Capitulo 16

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MATHEUS NARRANDO

"Tá tudo bem", essa é a resposta dela, depois de eu literalmente falar pra ela toda a minha versão. Eu esperava ou um "continuo te odiando" ou um beijo. Mas não esperava um "tá tudo bem" sem nada mais. Eu não tenho a menor ideia do que isso quer dizer.

Arrisco a interpretação mais lógica.

- Então amigos?- ela balança a cabeça em negativa e sorri.

- Não Matheus, literalmente tá tudo bem, você me passou a sua versão, eu pesei coisas que penso e juro que sim, tá tudo zerado. Mas nós não éramos amigos antes, a gente nem se quer se falava antes, então tá tudo zerado como antes.

A fala dela causa uma pressão em mim de uma forma diferente

- Então você quer se afastar?- pergunto na tentativa de entender.

Ela nega novamente com um sorriso sereno

- Não Matheus, nós não somos próximos pra eu me afastar. Provavelmente a gente vai se ver com mais frequência por que é meio óbvio que a Rafa vai acabar tendo algo com o Eduardo, mas é isso, eu vou te tratar como eu trato todos os meus conhecidos . Você disse que tava querendo conversar comigo pra que eu não ficasse com uma imagem ruim sua e eu não estou. Tá tudo bem, tudo zerado.

Ela solta um sorriso de canto de boca lindo, me dá um beijo no rosto e sai.

Eu fico lá parado, raciocinando sobre tudo o que ela disse.

Depois de um tempo, volto pra onde a nossa atlética está, e encontro com os meninos.

Maurício me dá um abraço, nitidamente já tá bêbado, o que é plausível já que a gente chegou aqui 16:30 e já são quase 20hrs.

- Amigãozão, onde tu tava?- pausa pra um soluço- Tu perdeu o Eduardo quase vomitando ficando com uma menina.

Eu começo a ri e olho pra o Eduardo sentado no meio fio com a cabeça entre as pernas.

- Que porra foi essa Eduardo?- pergunto

Ele levanta a cabeça pra me responder com dificuldade, a cena é cômica.

- Ele é mentiroso, não vomitei na menina.

Maurício repreende ele

- Só na chinela dela né.

Eu rio da situação os dois já tão muito bêbados, então eu tomo a decisão de que por hoje deu de comemorações pra gente.

- Ei vamos voltar pro hotel, Arthur disse que já vai dispensar a galera, vamos indo na frente pra evitar a multidão depois.

Eis que o filho da puta do Maurício começa a cantar

- Eu não vou emboraaa, eu não vou emboraa

Eu dou um pescotapa de leves no Maurício

- Vai embora sim, bora- Estendo a mão pra ajudar o Eduardo levantar, que quando fica de pé da uma andada em zigzag

- Caralho, por que que o mundo tá girando- ele pergunta e eu rio.

- Não é o mundo que tá girando abestado, é tu que tá muito louco- respondo.

Saímos andando nós 3, lado a lado até o hotel. Fazendo algumas pausas no caminho pro membro da equipe de basquete vomitar as tripas.

Chegando no hotel, eu vou até o quarto dos meninos.

Fico preocupado com o estado do Eduardo, mas o Maurício que está aparentemente 50 centavos mais sóbrio garante que vai ajudar ele.

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