"As manhãs no interior do Japão pareciam sempre as mesmas, os campos vastos coloriam o espaço, as flores de cerejeira caiam e o rio fluía livremente, mais um dia começava.
Na janela de uma mansão antiga no meio do campo,umas mãozinhas pequenas batiam no vidro ansiosas, enquanto os olhos castanhos avermelhados observavam o horizonte, esperando encontrar alguma coisa, ou alguém.— Senhoria Michelle? o que está fazendo de novo nessa janela? - fala a empregava com um ar cansado.
Michelle não diz nada, mas continua olhando la para fora como se não pudesse perder nem um movimento do que acontecia la.
— Está esperando por ele de novo? - diz a mulher
— Eu quero está aqui quando ele chegar! - fala com uma voz doce e fina, de uma criança esperançosa.A empregada coloca uma das mãos sobre o rosto dela, acariciando e pensando.
— E o que acha de cozinharmos alguns biscoitos essa tarde? poderia levar a sua mãe e ...- antes que ela pudesse completar, a pequena salta de onde estava.
— Ótima ideia Alda!, o papai vai adorar comer os nossos biscoitos, vamos fazer antes que ele chegue.Ela puxa a mão da empregada e corre até a cozinha junto com ela.
Todas as tardes eram assim, desde que ele se foi Michelle não tem muitas motivações, estuda com um professor particular pela manhã, brinca sozinha nos campos em volta da propriedade, as vezes com Alda, e a noite antes do jantar, visita a mãe encamada no quarto, no último andar da casa.Michelle não gostava de visita-la, pois as vezes ela tinha surtos e gritava com a criança, palavras e gestos que feriam a pequena, e que ela nunca conseguiu entender o por que ser atacada daquela forma.
Depois de fazerem os biscoitos, ela acompanhada de Alda até o último andar, no quarto da mãe. Ela entra e observa seu corpo enfaixado dos pés a cabeça, deitado sobre uma cama, olhando fixamente para um ponto do quarto, com o olhar sem vida, sem ânimo, como se estivesse dormindo de olhos abertos.— Olá mamãe, eu e a Alda fizemos esses biscoitos. - Diz Michelle com medo segurando a mão de Alda que deposita a bandeja do lado da cama.
A mãe não responde, não move um músculo.
— Não se preocupe, nos deixamos um pouco pro papai, vou guardar até que ele chegue ok? - diz ela segurando a mão da mãe com toda a coragem que tinha.
Lentamente, os olhos da mãe de Michelle vão até as suas mãos, ela olha para a pequena que sente um arrepio. De repente, ela começa a gritar desesperadamente como se tivesse atacada, e tem ataques de convulsão, Alda afasta a criança em um gesto rápido e tenta segurar a mulher se debatendo na cama.
— Você acabou com tudo, você destruiu a minha vida, ela é um demónio, matem esse demónio - ela gritava apontando para a criança.
Michelle mais uma vez assustada corre para o seu quarto, a menina de apenas 5 anos chorava na sua cama sozinha agarrando as próprias pernas, desejando um mundo diferente, desejando apenas ser amada. Por isso esperava o pai há anos na janela todos os dias, pois ela se lembrava vagamente de quando ele estava lá, de quando a mãe não tinha enlouquecido, e de como era feliz"
Atualmente ...
Mia ainda estava chocada com o aparecimento repentino de seu pai. 17 anos, desde de que ela o viu pela última vez. Ela não consegue pôr em palavras o que sente, se é ódio, saudade, ou o amor adormecido por aquela figura que parecia o mesmo, só que agora com cabelos brancos e um ar ainda mais malvado.
— Por que? o que você está fazendo aqui? - ela fala com a voz rouca sem conseguir olhar para ele.
— Eu tinha que ver como a minha pequena estava, e nossa, você está a cara da sua mãe - ele fala como se estivesse tudo normal e bem entre eles.
— E eu achei que você estivesse morto! - ela fala baixo com os olhos mareados.
— Eu posso estar, com certeza o papai que criou você não está mais vivo. - ele fala andando sobre a sala.
— Você não me criou! você acha que tem o direito de voltar? como se estivesse tudo bem? você nos abandonou - Ela grita.
— Eu sei que você tem raiva de mim, e não espero que me perdoe, mas gostaria de contar tudo que aconteceu, e o porquê.
— Eu sei o que aconteceu, você traiu e sujou o nome da nossa família, se rebelou contra o sistema jujutsu, matou milhares de pessoas inocentes, deixou a mamãe enlouquecer, e uma pilha de inimigos que procuram pela minha cabeça. - ela levanta finalmente.Ele revira os olhos com indiferença.
— Se quiser saber a minha versão nessa história, vai ter que me ouvir, mas não aqui. esse lugar está uma zona.
— Você causou isso? a explosão? - ela pergunta lembrando o porquê estava ali.
— Ah sim, precisava chamar a sua atenção de alguma forma, e precisava de algumas coisinhas também, já que consegui o que queria - ele aproxima e estende a mão - Vamos, vou te contar uma história.Ela sente emergir uma enorme vontade de ir com ele, de tocar na mão dele, e ouvir o que tinha pra dizer, mas por outro lado, seu ódio por ele só aumentava, e ela pensava que não poderia se quer cogitar a ideia de o ouvir.
Antes que ela desse uma resposta, a porta da sala se abre com força, e logo Gojo e Nanami entram desesperados procurando por ela.— Mia? - diz Nanami confuso.
— O que está acontecendo? espere, Geto? - Diz Gojo aproximando-se e vendo o amigo ao longe .Geto revira os olhos e da um sinal para o Pai de Mia.
— Uau que coincidência interesse, o pupilo da familia Gojo, você cresceu muito. - o Pai de mia se aproxima de Gojo.
— Quem é esse velho? - Satoru se aproxima de Mia.
— É mesmo muito nostálgico esse momento - ele continua, ignorando a ofensa - Mas Michelle, tem que se decidir, você quer ouvir o que eu tenho a dizer ou não?
— Eu... - ela não tinha uma reposta, não sabia o que dizer.
— Senhor? pode se apressar, esse lugar está prestes a cair em cima de nós - diz Geto se aproximando.
— Espere... eu conheço você - Nanami diz olhando para o pai de Mia, antes de ser interrompido por Gojo.
— Ei, seu idiota, você vai me explique o que você está fazendo aqui - fala Gojo aprontando o dedo na cara de Geto.
— Sinto muito Satoru, é uma pena estarmos de lados opostos, você é realmente o meu melhor amigo, mas, eu tenho objetivos diferentes agora, que você nunca entenderia.
— Do que você está falando seu babaca? para com isso e trate logo de se explicar. - Gojo diz com raiva.O pai de Mia continuava olhando pra ela, esperando sua confirmação, até sentir algo e olhar para os lados.
— Os outros feiticeiros estão chegando - ele fala sentindo a presença. - Michelle, eu voltarei, quando você tiver uma resposta.
Ele vai até Geto e estala os dedos, os dois desaparecendo como névoa na frente de Mia.
Nanami aproxima-se e fica ao lado dela.— Aquele era, Senju Hinokami? - diz Nanami.
— O que? Hinokami? eles não morreram todos há anos? e por que ele estava falando com você daquela forma Mia? - diz Gojo elétrico e nervoso, talvez pela atitude de Geto.
— Por que... Ele é o meu pai, eu sou uma Hinokami - ela diz de cabeça baixa.Nanami se afasta levemente dela, e Gojo parece ainda mais confuso.
— Você enlouqueceu? - ele diz com as sobrancelhas franzidas.
— Meu nome é Michelle Hinokami - Ela levanta o olhar finalmente para eles. - eu achava que era a única que tinha sobrado, por isso estou aqui, estava tentado me formar como feiticeira, mostrar o meu talento, e honrar o nome da minha família, construir de volta o que o meu pai nos tirou - ela fala com uma lágrima na bochecha - por favor, não contém isso a ninguém. eu imploro.
— Mia, isso faz de você uma procurada no mundo jujutsu, a família Hinokami foi condenada a nunca mais entrar nesse país, se for o caso, você vai ser executada. - Nanami fala assustado.
— Por isso eu peço, se vocês se importam comigo, mesmo depois de ter mentido, por favor, mantenham esse segredo.Eles trocam olhares entre eles, era óbvio que não iriam dizer nada, mas aquilo está indo contra tudo que eles deveriam fazer como profissionais da jujutsu high.
— Então você estava fingindo esse tempo inteiro? - Gojo fala desiludido.
— Não! eu sempre fui verdadeira com vocês, sempre fui eu mesma, eu só precisei usar outro nome.
— O que você está dizendo é muito grave Mia, podem dizer que você é uma traidora e está tentando conseguir informações, o seu pai traiu o nosso sistema, nada garante que você não esteja aqui para fazer o mesmo. - Nanami diz com receio, como se estivesse odiando o que estava falando.
— Eu prometo, eu sei que depois disso é difícil acreditarem em mim mas, por favor, depois de tudo que eu vivi com vocês, por favor confiem em mim. - ela implora alternando o olhar entre os dois.
— Precisamos sair daqui, os outros feiticeiros vão chegar, temos que terminar a missão, Mia, quando chegarmos na escola, trate de explicar isso - Gojo fala percebendo o prédio que ameaçava desabar em cima deles.Eles seguem correndo até encontrarem a outra parte da equipe, algumas maldições de níveis inferiores aparecem, são logo mortas em estalar de dedos por Gojo, Mia não conseguia se concentrar em nada, toda sua vida passava pela sua cabeça agora, e só conseguia pensar nele.
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Sensei | +18
FanfictionMia é uma garota que se mudou recentemente para Tokyo com o sonho de se tornar uma aluna da jujutsu high e assim restaurar o nome da sua família como grandes feiticeiros jujutsu, esses que escondiam um passado sombrio que os levou ao exílio. O grand...