Sensei | +18

Resgate

Mia acorda con as mãos atadas, uma fita na boca, e sobre efeito de alguma coisa, ja que sua visão estava turva, não tinha controle sobre suas mãos.
Mas consegue notar que Geto a amarrava em volta de uma pilastra de ferro gigante, o sol se punha la fora e eles provavelmente já estariam no galpão.

— Me... me desculpe, você não deveria fazer parte disso - ele fala triste.

Ela não consegue falar, mas gostaria, Geto sentia pena por ela, talvez aquilo pudesse desencadear na sua renúncia, talvez ela conseguisse fazer ele mudar de ideia e perceber que aquilo era idiota, e ele também merecia muito mais.
Ele continua a amarra-la e a deixa lá sozinha no chão, ela consegue virar seu rosto um pouco para o lado, e percebe outra pilastra, com outra pessoa amarrada. Por que? o que aquilo significava?
Ela fecha os olhos, procurando por esperanças, mas a única que surge são lembranças, quentes e doces do que foi a sua vida nos últimos quase 4 meses.

Ela volta acordar e já estava escuro, embora muito limitada, já consegue mover seu corpo ainda que só um pouco, já sente que consegue falar. O seu pai aparece na sua frente, no meio de um círculo que era formado pelas pilastras. Cinco, cada uma representação um elemento da natureza. Fogo, Água, Terra, Madeira e Ferro. Em todas as pilastras alguém estava amarrado, inconscientes.

— Me solte! - ela diz fraca.

Ele olha para ela e ri.

— É melhor você ficar calada, antes que seja sedada mais uma vez. - ele diz abrindo um livro em um altar no centro.
— Foi tudo fingimento então? - ela diz chorosa. - você nunca me amou não é? só precisava de mim aqui, para o seu plano.
— Oh por favor, eu já não aguentava nem ouvir a sua voz, sempre pedindo explicações, sempre reclamando, igual a vadia da sua mãe, ainda bem que isso acabará logo, tente se desculpar com ela no inferno. Talvez ela entenda.
— Eu era apenas uma criança! por que? por que tudo que me deram foi ódio?
— Por que você merece ser odiada! - ele grita.

Ela engole a seco ainda sem conseguir reagir propriamente, mas já sentia medo, muito medo.

— Você sabe o por que ela não saia da cama nunca? por que era enfaixada dos pés a cabeça?

Mia fica calada.

— Por que você nasceu! uma criança com uma habilidade de fogo destruidora, ela deu à luz a você e todo seu corpo entrou em combustão, enquanto você nascia, ela gritava e era consumida por um fogo ardente que era impossível de ser apagado. Depois disso ela enlouqueceu, e você sabe o resto.

Mia olha para um ponto específico do chão, nem chorar ela consegue mais.

— Que culpa eu tenho em ter nascido? eu não escolhi isso, acredite, se eu pudesse eu nunca teria.
— Mas veja pelo lado bom, agora posso usá-la aqui, você fará algo útil por uma vez na vida.

Ela não conseguia mais lutar, naquele ponto, ela só gostaria de ser levada. Mesmo que fosse para morte.
O pai continua a organizar suas coisas no meio do círculo, os seus ajudantes, os jovens que faziam parte daquilo estavam em volta, observavam Mia, com pena e dor no coração. Todos eles talvez nem soubessem que o plano era matar todos os não utilizadores de maldições, isso implicaria viver num mundo só com feiticeiros jujutsu, com certeza a maioria deles não fazia ideia.

— Tudo bem... - ela diz com um sorriso.

O senhor Hinokami olha para ela confuso.

— Eu te amei. Muito, se é isso que você acha que é o suficiente para você então faça. Espero de todo o meu coração que no seu novo mundo, alguém te espere na janela todas as manhãs, alguém te faça biscoitos, se inspire em você. Você foi o pior pai que alguém poderia pedir, mas ainda assim eu amei você até agora. Talvez eu seja louca, ou burra, mas ter isso, dentro de si, é mais poderoso do que qualquer trono do mundo.

Ele a encara com raiva, como se odiasse a ver assim, em paz, mesmo depois das suas palavras que foram suficientes para fazer ela querer desistir da própria vida.

— Hinokami-san? está tudo pronto! - dizem uns garotos se aproximando.
— Ótimo, vamos começar isso. Aproveite o espetáculo Mia, sera de matar! 

Ele ri alto, ergue uma faca para o céu.

— Senhoras e Senhores! Bem vindos ao novo mundo! - Ele fala alto.

Alguns gritam de volta, mas outros tocados por Mia só permanecem calados, assim como Geto que estava afastado.
O Pai de Mia leva a faca até a sua mão e faz um corte consideravelmente grande e fundo. Com a palma da mão encharcada de sangue ele toca no chão. Esse estremecesse e uma onda de energia amaldiçoada anda até as 5 pilastras. Mia sente uma onda de choque sobre seu corpo.
Hinokami agora caminha até a primeira pilastra devagar. O elemento água, puxa sua faca e degola com satisfação o homem de terno azul que já estava apagado antes de morrer.
Assim ele continua com cada um deles, e obviamente deixa Mia por último. Aproxima-se dela aos poucos deixando um suspense absoluto no ar.
Ele com a ponta da faca levanta o pescoço dela lentamente para que olhasse para ele.

— Suas últimas palavras, Michelle?

Mia expressa um sorriso, o que o deixa surpreso.

— Michelle já está morta, mas Mia, essa você não vai conseguir se livrar tão fácil.

Pra a maior surpresa dele, todo o silêncio ensurdecedor do lugar é ocupado por um estornado gigante, atrás dele a parede principal do prédio explode, formas de energia azul e vermelha passeiam pelo ar, da fumaça e escombros que aquela bagunça faz, surge então, Ele.

— Estou atrasado? - Gojo fala alto para todos ouvirem.
— Muito! - Mia diz erguendo um sorriso por ver seu rosto mascarado mais uma vez, quase chora de tanto alívio e emoção.
— Desculpe amor, eu estava passando gel no cabelo. - ele ri começa a correr na direção de Hinokami.

Enquanto faz seu caminho até lá, alguém se coloca no meio. Geto puxa uma espada e aponta para Gojo.

— Para trás branquelo - ele diz.
— Meu grande amigo, vai ser um prazer acabar com essa sua cara de falso, como nos velhos tempos, mas agora, eu estou tentando bancar o príncipe encantando então, me de licença.

Ele com sua energia amaldiçoada joga Geto para o outro lado da sala. E continua seu caminho até Hinokami que o encara com os olhos em chamas.

— Agora sogrinho, somos só eu e você - ele diz chamando ele com a palma da mão.