Prólogo

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Laura

Desço do ônibus correndo, e agradecendo por ele parar na frente da universidade, já sabendo que terei que me humilhar pro professor deixar eu entrar pra fazer a prova.

Mas dessa vez eu não tive culpa, eu saí de casa com um tempinho de sobra pra caso o trânsito estivesse ruim, eu só não contava que meu ônibus ia quebrar no caminho.

O prédio que eu estudo é o último do campus que não é nada pequeno, então mesmo ainda sendo 7hrs eu sei que é impossível estar 7:10 na sala, começo a ligar pra Bia já ir conversando com o professor.

"Amiga, tenta avisar ao professor que meu ônibus quebrou e pede pelo amor de Deus pra ele me esperar 5 minutos"- Falo enquanto tento cortar o caminho.

"Amiga eu vou tentar, mas ele já tá aqui e não tá com uma cara boa" - ela respondeu, me causando um frio na barriga.

"Tenta, bibia, se tu convencer ele eu fico te devendo essa pra..."- antes de terminar a frase eu estou no chão.

Olho pra o que me derrubou e reconheço logo, é o playboy que se eu não me engano é da atlética pela civil.

Mais atenção andando, princesa- diz ele estendendo a mão pra mim com um sorriso cafajeste no rosto.

Não força intimidade playboy- digo levantando do tombo.

Tento passar daquela coluna ambulante que não se move um centímetro, me observando de cima a baixo- Com licença que eu tô atrasada- peço, e o brutamonte se move dois passos pro lado, deixando impossível passar sem encostar nele.

Magoou, princesa- Escuto já do final do corredor, mas só ignoro, afinal não tenho tempo pra ficar batendo boca com riquinho de vida ganha.

Acelero o passo, e quando chego vejo que a porta do laboratório ainda tá aberta, e comemoro internamente que a Bia conseguiu amolecer o professor.

A prova foi um nível acima do que eu esperava, mas mesmo assim acho que me sai bem. Diferente do resto da galera que saiu puto da sala por que o professor foi sacana e cobrou rodapé de livro.

Encontro com o pessoal que eu falo no corredor em frente ao laboratório e ficamos lá conversando besteiras.

O resto do dia, voou, tive uma reunião com meu coordenador, pra falar de uma monitoria que eu vou ter que dar no próximo semestre, vai ser puxado, mas fazer o que, ócios do ofício de ser bolsista.

Depois da reunião, vou direto pro ginásio, pro meu treino de vôlei.

Sou capitã do time de vôlei da universidade, já faz dois anos, e nós estamos em um mês super intenso, pois no final dele teremos os jogos universitários, a maior competição que nós participamos, e esse ano vai ser em Recife, então não podemos fazer feio fora de casa.

Entro na quadra do ginásio e de longe já vejo que tá um monte de gente no meio da quadra, as meninas do meu time e um pessoal que eu acho que é ou do futsal ou do handebol.

Antes mesmo de eu me aproximar a Luana já vem até mim falando tudo muito rápido e bem irritada.

- A gente tava alongando aqui, aí esses meninos do handebol chegaram, dizendo que tinham reservado o horário das 17hrs, eu tentei argumentar que não, mas eles não saíram...- fala em uma rapidez tão grande, que depois de terminar ela respira fundo pra recuperar o ar.

- Lu, calma. Não esquenta a cabeça com isso não, o horário é nosso. Eu mesma tô com o comprovante aqui, sei que eles devem ter sufis uns chatos, mas não esquenta que eles já vão sair.- tento acalma-lá.

Ela confirma com a cabeça e eu vou em direção a confusão.

Mostrei os comprovantes de reserva pra um dos meninos que estava mais pra frente na confusão. Mas eles disseram que o capitão deles disse pra eles não sairem de lá até ele chegar por que ele também tinha os comprovantes. Eu sabia que isso era impossível, mas como eu não tava afim de mais bate boca aceitei, afinal em poucos minutos isso iria se resolver.

Falei pra as meninas começarem logo a alongar, enquanto eu o esperava, pois nosso tempo vale ouro.

Estava consultando o treinador dos exercícios de hoje, quando percebi o movimento do time deles, e presumi que o cara tinha chegado.

A supresa foi quando levantei a cabeça pra ver quem era, e o reconheci. O playboy de hoje de manhã.

Matheus

Já tava dentro da sala, conversando com o Mauricio e o Eduardo, quando senti falta do meu celular.

Desço rápido para ir pegar no carro, antes que o porre de professor entre na sala.

De frente ao estacionamento, busco as chaves no meu bolso, e não acredito que sou burro ao ponto de não ter trago a chave lá de cima.

Mas antes que eu pudesse chegar a qualquer conclusão eu sou atingido por um corpo que logo cai no chão.

Quando olho pra o que me atingiu, tenho mais uma vez certeza de que o destino é meu amigo, por que é uma gata.

Mais atenção andando, Princesa- falo e sorrio, estendendo a mão pra ajudá-la.

Ela olha pra mim por poucos segundos como se me analisasse, e é aí que eu começo a achar que eu já vi ela em algumas festas da atlética, mas logo fecha a cara, pega minha mão para levantar e me responde nada amorosa- Não força intimidade, playboy.

Um sorriso me vem na mesma hora, é cada doido que me aparece viu. Fico no caminho dela, só pra implicar, na expectativa dela pelo menos agradecer pela ajuda. Mas novamente não.

Ela simplesmente pega as coisas dela que tinham caído, e pede licença de um jeito não muito educado- Com licença, que eu tô atrasada- pra passar por um mínimo espaço entre eu e a parede, me forçando a afastar minimamente pro lado.

E antes de eu pensar em algo pra responder, ela já estava se afastando. Então eu solto só mais uma e vejo ela se afastar.

- Magoou, Princesa- falo rindo, vendo ela se distanciar.

Pelo jeito o destino não é tão meu amigo assim, porque mandou uma gata com sutileza de um cavalo.

Afinal não sou tão burro, as chaves estavam em um bolso mais fundo, pego meu celular, e volto pra sala de aula, com o professor antipatico já copiando algo no quadro.

Depois do turno da manhã na faculdade, fui pra empresa da minha família, onde eu já trabalho.

Pela quantidade de compromissos o resto do dia corre rápido, já quase 17hrs e eu estava no trânsito voltando pra universidade, pro meu treino de handebol.

Mas antes de eu chegar lá, o mauricio começa a me ligar várias vezes.

*Atendo no sistema do carro*

Matheus: "Fala Maurício"

Maurício: "Macho o time de vôlei tá aqui dizendo que o horário das 17hrs é delas"

Matheus: "Porra nenhuma, tô com todos os comprovantes aqui. Não sai ninguém do time até eu chegar entendeu Maurício? Esse horário é nosso."

Maurício: "Beleza, chega logo."

*ligação encerrada*

Parece um negócio, eu não posso terminar o dia sem um estresse. Mas não vou nem esquentar com isso, tô no meu direito, vou chegar lá mostrar os comprovantes e pronto, suave.

Entro no ginásio e vejo o pessoal, as meninas do time de vôlei tavam até alongando, jurando que iam ficar.

O Maurício vem na minha direção e me fala mais ou menos o que aconteceu. E aponta pra capitã do time delas.

No mesmo momento em que eu a reconheço, começo a rir baixo, era a gatinha mal educada de de manhã.




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