destruiu a minha vida. Não está bom? - Rio se levantou - Abaixa essa merda. - ele falou ao homem que apontava a arma.

- Ora, ora. Alguém se revoltou. - Stuart debochou.

- Eu não sei o que a Christina fez pra você, mas já deu. Você não tem vergonha? Ela é só uma garota, e ainda está grávida. - Rio dizia tudo em voz alta, dava de ouvir fora da sala.

-  Agora você virou defensor das mulheres? - ele encarou Rio - Você traía a Sabrina com qualquer mulher que aparecia na sua frente.

- Você não tem nada a ver com isso, eu e Sabrina já nos resolvemos.

- Que se foda! Você vai fazer isso e ponto. Se não...

- Você não vai achar o Tay, para de ser idiota!

Rio estava preocupado desde a última conversa com Stuart, então decidiu fazer o filho e Sabrina sumirem. Ele os mandou para um país que Stuart não fazia ideia.

- Se você não fazer isso, eu vou fazer. E não vai ser só ela que eu vou matar. Você escolhe, a sua vida ou a dela.