Sensei | +18

Piquenique

Mia desce do carro e corre para o quarto, sem falar mas nenhuma palavra com Gojo. Tenta canalizar a raiva e ciúmes dele em se arrumar para se encontrar com Nanami, veste apenas um vestido simples, algo leve e fresco. Se estressa ao tentar fazer um penteado com trancinhas e acaba por desistir, deixando o cabelo preso apenas com a sua franjinha a mostra.
Sai do edifício dos dormitórios, passa pelas salas de treinamento, quadras e todo a extensão da escola, até chegar lá em baixo onde estava o jardim. Mia vê ao longe Nanami sentado no chão olhando pro horizonte, parece que sente a sua presença pois rapidamente olha para trás e a vê. Abre um sorriso sem mostrar os dentes, mas sincero e alegre, ela acena e faz uma análise rápida antes de chegar nele. Vestia uma camisa branca, como sempre, social, mas surpreendentemente, hoje usava calça jeans, o seu cabelo estava quase seco, como se tivesse lavado a algumas horas.

— Hey! - ela o abraça para cumprimentar, ele tinha um aroma de perfume masculino vem marcado, porém leve e fresco.
— Hey você veio - ele fala depois de se cumprimentarem.
— Como assim? óbvio que eu viria. - ela segue e repara no chão.

Uma toalha azul claro estendida, cestas com frutas e algumas comidas caseiras espalhadas, havia bolo, pães, queijo e um vinho.

— Nanami... - ela olha chocada para tudo.
— Eu não sabia exatamente o que você gostava ou não, por isso eu trouxe um pouco de tudo - ele fala atrás dela.
— Meu deus isso está tão lindo! eu nem sei o que dizer - ela olha para ele - Ninguém nunca fez algo assim para mim, Obrigado!
— Não agradeça ainda, tem que provar - ele aproxima-se para sentar no chão com ela.

Eles sentam um ao lado do outro, Nanami da cada coisa para Mia provar um pouco, contava o que era e de que era feito, a maioria cozinhado por ele, eles abrem o vinho e desfrutam enquanto comem uns petiscos e queijo.

— Você é o melhor cozinheiro não oficial que eu já vi, se eu fosse você deixava de matar maldições e investia - ela fala com a boca cheia de bolinho.
— É apenas um hobby - ele fala tímido.
— Por favor use sempre esse hobby comigo. - ela ri terminando de engolir.

Ele observa ela comer como uma esfomeada com um sorriso pequeno estendido, eles trocam olhares e riem.

— O que? - ela pergunta rindo enquanto limpa o canto da boca.
— Nada, - ele bebe um gole - Só que... nunca em nenhum momento iria imaginar esse cenário aqui - ele volta a olhar para o horizonte.
— Parece tão improvável assim?
— Não sei, você é tão... linda, divertida e especial, e bom tem outra pessoa na parada. Eu só nunca achei que você fosse permitir que eu avançasse tanto. - ele observa o vento brincar com alguns fios soltos do cabelo dela.
— O que você esta falando? Você é absurdamente gato, essa vibe discreta e misteriosa deixa tudo ainda melhor, você não deveria pensar assim. - ela empurra lhe o ombro e faz ele ficar vermelho - E quanto a outra pessoa, não significa nada pra mim, está tudo bem!
— Mia... - ele avisa, como se não estivesse nada bem.
— Eu estou aqui não estou? - ela diz olhando no fundo dos olhos dele.
— Sim... verdade. Bom, e como foi a missão? -ele fala mudando de assunto.
— Foi boa, não tivemos muito trabalho, nem chamaria de missão foi mais um teste para ver o quão bom éramos em equipe, bastante simples.
— Você parecia um pouco estressada quando chegou.
— Ah claro, tendo Satoru como meu sensei, você acredita ele me ignorou todo o treino, quer dizer, eu que deveria estar chateado pelo que ele falou e ele quer bancar a vítima? oh por favor.

Nanami permanece ouvindo mas olhando para o horizonte.

— Ele é insuportável e só faz joguinhos comigo, de todos os meus problemas e preocupações a metade são ele. Eu não sei de verdade como você aguenta ser amigo dele.

Nanami bebe mais um gole do seu vinho como se estivesse entediado com aquela conversa. Mia percebe e rapidamente para de falar.

— Enfim, e o seu como foi? - ela disfarça o desconforto.
— Normal, tive uma missão fora da cidade, simples também, mas consegui salvar as pessoas que estavam presas la, enfim considero uma vitória - Ele fala aliviado.
— Que Bom! Essa é a melhor parte do trabalho não é?
— É, quer dizer, as vezes me questiono se vale mesmo a pena todo esse esforço. Mas temos que combater o mal não é?
— Com toda certeza - ela ri - Gojo sempre diz que faz isso só pela diversão, as pessoas são como um gado burro e idiota que não conseguem ver as coisas.