Capítulo 47

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Maratona 2/4 🎊

Laura

Quem comenta sobre o sexo de reconciliação ser o melhor de todos, fala a verdade, talvez seja a saudade ou a vontade de fazer valer enquanto durar. Não sei o que ocorre, mas definitivamente eles são diferentes.

Crio coragem pra levantar e retocar a maquiagem pois já estamos quase 1 hora atrasados do horário que deveríamos sair.

- Não, vamos ficar aqui- ele fala manhoso me puxando novamente pra cima dele.

Dou um selinho nele e levanto novamente

- Não mesmo, nossos amigos estão esperando, aproveita e põe a fantasia de dupla com o Maurício, vai ficar legal- falo rindo incentivando ele.

- Poxa, princesa. Achei que você gostasse de mim

Rio enquanto refaço meu penteado e retoco toda a maquiagem, pra não dar abertura pra piadas da nossa turma.

- Vem deixa eu te ajudar com a bandana- falo vendo ele errando a amarração mais uma vez.

Amarro o tecido vermelho próximo a sua nuca, seu lindo sorriso envergonhado estampa sua face e recebo um selinho de agradecimento.

- Não é que eu fiquei bonito até com essa roupa ridícula- fala de frente pro espelho alisando a camisa larga branca de botão.

- Faltou o tapa olho- vejo em cima da cama o adereço jogado.

- Não princesa, aí já é demais- fala me olhando através do espelho- vou ficar ridículo com isso.

- Mas essa é a intenção, amor- falo sem pensar e vejo que acabei de soltar a palavra.

Matheus vira pra mim do espelho, já sorrindo e eu percebo que ele também percebeu.

- Isso ficou perfeito saindo da sua boca- ele fala pondo o polegar no meu queixo, colando seus lábios nos meus.

Tira o adereço da minha mão e vai até o espelho colocar.
- Ficou bom?- vira como uma criança empolgada.

- Perfeito

- Eu sei- me dá uma piscadinha e sorri

- Sempre esqueço que não posso alimentar o seu ego- reviro meus olhos indo em direção a porta.

- Então vamos minha princesa?- fala quando eu já estou na escada.

- Voltei a ser sua princesa, revoltado?- falo lembrando da cena do aeroporto.

- Nunca deixou de ser- fala e eu recebo mais um beijo daqueles que nos deixam com vontade de ficar.

- Matheus vamos, por que se não quando a gente chegar vai tá todo mundo voltando- falo na minha última resistência.

E ele apenas ri e para, como se soubesse que se continuasse aquilo eu optaria por ficar ali.

Vamos ao longo do caminho conversando e ele me mostra uns áudios que a Gabi enviou pra mim, mas que ele ficou com medo de falar pra ela que a gente tava brigado.

Gabi: Ei Laurinha minha cunha! Tá sabendo da novidade? Em um mês eu tô de volta, o Matheus já deve ter te explicado o por que, mas o que importa é que eu quero uma viagem tão boa quanto essa de vocês quando voltar, então trate de arrumar algo babado pra gente fazer!

Matheus me conta por cima que ela vai voltar por uma briga entre ela e o pai deles, segundo ele os dois são cabeças-duras e ficam se bicando.

- Vem cá, que história é essa de cunha, tua irmã tá sabendo de algo que eu não sei?- falo mostrando minha mão, pra indicar a falta de aliança.

- Gabriela vê o futuro, princesa. Não te contei?- rimos e continuamos andando em direção à praça.

Chegamos próximo a onde nossos amigos estavam, e naquele momento eu me questionei por que eu não escolhi um grupo mais discreto.

Os idiotas pareciam crianças rindo e tirando onda com a gente.

- A paz voltou a reinar no paraíso?- Maurício pergunta com tom de deboche pro amigo que assente.

- Não aguentava mais ficar no meio dessa putaria toda, da próxima vez briguem em um local em que eu possa me isolar de vocês dois- Bia fala e todo mundo ri- Agora vamos mais pra frente por que a banda da noite já já vai entrar.

Ali eu percebi que a tarde já vinha caindo, e a aquarela de tons laranjas formada no céu deixava o cenário muito lindo.

"Digno de um retrato" penso.

Seria muito estranho chamar ele pra tirar uma foto juntos? "Sim, eu ainda tenho um resto de dignidade", respondo no diálogo mental.

Mas se ele se oferecer de se meter em uma foto minha eu não veria problema.

- Tira uma foto minha andando pegando o céu, Matheus- falo já entregando o celular pra ele que apenas arqueia a sobrancelha.

Paro na frente dele e começo a fazer algumas poses pra fingir espontaneidade, mas o constrangimento começa a bater a medida que eu vejo que ele me olha estranho.

- Tira uma com as meninas, princesa, vai ficar do jeito que você quer- ele da a ideia e eu chamo o resto do trio e pietro.

Só a arrumação pra tirar as fotos em uma pose que favorecesse todo mundo já foi uma gargalhada. "Esse é meu lado bom" "e você tem ele?"; "Nessa posição eu tô com buchinho" "é teu charme amor"; dentre outros que nos fizeram ri até a barriga doer.

- Agora eu quero uma só nossa- Matheus fala entregando o celular pra Bia e já colando o braço na minha cintura.

Fico gélida, ao pensar que aquela era nossa primeira foto juntos, e que nós parecíamos realmente um casal de namorados na multidão, mesmo que o que tivéssemos não fosse esse o nome.

- Relaxa princesa- fala me fazendo olhar pra ele, que finge uma careta idiota que me faz rir da besteira.

- Meu Deus, essa ficou perfeita!- Bia grita e mostra pra rodinha a foto.

Eu rindo que nem uma idiota pra ele, ele que também ria com um olhar diferente para mim. Mas por mais ambígua que seja a minha descrição, por incrível que pareça a foto ficou perfeita.

- Eu quero, Bibia! Pietro não sabe bater- Rafa nos empurra do nosso lugar, depois de levar um beliscão do seu fotógrafo amador.

Matheus me deu um breve selinho e foi pegar cerveja no cooler, enquanto eu refletia sobre a foto perfeita, o carinho dele, e como ele depois de tanto tempo conseguia fazer eu me sentir tão bem assim como nas primeiras vezes, então eu percebi aquilo em pleno carnaval.

Que da minha parte, independente do futuro que isso da gente pode ter, hoje eu o amo, e meu desejo pra nós é que esse amor seja eterno enquanto durarmos.

O medo existe? Sim, mas ele está em todos os momentos, e se não aprender a viver indo com ele, a gente não vive.

Um amor universitário Onde histórias criam vida. Descubra agora