Laura
- Gente, aproveitem o final de semana pra descansar, tô sentindo a gente muito desligadas. Que tal um amistoso com a rival pra incentivar?- animo elas, soltando levemente a informação de que nosso treinador tá trabalhando nisso.
- O que?!- elas perguntam e eu rio- pode ir falando mais Laura.
- Não sei de nada, só é bom a gente ficar ligadas, pra não levar um baile delas- respondo pegando minha bolsa.
Falo com as meninas que não vou sair no final de semana, pois preciso estudar pra o seminário de pneumo, nem três semanas de aula direito e o professor já marcou trabalho.
- Amiga, mas o seminário é simples, da pra tu tomar uma cervejinha com a gente amanhã sim- Bia pede.
- Não amiga, não tô acompanhando bem essa matéria, e minhas notas não podem cair, você sabe. Tolerância zero.
Elas assentem, pois sabem que eu tô falando da dificuldade que é manter minha bolsa, aqui eles não permitem que eu vá nem pra AF, tudo isso é previsto com antecedência no contrato.
É como se eu tivesse os pais mais rigorosos do mundo, muito diferente dos meus que eram os mais compreensivos que já passaram por aqui.
Entro no carro e minha viagem pra casa não demora muito mais do que 30 minutos.
Depois de um longo banho relaxante, jogo meus materiais de estudo na cama e começo a assistir uma aula de resumo da matéria, enquanto como um sanduíche natural que eu fiz.
Horas se passaram e minhas pálpebras começam a pesar gritando de cansadas.
Pego meu celular que carregava na sala, pra que eu não me distraísse. E a tela de bloqueio que marcava 1:43, tinha abaixo uma mensagem do Matheus.
Nós conversamos um pouco mais nessas últimas semanas, pelo menos pela internet já que quase não nos falamos pessoalmente nos últimos dias.
Minha rotina apertou totalmente, tanto que as meninas me perturbam, já que o máximo que eu tenho saído com elas e o nosso grupinho é o almoço no refeitório da faculdade, onde ele não almoça por ir direto pra empresa.
Vi ele de relance em alguns treinos, mas essa distância física entre a gente tá me fazendo manter minha postura irredutível pra ele, o que é bom, já que até de longe o sorriso dele, me provoca arrepios na espinha, algo que eu morreria negando e que a distância ele nunca perceberia.
Virtualmente é mais fácil, quando eu quero provocar, quando eu me sinto fraca por ele, quando estou quase respondendo as diversas investidas que ele dá em nossas conversas, eu tento beber uma água, respirar fundo, ou até mesmo tomar um banho gelado em casos extremos.
Alguns podem chamar de orgulho, eu chamo de amor próprio. Matheus não é extraordinário a ninguém, pra me tratar como me tratou e eu mudar de ideia e ceder fácil. Não queria se afastar? Não achava que ia ser melhor assim? Então vamos ver se você aprende a pensar melhor nisso por um tempinho.
Sobre minha atração por ele, gostaria de dizer que diminuiu pelo menos 50 centavos, mas não foi isso que aconteceu. Quanto mais a gente conversa, mais vontade eu tenho de continuar, e eu sei que é arriscado, mas só conversando pra ele pra sentir isso.
Matheus: Boa noite princess, encontrei as meninas aqui no barzinho, vai vir também? (23:17)
Matheus: Me avisa antes se for vir tenho que retocar a make no banheiro (23:24)
Matheus: Mentira, sou perfeito sempre ;) (23:26)
Matheus: Poxa, me ignorando? (00:08)
Matheus: Perdão pelas mensagens kkk não me aguentei e perguntei por ti as meninas, bons estudos princess (00:20)
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Um amor universitário
Romance"Quando eu tô perto dele, eu perco qualquer resquício de controle que exista em mim, e é por isso que eu tenho que o manter longe" Laura, estudante de medicina, capitã da equipe de vôlei. Matheus, estudante de engenharia civil, capitão da equipe de...