Alone

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Kuon Shinsaki

Eu não sei onde estou...
Como será que vim parar aqui?
Eu preciso me acalmar e me situar onde me encontro nesse momento, eu sinceramente não sei...
Minha mãe sempre disse que quando estamos confusas ou perdidas precisamos refazer nossos passos ou nesse caso pensar na última coisa que estava fazendo antes de acordar aqui...
Eu, eu estava me organizando para ir para escola, minha mãe preparou o meu café e estávamos conversando sobre o futuro e quando olhei para a janela vi um arranha-céu  gigantesco que jamais havia visto em Tóquio e como se fosse um videogame tudo ao meu redor sumiu e agora estou aqui no topo de um prédio que não conheço, mas mesmo assim consigo avistar de longe a torre que vi antes.
Onde será que minha mãe está? Estou sozinha? Será que ela está bem?

- MÃEEEEE

Sinto meus olhos encherem de água e tento segurar ao máximo, mas de nada adianta, eu quero minha mãe de volta, eu não sei como vim parar aqui e eu quero ir pra casa.
Pego meu celular em minha bolsa que ainda contém meu caderno canetas e lápis, e uma garrafinha pequena de água só me restou isso.
Tento ligar para minha mãe, mas a ligação não completa...
Tento controlar meu corpo que parece que está tremendo cada vez mais.
Me sento no chão e tento acalmar a minha respiração.
Escuto um grito agonizante quando direciono meu olhar para o prédio a frente de onde os gritos surgiram vejo uma garota correndo desesperada na sacada do prédio.
O que será que está acontecendo com ela?
Vejo um homem surgir atrás dela, ele usa uma máscara branca em seu rosto e ela tem um largo sorriso, ela está segurando uma catana e indo em direção a garota.

- CORRA

Não consigo me controlar e grito na chance que ele me escute, mas é em vão ela ainda parece apavorada olhando para o homem que caminha vagarosamente em sua direção.
Meu Deus o que está acontecendo?
Ela estava falando algo, mas não consigo ouvir dessa distância, me aproximo vagarosamente da beirada do prédio.
Agora consigo enxergar com mais clareza o homem que a persegue mesmo não conseguindo escutar, ele usa uma roupa como se fosse um samurai com a hakama e o hakamashita, três placas de metal laqueada e costurada ao que acredito ser suneate que estavam presas em sua panturrilha com tiras grossas, um verdadeiro samurai como nos nossos livros de história, mas não parece com um guerreiro nobre e honroso. Essa máscara o torna assustador para quem quer que seja. Ela deve estar apavorada e eu nao posso fazer nada porque sou fraca.
As lágrimas não paravam de escorrer em meus olhos.
Por favor alguém ajuda ela, por favor alguém ajuda ela.
Vejo uma ponte me ligando ao prédio dela, eu preciso tentar, ninguém vai aparecer, não posso deixar ela morrer e não fazer nada eu não...

Vejo ele rasgando a perna dela e um grito agonizante saindo pela boca da jovem garota. Fico travada no mesmo local olhando aquela cena, vendo ela se aproximar da beirada até se jogar cometendo suicídio.
Ele se aproxima e olha para baixo como se estivesse conferindo que ela morreu, então é isso que eles fazem?
Porque isso está acontecendo?
Ela devia ter a mesma idade que eu e está morta, poderia ser eu no lugar dela...
Sinto minha vista ficar embaçada e minhas pernas fracas, não! Eu não posso desmaiar eu...

Escuto mais um grito e um barulho, isso...são pessoas se matando? Aí meu deus. Que mundo é esse?

Escuto passos de alguém se aproximando, eu não estou sozinha?

- FUJA

escuto uma voz muito familiar gritando e eu não sei o porquê, mas me parece o certo a fazer, reúno forças de onde não tenho pra me levantar e me afastar da li.
Corro até a porta que se encontra no auto do prédio e entro. Eu preciso descer, talvez assim fique mais fácil entender o que fazer, tentar entender o que está acontecendo e achar minha família.
Sinto um forte puxão em meu braço e choco o meu corpo com de outra pessoa um homem alto e sua cara é assustadora, mas não está de máscara mesmo assim seu olhar é assustador, parece olhar de um louco, mas eu posso estar enganada e ele ser uma pessoa que precisa de ajuda assim como eu e ele é humano...

- Olá, você pode me ajudar por favor? Como posso chegar lá embaixo.
Vejo um sorriso tenebroso formando em seu rosto.

- Claro, eu ajudo você, mas não tem como chegar lá embaixo.
Ele passa a mão meu rosto e tento me afastar e ele me segura com certa força

- Como assim? Por favor tire suas mãos de mim

Mais uma vez tento me afastar e ele permanece me segurando contra o seu corpo.

- Estamos sozinhos aqui, não há como descer a não ser se jogando do alto do prédio, todas as saídas estão seladas vivemos no topo agora e ninguém vai vim lhe ajudar, esse mundo me deu uma grande oportunidade de ficar sozinho com um linda colegial, eu jamais poderia fazer isso no mundo real, mas aqui...

Ele tira uma faca e coloca próxima ao meu pescoço.

O que ele está fazendo? Quer dizer que todos aqui são monstros? Alguns mascarados e outros naturalmente, não não

- Vem aqui

Talvez viver não valha a pena nesse mundo, talvez por isso as pessoas chegam ao limite de tirar a própria vida, mas eu não posso...minha mãe precisa de mim eu tenho que descobrir um jeito de voltar eu não tenho escolha.

Ele me arrasta até um quarto e eu não sei o que está acontecendo ou o que é quer fazer comigo, eu só sei que preciso ficar viva e sobreviver.

Escuto a porta fechando atrás de mim.
Ele me encosta em uma das paredes e fica me olhando de forma assustadora.

- Quero você caladinha como uma boa menina

Não consigo conter minhas lágrimas que escorrem sem parar, eu não tenho certeza do que ele quer, mas eu sei que vai me machucar.

Ele se aproxima de mim e rasga a minha blusa, me deixando com o sutiã a amostra tento me cobrir e ele aponta novamente a faca pra mim

- Eu mandei você ser uma boa menina, se não fizer isso vou ter que lhe machucar

Coloco as mãos em meu rosto para conter o choro desesperador

- Ei, não chora eu vou cuidar muito bem de você

Ele fala passando as mãos em meus cabelos e tento me esquivar. Ele joga a faca longe e segura em meu pescoço.

- Tentei ser gentil, mas já me cansei

Ele começa a chupar meu pescoço e tentar tirar minha calcinha, enquanto eu tento com todas as minhas forças mantê-lo afastado de mim, mas me parece uma tentativa inútil, mas eu não posso parar, não posso parar de lutar de jeito nenhum.

O corpo dele fica mole sobre o meu e cai no chão quando olho ele está sangrando minha roupa ficou ensanguentada. Sinto minhas mãos trêmulas enquanto observo o chão ficar manchado de sangue.

- NÃOOOOO

Me abaixo e tento estancar o sangue que escorre por um corte em sua cabeça.
Eu sei que ele não merece, mas ele não pode morrer, eu não posso ficar sozinha aqui, mas eu não posso ficar com ele o que eu faço. Apesar de tudo ele é um humano e eu...não aguento isso sozinha.

Acho que passei uns 30 minutos tentando estancar o sangue e nada mudou, ele morreu e eu não pude fazer nada como sempre.

Retiro minhas mãos que ainda estavam cobertas de sangue, olho para o seu corpo que permanece em minha frente.
Fecho meus olhos enquanto mentalizo uma breve oração...
Talvez ele não fosse tão mal antes de vim pra esse mundo, talvez ele tenha piorado vivendo aqui, não sei em quanto tempo ele está aqui ou o que ele teve que enfrentar, não estou aqui para julgar as suas ações, eu não sou Deus...

Vejo uma caixa um pouco mais distante do corpo e finalizo a oração e me direciono até ela.
Abro a caixa e vejo uma máscara, mas não uma máscara qualquer essa é diferente é uma máscara sem boca.

The Other WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora