Sensei | +18

Amigos e Professores

Nanami dirigia sem dizer uma palavra durante todo o percurso de volta à escola jujutsu. Mia olhava para o lado de fora perdida nos próprios pensamentos, em tudo que aconteceu, por vezes limpava uma lágrima que escorria solta na sua bochecha, mas a frente de Nanami fingia que estava tudo bem.

- Olha... - ele finalmente fala, tentando procurar algo que a fizesse se sentir melhor - isso acontece, você deu o seu melhor.
- Eu literalmente causei tudo aquilo, não soube controlar. - ela diz de cabeça baixa.
- Eu já tive muitas missões que não ocorreram da melhor forma, mas isso nos ensina muita coisa, e acho que como lição, deve respeitar o seu tempo, e as ordens que você recebe. Ser inconsequente não faz parte do perfil de um bom feiticeiro jujutsu. - ele diz girando o volante com as mãos fazendo uma curva.
- Eu sei, estou arrependida ok? é só que... - ela para e enterra a cabeça nas mãos. - Eu prometi a ela, por que eu achei que seria capaz de conseguir.
- Nunca prometa nada que você duvide que possa cumprir - ele olha para ela.

Ela olha para ele com os olhos mareados, e engole o choro. Ela repete para si mesma várias vezes o quanto estava sendo dramática, sentimental e emocional. Ainda mais, na frente de pessoas tão importantes que eram um exemplo a ser seguido. Sente lá no fundo que estava a desapontar a própria família, e era a última coisa que ela queira.

- Sinto muito... sinto muito de verdade - fala Nanami saindo da sua postura de sério e sereno.
- Obrigada. - ela diz com um sorriso fraco

Ele volta encher o peito e dirigir e agir normalmente como estava antes.

- Se você precisar de... - ele dá uma tossida como se estivesse com dificuldade em dizer aquilo - não sei qualquer coisa, pode falar comigo. Gojo as vezes pode ser bastante irresponsável e inconsequente como você, não acho que isso seja uma combinação boa.
- Sou aluna dele, tenho que aceitar isso. - ela suspira.
- Apenas não exceda os "limites", não é a primeira vez que isso acontece e o conhecendo o bem, não será a última.
- Do que você está falando? - ela fala temendo já o que seria.
- Está óbvio que vocês tiveram alguma coisa, mas você apesar desse péssimo feitio, parece ser uma pessoa boa, com boas ambições, não deixe o idiota do Gojo estragar isso, é só um conselho de amigo. - Ele para o carro à frente da escola e olha para ela.
- Então somos amigos?
- Não, definitivamente não, agora saia. - diz ele.
- Obrigado mais uma vez Nanami, você é um bom amigo - ela fala a rir baixinho.
- Oh meu deus... - ele coloca uma das mãos na testa.
- Adeus! - diz ela subindo a colina em direção ao edifício onde ficava os quartos.

...

Aquela noite parecia ser infinita, Mia não consegue pregar os olhos, tinha a imagem de Jackson e Kaya na sua cabeça, pensa no que tinha feito, e a culpa a consome enquanto ela olhava para o teto do seu quarto. Felizmente alguém tira a atenção dela daquele poço de tristeza batendo na porta. Ela olha o relógio que dizia 04:15 da manhã, pergunta-se quem seria, mas vai até lá e abre um pouquinho para ver pela brecha.
Era Gojo, ergue a cabeça quando ela abre, ainda estava sujo, com o cabelo bagunçado e com a faixa dos olhos nas mãos.

- Hey princesa. - fala baixinho.
- O que você faz aqui a essa hora? - diz ela.
- Vim ver se estava bem - ele diz já entrando no quarto como se fosse dele.

Ele vai até a cama e senta, suspira cansado.

- Gojo... é muito perigoso você aqui no meu quarto a essa hora da noite - ela diz ainda na porta na esperança dele ir embora.
- Relaxe os velhos tem um sono pesado - diz ele a olhar para ela de cima a baixo de pijama.
- O que você fez com a Kaya?
- A garota? ah, apaguei as memórias dela, deixei a pensar que ela e o namorado foram atingidos por um carro que causou a explosão do prédio, infelizmente só ela sobreviveu. Ela não se lembra de você fique tranquila quanto a isso. - ele levanta-se e analisa o quarto.
- Mas ele ainda está morto, nada não muda isso.
- Essas coisas acontecem, tem que se preparar para elas. - ele da de ombros.
- Isso é tudo? se for já pode ir embora. - diz seria.
- Uau, quanto grosseria para quem está errada nessa história toda, ainda assim estou aqui por que me preocupo com você, e claro.... - ele aproxima-se dela aos poucos-  você esqueceu que desobedeceu uma ordem minha? não posso deixar você livre de punições. - ele levanta as sobrancelhas.

Ela suspira, revira os olhos.

- É inacreditável, depois de tudo que aconteceu você vem aqui para isso, não sei porque estou surpresa. - leva uma das mãos até o rosto.
- Calma bebê, eu estava brincando, sinto muito pelo aconteceu. Mas eu te avisei, eu disse o que estaria a sua espera ali, espero que tenha aprendido a lição.
- Sai daqui - diz apontando pra porta.
- Ei, eu estava preocupado, vim por que eu sei que você está abalada, mas se não quiser o meu conforto eu vou entender - ele coloca suas mãos quentes no rosto dela.

Ela rapidamente as tira de lá com força.

- Você só quer transar comigo, e eu já disse, isso nunca mais vai acontecer, não temos nada além de uma relação de professor e aluno. - ela fala irritada.
- Então você não está cumprindo com isso, pois um aluno obedece o seu professor. - ele fala sério a pressiona-la contra a parede inconscientemente.
- Eu já aprendi a lição! não pude ajudar aquela garota, fui a razão para ela perder o amor da vida dela. Não preciso que você me lembre o que minha decisão causou.
- Ótimo. Espero que tenha ficado a lição. enquanto a isso - ele aponta para espaço entre os dois - Lembre-se que foi você que pediu. -fala próximo dela. - hoje às 6 no pátio interno, você tem que muito que aprender ainda.

Após isso pega a maçaneta da porta atrás de Mia e sai do seu quarto. Mia encosta na porta e pensa diversas vezes, "que droga que droga que droga de dia".