Bullet Train

Capítulo 10

Estava deitada em minha cama, pensando na situação com Chris, essa briga me deixou muito mal, ele é meu irmão e eu odeio brigar com ele. Não queria que fosse dessa maneira,  mas eu esperei tanto para ficar com Tom... Poxa, um amor não correspondido é um inferno! E, agora que ele mostrou que sente algo por mim, eu não poderia estar mais feliz. Foi tudo tão perfeito, tão surreal que eu tenho até medo de acontecer algo ruim, mas eu quero aproveitar. Mesmo que daqui dois dias Tom acorde dizendo que tudo foi um erro, que ele agiu por impulso, eu quero aproveitar.
Distraída com meus pensamentos, quase não ouvi baterem na porta, me ajeitei na cama e falei um "entre" sem muito entusiasmo. Logo, Tom adentra o quarto.

- Oi. - recolhi minhas pernas pra perto de meu peito, para que ele pudesse sentar próximo a mim.

- Oi. - digo um pouco cabisbaixa.

- Quer conversar? - ele pega minha mão.

-  O que te fez me beijar naquela noite? - pergunto, o pegando de surpresa. Pra falar a verdade, me surpreendi também com minha pergunta.

- Bem... - sua expressão mostra que ele tenta achar as palavras certas.

- Tudo bem. Desculpe pela pergunta. -  olho para outro lado, tentando não encarar seus olhos. - Eu só...

- Sabe, amor... - encaro seu rosto rapidamente, surpresa com o apelido. Ele percebe minha reação e sorri. Mas logo abaixa a cabeça. - Eu sempre procurei alguém, alguém que me mostrasse oque é o amor, amor mesmo. Eu pensava que já tinha encontrado, mas não, eu estava me enganando, também não sei o motivo, mas eu estava. Lá no fundo, eu sabia que não era aquela pessoa, mas algo me prendia àquilo. Hoje, eu percebo que era medo, eu tinha medo de amar. Eu sempre tive um carinho enorme por você, sabia que era diferente mas, negava. E quando você chegou nessa casa, me pegando de surpresa, num momento difícil. Algo, "ascendeu" dentro de mim, eu só queria passar meu tempo com você, eu queria estar com você, eu queria... Ter você. - ele riu nervoso.- E quando eu te vi na praia com o Robert, alguma coisa tomou conta de mim, eu não admitiria ver outro homem tocar em você. Naquela noite, eu percebi que sou apaixonado pelo seu sorriso, sou apaixonado pelo seu jeito doce, sou apaixonado pelas suas bochechas coradas, quando te deixam com vergonha, sou apaixonado por essa sua vontade de ajudar e de lutar. Christina, eu sou apaixonado por você. Eu sai do meu quarto naquela madrugada, decidido a te dizer tudo oque eu sinto, eu estava tomado pelo impulso. Eu te vi descendo as escadas,  indo para a piscina, então, eu peguei uma cerveja pra ver se me dava mais coragem e fui atrás. Quando cheguei na lá, te vi cantando baixo, eu percebi que estava apavorado, eu só corri para aquela mesa e fiquei lá esperando você terminar, e minha coragem voltar. Assim, que você terminou, eu sabia que devia fazer algo, eu estava super nervoso e meio com ciúme ainda, confesso. Mas, assim mesmo, eu não resisti. Quando você disse que eu tirava o seu sono, eu não consegui me segurar, foi o  "sinal verde" pra mim mostrar oque eu sintia. - ele fez uma pequena pausa. - Porque Christina, eu sou apaixonado por você. - finalmente ele levanta o olhar. Eu estava em choque, não acreditava no que tinha acabado de ouvir, eu estava boquiaberta. - Por favor, fala alguma coisa. - seu tom de voz trazia uma mistura de desespero e nervosismo.

- Eu sou apaixonada por você. Eu sou perdidamente e verdadeiramente, apaixonada por você!

Numa explosão de felicidade, eu pulo em seu colo e colo nossos lábios. Mostrei todo o meu sentimento naquele ato, e o beijei como nunca antes.