O Renegado

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Aquela noite tinha sido bastante longa para todos ali.
Gojo, no quarto de hotel, deixa a raiva tomar conta do seu corpo, e joga algumas decorações do quarto contra a parede, pensando nas suas ações, pela primeira vez, demostrava e deixava seu ego para baixo, ao admitir e chamar ele mesmo de burro, idiota e babaca.
Após ter o quarto todo destruído percebe que descarregar a raiva naquilo não iria adiantar, Gojo passa as mãos pelos olhos sentado sobre a beira da cama, só conseguia pensar no tanto que ela pareceu magoada, o pior de tudo isso, de tudo que ela disse, foi ter chamado a si mesma de idiota e inútil, algo que Gojo jamais aceitaria pois sabia que não era verdade.
O seu telefone toca e ele atente com uma tristeza eminente na sua voz.

"Satoru? então, estou esperando que me atualize sobre a missão - fala masamichi bravo"

"Eu estava ocupado, mas está tudo certo"

"Conseguiu tirar dela a chave?"

"Já está comigo, e ela já imobilizei na expansão domínio - ele olha pela janela pensativo"

" Eu ouvi dizer que ela era osso duro de roer, como conseguiu prender ela?"

"Sendo um idiota!"

Gojo desliga e joga o telefone em cima da cama, deita e coloca as mãos na cabeça. Se ao menos ela lhe desse a chance de se explicar, ele diria que jamais pensaria algo assim dela, jamais diria essas palavras, ela não era um passatempo, ela não era inútil e burra por acreditar nele, ele apenas conseguia estragar as coisas sempre, mesmo que dessa vez, não foi por vigarice dele, mas sim por que era necessário pra uma missão.

....

Mia acorda surpresa pois achava que estava deitada sobre a sua cama na escola, quando na verdade estava na casa do pai. Ela se questiona o que estava fazendo, e o porquê, Alda se estivesse viva nunca a perdoaria por confiar nas palavras dele. Mas ele ainda era o seu pai, querendo ou não, ela tinha um elo que criou enquanto muito novinha, além de passar a vida toda esperando que ele voltasse, criando uma expectativa e até divinização do próprio pai na sua cabeça.
Ela se veste com algumas roupas que foram deixadas la e logo sai para observar o que acontecia. Havia um certo movimento de pessoas que ela não conhecia, iam para la e para cá, que ignoravam a presença dela. Ela chega até a sala onde foi ontem e encontra o pai encostado a mesa com as mãos na barba e Geto ao seu lado explicando alguma coisa detalhadamente. Eles logo percebem a presença dela e levantam o olhar. O pai a recebe com um sorriso aberto.

— Bom dia querida! - ele diz aproximando se.
— Bom dia... - ela diz se sentindo deslocada.
— Você dormiu bem? - ele pergunta
— Quase nada, mas obrigado por perguntar - ela abaixa o olhar.
— E então? ja tem uma resposta para me dar?
— Eu... - ela respira fundo - eu não consegui pensar no que seria melhor nesse momento, algo me diz para não acreditar em você, mas por outro lado eu... meio que entendo a sua situação, mas eu não posso deixar a escola em Tokyo, eles são a minha família, querendo ou não.

O pai assente com a cabeça, entendendo, Geto observava tudo ao longe.

— Mas, eu não estou em condições de estar lá agora, então não participarei, ainda, mas eu quero saber mais sobre o que vocês fazem, o que é isso, que tipo de organização é essa.
— Ótimo, você verá tudo então. - o pai parece aliviado - Geto, acho que temos um tempo, pode mostrar o espaço para Mia?
— Sou babá agora? - ele diz caminhando até eles.
— Tudo bem, eu me viro sozinha - ela diz
— Tá tá - ele diz - Eu estava indo lá para fora mesmo, vamos - ele revira aos olhos.

Eles saem e Mia o segue em silêncio, enquanto ele tinha as mãos no bolso e parecia super entediado.

— Quem são essas pessoas? - Mia diz.
— Trabalham com a gente - ele continua a andar com seus cabelos longos pretos amarrados.
— Mas da onde elas vieram? como conseguiram esse tanto de apoiadores? - ela diz tentando acompanhar os passos largos dele.
— São pessoas que se identificam com a nossa ideologia, eram feiticeiros que perceberam que não vale a pena morrer por uma causa sem fim, e sim por uma que realmente vá refletir no futuro deles.
— Um futuro sem maldições.. você realmente acredita nisso? - ela fala parando pois ele também para.
— É pelo o que eu luto, se não acredita não atrapalhe. - ele diz olhando para cima.

Sensei | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora