Visita inesperada

646 92 19
                                    

Mia acorda de manhã cedo e vai logo para a sala principal, Geto estava lá afiando algumas facas e recarregando armas.

— Bom dia - Mia estranha já ele fazer aquilo as 7 da manhã.
— Oh finalmente acordou. - ele para de amolar as coisas e volta a beber seu copo de leite.
— Você estava a me esperando?
— Na verdade sim, tenho uma missão para você. - ele fala normalmente.
— O que? sério? - ela diz surpresa.
— Precisamos que alguém vá se encontrar com nosso fornecedor, precisamos de grana, e esse cara que você vai se encontrar vai garantir isso.
— Por que você não faz isso? - ela colocava mãos na cintura.
— Porquê estou ocupado, não está vendo?
— Amolando facas?
— Exatamente - ele diz como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— E o meu... hm, pai? - ela ainda tinha certa dificuldade em chamá-lo assim.
— Está resolvendo outros assuntos, sobrou para você - ele volta a amolar as facas e fazer um barulho insuportável com elas.
— Okay, me envie a ficha desse cara, e o lugar. - ela fala voltando para o quarto.
— Ah, tenha cuidado com quem encontra por aí, não faça nada que traia essa comunidade, o seu pai tem olhos por essa cidade inteira, haja como se estivesse sendo observada por ele, por que provavelmente você estará.

Ela fica com medo após essa afirmação que mais parecia um aviso sincero. 

— Terei cuidado.

Ela diz e se retira.

...

Andando pelas ruas de Tokyo novamente, Mia se sente melhor, mais livre, mais solta, embora estivesse levemente disfarçada, e indo cumprir uma missão do seu pai.

Ele segue a localização do seu celular, parece perdida na maioria das vezes, mas logo sente uma presença a sua volta, pensa nas palavras de Geto, bom se fosse o pai, ela estava certa de que estava fazendo uma missão para ele, logo nada de errado.
A presença fica mais forte, Mia tenta distanciar essa sensação ao entrar em caminhos diferentes, por becos e ruas estreitas. Mia chega em um deles e para, esperando para que quem quer que fosse, se revelasse e aparecesse.
Ninguém diz nada, Mia pensa que talvez fosse coisa da sua imaginação, mas ela nunca errava, pressentimento é algo forte, e ali estava claro que havia outra pessoas. Ela caminha devagar esperando um ataque e se preparando, quando de repente alguém sai de trás de uma parede e da uma chave de braço dela, e apontando uma faca para suas costas.

— Bom dia princesinha - diz uma voz familiar que ela conhecia muito bem no seu ouvido.

Era Gojo, mesmo sem ver seu rosto, sentia seu braço em volta do pescoço, e o cheiro, e a voz, tudo era tão familiar, inclusive o sentimento que ela sente.

— Como você me achou?
— Eu sinto o seu cheiro a quilómetros de distância meu amor - ele diz no ouvido dela por trás.

Mia consegue pensar da mesma forma que ele, e era a sua aluna, por isso conhecia muito bem seus movimentos. Ela mesmo presa entre seu braço e a faca que a ameaçava por trás, chuta seu pé para poder sair dali, ele libera um pouco o braço que prende ela, assim ela consegue sair, puxar a sua própria faça que ficava na cintura e apontar contra o seu pescoço puxando a barra da sua camisa para perto.
Em segundos, os dois estão cara a cara novamente, Gojo com a faca apontada para a barriga dela e ela com uma para o pescoço dele, tudo enquanto tinham os olhos a poucos centímetros um do outro.

— Você está ficando cada vez melhor - ele diz baixinho olhando para seus lábios.
— Você não faz ideia - ela faz o mesmo, embora lutasse contra todas as forças do seu corpo para resistir aos encantos dele.
— Sabe, eu gosto dessa Mia, essa vilã perigosa... ela me excita - ele diz aproximando de cada vez mais.
— É melhor se afastar antes que eu te dilacere - ela diz com a voz firme.
— Ah você pode tentar, você sabe muito bem que está em desvantagem aqui.
— Me deixe em paz - ela diz seria
— Precisa mais do que isso pra fazer um pedido desses princesa.
— Como se você se importasse comigo, pensei que tinha se esquecido da minha existência nesses últimos dias.
— O que? - ele faz uma cara de confuso.

Ela se afasta dele empurrando o e seguindo seu caminho.

— Do que você está falando? - ele segue ela.
— Eu estou ocupada agora, saia.
— Ah eu não posso, você é uma inimiga agora, e eu como bom feiticeiro tenho que impedir você de cometer tantas atrocidades - fala dramatizando.
— Eu não sou uma inimiga! Gojo apenas vá embora.

Gojo pega o rosto dela com os dois braços e puxa dando um beijo, Mia por segundos não sente as suas pernas, a barriga congela com um frio inesperado, os pelos arrepiados e coração palpitando, Gojo ainda conversando com os lábios dela desce uma das mãos até suas costas e puxa para si. Mia não consegue impedir e durar aquele beijo por minutos a fio, com os braços em volta do seu pescoço.
Até que uma voz na sua cabeça grita. "Ele te ofendeu, te chamou de passatempo, puta qualquer, disse que não valia nada para ele, e não ligou ou mandou mensagem uma só vez"
Ela o empurra rapidamente.

— Pare com isso!
— Oh por favor, não me diga que não gostou.
— Eu não te entendo, você não me ligou uma só vez, não perguntou se estava bem, me tratou de cara como sua inimiga, além de me chamar de qualquer para uma das suas putas, eu valho alguma coisa pra você gojo, além de um joguinho de gato e rato? Pare de me procurar dizendo que você se importa comigo quando claramente não faz por onde.

Ela sai andando e ele fica no lugar.

— Todas as noites - ele fala parecendo cansado - Eu te liguei todas as noites, inclusive aquela em que você saiu correndo do meu quarto, a noite toda eu liguei para você, deixei infinitas mensagens, expliquei que aquela mulher era apenas uma missão. Eu te liguei nos dias seguintes, te falei o tanto que sentia sua falta. É difícil ter que admitir mas eu só pensei em você todo esse tempo.

Mia para de andar, permanece de costas para ele chocada com suas afirmações, por que ela não havia recebido nenhuma dessas mensagens? de ninguém, de nenhum deles.

— Eu e Nanami andamos fazendo uma pesquisa, sobre o seu pai, por favor, eu peço que não confie nele, não acredite em nenhuma palavra do que ele diz Mia, por favor!
— Nanami? - ela congela ao lembrar dele - Quem mais sabe disso? - ela diz triste pensando no trio.
— Só nós dois, eu tive que inventar uma desculpa para "Eles" - fala de Yuji, Nobara e Megumi- Eu não consegui pensar em nada cabível então eu disse que você tinha tirado um tempo, saído, e não queria papo com ninguém.
— Eles acreditaram?
— Eles se culpam, eles acham que você foi embora por causa deles, você não deu explicações, você não ligou de volta, você não se despediu. Eles não entendem.

Mia sente um aperto enorme no coração, queria abraça-los agora, confortar o coração dos três, sentia tantas saudades deles.

— Por favor, diga a eles que vai ficar tudo bem - ela fala com a voz baixa.
— Diga você mesma, vamos para casa Mia.
— Eu não posso... - ela fala baixo quase inaudível com os olhos mareados.

Mas precisava de se recuperar, precisava voltar e terminar o que começou, ou sente que o pai era capaz de a degolar viva.

— Galpão antigo do cais, amanhã às 00:00.

Ela diz isso e volta a correr.

— O que? espera Mia o que isso quer dizer - ele diz tentando alcançá-la mas logo desiste pois sabia que era uma localização.

Aquilo era um começo, Mia parecia não conseguir sair da situação que entrou por isso esperava que alguém a salvasse, ela sem dizer nada pede socorro a Gojo. E esse entende perfeitamente o que era preciso fazer.

Sensei | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora