Destino

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Gojo decide acompanhar Mia até seu quarto mesmo ela dizendo várias vezes que não era preciso, faz isso na desculpa de precisar defendê-la no caso dele voltar.

— Ótimo, boa noite - ela se vira e abre a porta do seu quarto.
— Espera - ele puxa seu braço suavemente.
— Gojo eu estou cansada, por favor - ela fala olhando para trás.
— Tudo bem, só me deixa dizer isso - ele solta o braço dela e mantém ela entre ele e a porta entre aberta. - Me desculpe...
— Ok, posso ir agora? - ela fala com indiferença.
— Eu estou falando sério! eu não quis dizer nada daquilo.
— Mesmo? tem certeza que não é assim que você pensa? por que isso só confirma o que já havia dito.
— Eu não acho nada daquilo, eu falei por que... eu não sei por que disse aquilo na verdade - passa as mãos sobre os olhos.
— Por que estava com ciúmes - ela cruza os braços.
— Não exagere, só fiquei nervoso por que você não estava aqui - ele fala encostando a cabeça na parede atrás dela.
— Não, não vou mais manter as coisas fáceis pra você Gojo, se você acha que me tem, que eu sou uma propriedade sua, está muito enganado. - ela aponta o indicador contra seu peito.
— Que moral você tem para falar de ciúmes? você estava se mordendo quando me viu com Mei Mei.
— Por isso mesmo você deveria se tocar, se não queria que eu sentisse mal por ver você com outra pessoa, não se sinta também quando me ver.
— Então isso tudo foi para me provocar? uma vingança?- ele franzi as sobrancelhas.
— Oh meu deus você é inacreditável - ela leva as duas mãos na cabeça e entra dentro do quarto.
— Desculpe, esqueça esse assunto, na verdade eu vim para te contar uma coisa, mais cedo, foi quando eu notei que você não estava aqui - ele ainda do lado de fora encostado a porta.

Ela decide ouvir, fica de costas para a porta que separava os dois entreaberta.

— No dia que você contou, o seu nome, quem você era, eu me lembrei, finalmente lembrei de onde te conhecia - ele fala encostando a testa na porta.

Ela fica atenta mas ainda permanece na mesma posição.

— Na verdade, eu lembro de pouca coisa, eu devia ter uns sete anos, os meus pais estavam me levando para uma casa, afastada da cidade, eu lembro do campo, era muito bonito.

Mia sente o calor da sua casa ao ouvi-lo descrever.

— Nós estávamos indo conhecer uma outra criança, uma como eu, um prodígio que nasceu com algum poder especial. - a sua voz era terna e calma - Sabe Mia, naquela idade, eu já era bastante mimado e paparicado por todos, por ter o poder dos 6 olhos, minha família me erguia como um troféu, e eu me acostumei com ser o centro das atenções sempre. - ele solta um riso - Mas eu lembro que na daquele dia, ninguém estava muito afim de me ver, os seus pais me conheceram, o resto da sua família, mas todos olhavam para você.

Mia sente um aperto enorme no coração.

— Das poucas coisas que me vem na cabeça quando eu lembro daquele dia, uma delas era segurar a mãozinha de uma bebê acabada de nascer, e falar com ela. Meu pai disse que seríamos bons amigos, e se trabalhássemos juntos, seríamos o grupo mais poderoso que alguma vez já existiu. É claro que eu apenas pensei que jamais queria dividir a minha glória com uma bebê ruiva, sardenta e que não parava de chorar.

Ele consegue arrancar um sorriso dela, assim como uma pequena lágrima.

— Por que você não me contou isso antes? - ela encosta a parte de trás da cabeça na porta.
— Eu... eu não sei, talvez vergonha, eu sabia do ataque a sua família anos mais tarde, sabia que membros do meu clã, e outros feiticeiros iriam assassinar toda sua linhagem, ainda assim eu não consegui fazer nada.
— Você também era só uma criança - ela fala triste olhando para um ponto específico do quarto.
— Quem diria, que ela estaria viva, e eu a encontraria servindo cafés em Tokyo. - ele ri passando os dedos sobre a porta.

Mia continua encostada sobre a porta, e ele igual do outro lado.

— Você acredita em Destino? - ela pergunta depois de um longo tempo em silêncio.
— Não... - ele responde diretamente - mas seja la o que isso for, é alguma coisa.
— Não tente aliviar sua barra comigo com essa história - ela fala rindo e colocando o cabelo para trás da orelha.

Ele ri também do outro lado.

— Vocês... vocês estão ficando? - ele fala e limpa a garganta.
— Eu e Nanami? - ela pergunta surpresa - não, ele é só um amigo, as coisas aconteceram do nada, eu também fiquei surpresa.
— Ele é um cara incrível, bom, você sabe, não há ninguém melhor que eu, mas, ele parece ser algo bom para você. de verdade - ele fala brincando e Mia sente um pouco de tristeza na sua voz.
— Não, eu gosto muito dele, mas não assim,.. eu não sei, eu tenho muito que pensar sobre outras coisas - ela fala colocando os cabelos para trás. - Eu estou realmente cansada Gojo.
— Certo, Boa noite princesa - ela fala dando dois toques na porta. - amanhã treino não esqueça.
— Boa noite Gojo -ela fala baixinho ouvindo ele ir embora.

Se deita na sua cama, na verdade desaba sobre ela, a noite foi louca demais para conseguir focar em só em uma coisa. E ainda tinha aquilo, Nanami, como ele estava, por que tinha decidido a beijar daquela forma, ela amou a forma como se divertiram, como ela conseguiu fazer ele sorri, se soltar. Mas logo lembra de Gojo, das suas palavras, da forma como pareceu magoado, da conversa atrás da porta. Estava confusa, e permanece pensando nessas coisas durante toda a noite até conseguir pegar no sono.

Sensei | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora