Todos estavam reunidos na sala de estar gigante, eram uns 15, todos vestidos de preto dos pés a cabeça. Ouviam atenciosamente o plano de Senhor Hinokami, Mia que chega um pouco depois aos poucos de canto querendo ouvir o que planejavam.
— Grupo 3 e 4 ficam nas extremidades, Josh, Noah, serão nosso escape rápido, nem se preocupem em desligar o motor, seremos rápidos.
— Senhor... Enquanto aos reféns? - uma garota de cabelo cacheado levanta a mão perguntando.Mia franzi as sobrancelhas.
— Reféns? - ela diz alto. - Achei que o único alvo fosse o cara rico que explora crianças, agora vai haver reféns?
— Oh meu deus - Geto revira os olhos.
— Mia, estará ocorrendo um jantar beneficente, haverá muita gente, logo temos que manter essas pessoas longe enquanto procuramos o nosso alvo. - O pai explica calmo.
— Pessoas? São uns vermes nojentos, por mim metíamos uma bala na cabeça de todos - a garota diz rindo.
— Uau, é esse tipo de gente que você tem junto com você? um mundo "perfeito" né? claro.
— Escuta aqui - a garota vai na direção de Mia.Os rapazes que estavam perto logo protegem Mia e seguram a menina.
— Só por que você é a filhinha do papai, não quer dizer que a sua opinião vale alguma coisa aqui, pode voltar pro seu mundo cor de rosa la fora - ela diz com raiva.
Parecia ter um temperamento muito difícil, o que faz Mia ficar assustada.
— Ja chega, Alexia, controle-se - o pai de Mia diz alto.
Ela volta para seu lugar e cruza os braços bufando de raiva, bom, "já consegui uma inimiga" pensa Mia.
— Dou a minha palavra que nenhum deles será morto, o foco aqui é só um. Sequestramos ele, e acabou, sem mais confrontos.
Mia gostava de ver ele falando, lembrava muita coisa, estava lentamente criando uma maior empatia por ele, e começa a pensar que a sua história como um bom homem que só quis salvar a humanidade era verdade.
— Pronto, acho que esclarecemos tudo. - ele levanta as mãos encerrando a reunião.
Mas antes Geto pousa uma mala em cima da mesa de centro, ele abre e os outros aproximam-se como se aquilo fosse comum. La de dentro eles tiram máscaras, todas iguais, além de armas de fogo.
Mia aproxima-se do pai que observava os outros se prepararem.— Armas de fogo?
— Não estamos lidando com maldições, temos que ter precauções. - ele vira-se para ela - Então, o que diz? vai se juntar a nós?Ele estende uma máscara, ela olha pensativa, depois encara todos na sala, o que estava fazendo?
— Pra garantir que vocês não machuquem ninguém - ela toma a máscara da sua mão com força.
— Eu não sei de onde você herdou essa bondade, nunca foi o meu forte, muito menos da sua mãe - ele diz rindo.
— Eu sei de quem, da minha verdadeira Mãe, Alda! - ela diz colocando a máscara assim como todos os outros.
— Me pergunto o que ela diria de ver você comigo agora - ele diz provocando, pela primeira vez.
— Como poderíamos saber? ela está morta, por sua causa - ela diz olhando para ele de canto com a máscara no rosto.
— Ah sim, eu soube, encontraram vocês na casa dela em Tokyo, os feiticeiros jujutsu enfiaram uma espada dentro dela.Mia sente o peito apertar, ao lembrar disso, ver Alda morrer na sua frente com apenas 14 anos de idade, e logo incendiar todo a casa com todos dentro, matando os feiticeiros e só sobrando as cinzas de Alda sobre os seus pés.
— E você ainda me culpa, queria que você entendesse que não fui eu que olhei bem nos seus olhos, de uma criança de 9 anos e matei toda a sua família, e depois de incendiar o seu lar, obrigar você a viver uma vida miserável e suja, matar a única pessoa que você mais amava... Quem diria que você seria um deles, comeria com eles, aprenderia as virtudes deles, se apaixonaria por um deles.
Mia sente uma lágrima escorregar por sua bochecha, agradece a deus por ter a máscara e ele não conseguir perceber isso.
Ele se afasta e vai até os outros enquanto ela é consumida pelas suas palavras.
...
Dentro das caminhonetes pretas e blindadas que levavam eles, Mia vai sentada, frente a frente com a garota revoltada que quase arrancou seu rosto, ela conseguia a reconhecer por trás da máscara por causa do cabelo e das roupas costumizadas que usava.
— O que você está olhando? - ela diz virando se para ela.
— Eu não estou. e se está incomodada, arranque os meus olhos - Mia diz olhando para o lado.
— Acredite em mim quando digo que seria o meu sonho.Mia revolta-se, mas decide não reagir demais, expressar demais, tinha que um pouco racional para não arrumar uma confusão logo ali.
— Qual o seu problema comigo? - ela diz em um tom calmo.
— Nenhum linda, você só é irritante
— Por que eu sou filha do chefão? - ela da de ombros.
— Por que você acha que é alguma coisa quando chegou ontem aqui.
— Eu não quero ser nada aqui! - Mia altera seu tom de voz.
— Claro, você tem a vida perfeita no mundo jujutsu, estuda em uma escola especial, tem a sua roupinha passada, dias de folga, comida no prato. - ela revira os olhos e cruza os braços.
— Claro, isso depois de ter sido caçada como uma criminosa desde os 9 anos, por um crime que não era meu, ver toda a minha família morrer na minha frente, realmente eu devo ser muito privilegiada.A garota se cala, talvez se sente mal por ter dito aquelas coisas, e por isso fica quieta no seu quanto.
Mia percebe que talvez tenha a pressionado demais, e julgado antes de realmente sabe o por que ela era tão durona.— E você, por que está aqui? - ela pergunta após uns longos minutos.
A garota não diz nada, Mia entende que talvez agora devesse ficar quieta.
— Nós éramos normais, ninguém da nossa família sabia da existência de maldições, quanto mais feiticeiros. - ela resolve contar.- Mas a minha irmã nasceu com uma disfunção, ela era deficiente física e de alguma forma as emoções da minha mãe transformaram ela em maldição. Eles invadiram a nossa casa, estudantes da escola de Kyoto, dois deles e mataram a minha irmã, um bebê apenas.
Mia sente a dor de Alexia ao contar a sua história.
— Desde então eu jurei que acabaria com eles, esse sistema podre, hoje iremos lutar contra um cara que utiliza maldições para benefício próprio, e ele é um feiticeiro! - ela diz com raiva- Qual a diferença dele para minha irmã? ela não poderia também ter crescido e controlado a maldição como Geto faz? desenvolvido habilidades para isso? Esse mundo sempre vai valorizar os que tem mais, e eliminar os que não tem nada como nós.
— Eu sinto muito, por você, pela sua irmã. - Mia diz cabisbaixa.O Silêncio perdura e só se ouvem o barulho do trânsito la fora.
— Alexia, certo? - Mia pergunta.
— Sim
— O que pretende fazer quando, vocês finalmente conseguirem o mundo que tanto querem?
— Eu não sei, nunca pensei sobre mas, eu acho que gostaria de ir para faculdade, sabe como naqueles filmes? e arrumar um namorado bem gostosão.Mia ri junto com ela, e logo percebe o quanto o seu julgamento sobre Alexia foi errado. Não sabia o que estava fazendo ali, mas todos tinham uma história, um porquê, e Mia aos poucos começava a entender e perceber isso.
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Sensei | +18
FanfictionMia é uma garota que se mudou recentemente para Tokyo com o sonho de se tornar uma aluna da jujutsu high e assim restaurar o nome da sua família como grandes feiticeiros jujutsu, esses que escondiam um passado sombrio que os levou ao exílio. O grand...