5.5 Razão

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Ainda na floricultura...

Dei um passo para trás, e caí na real. Ele estava bem na minha frente, depois de tudo aquilo, ele estava aqui.

- Por favor, vai embora. - as palavras foram rápidas ao saírem da minha boca.

- Christina, por favor... - trouxe seu corpo para mais perto, e foi ali que notei que, agora, ele usava uma bengala para se apoiar.

Eu o visitei uma vez no hospital, logo depois do "acontecimento". Ele dormia e não me viu. Foi mais fácil para me despedir. 

- Christina, eu só preciso de dez minutos, só isso. - estávamos há meio metro de distância um do outro, e por dez segundos, o mundo ficou calado. Até alguém entrar correndo pela porta.

- Papai! Eu te achei. A vovó está te procurando. - Tay disse tudo de uma vez, até me ver ali e se esconder atrás do pai.

- O papai já está indo...

- Ah, vocês estão aí! - uma senhora, provavelmente a vó do menino, chegou logo atrás. Ela carregava uma sacola da padaria de Emily. Ao notar onde estava, parou e analisou cada canto da loja. Parecia bem contente.

Rio não tirou os olhos de cima de mim, como se esperasse uma resposta.

- Olá, querida. Você é a dona?

- Mãe, vamos. - Rio começou a se virar para sair, e a senhora o olhou confusa.

Eu não disse uma só palavra, na verdade, eu estava bem perdida. Mas, não poderia parecer antipática.

- Esperem! - falei - Eu sou a dona sim. Muito prazer! - estendi a mão para cumprimentá-la.

- O prazer é meu, querida. Adorei sua loja. Se eu fosse ficar mais tempo na cidade, compraria umas flores.

- Mãe, Tay está com fome. Vamos... - Rio tocou o braço dela, a fazendo olhar para ele.

- Mas, que bebê lindo é aquele? - ela perguntou olhando para trás de mim, e pude ouvir os passos de Stacy caminhando até nós.

- Pode me dar ela, Stacy. Obrigada - peguei Ana no colo. - Ela é minha filha. - respondi.

Rio, sorriu ao olhar para Ana e depois para mim.

- Diga oi. - falei para Anabella. Que deu um thauzinho com vergonha para eles.

- Realmente, ela é um amor. - Ele disse, mas pareceu nem perceber. 

- Bem, então vamos pra casa... - a mãe de Rio, começou a falar. - Antes que esses dois me matem. - ela sorriu pra mim.

- Eu levo vocês até a porta. - falei.

Todos seguimos até a porta, primeiro saíram Tay segurando a mão da sua vó, e depois Rio. Ele parou rapidamente e me olhou uma última vez.

- Por favor... - começou,mas eu o interrompi.

- Esteja aqui amanhã, às sete. - falei e fechei a porta.

Meu Deus!  O que eu fiz? me arrependi assim que calei minha boca. Meu Deus, Christina. Vê se acorda!

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