Capítulo 60

4.7K 272 20
                                    

Matheus

Vimos o sol se pôr na viagem e chegamos a enorme propriedade pouco depois, o nervoso não cabia em mim, então era transmitido em batuque no ritmo da música ao volante.

Talvez tenha me empolgado um pouco e sussurrava, pelo menos eu acreditava ser esse o tom, a letra de Só eu pra te amar, de Henrique e Juliano.

- "Doente eu ainda tô, amor ainda tem, o que me ameaça é o que mais me faz bem. Em muitas camas você pode dormir..."- Até o loiro que eu achava está dormindo me cortar.

- Ei campeão, quem que canta essa música?- indagou coçando os olhos despertando.

- Henrique e Juliano.

- Caralho, foda, são dois, não precisa de ti também não, deixa eles.

- Vai se fuder, bocó- respondo dando um tapa em sua nuca.

- Ué, já chegamos?- ele fala notando algumas casas que passamos dentro da propriedade.

- Passamos do portão de entrada faz uns 5 minutos, mas tô seguindo o Eduardo desde a cidade, então não faço ideia se tá longe ou perto- a propriedade era realmente de um tamanho invejável, meu pai e meus tios ficariam malucos se vissem.

Menos de 1km depois eu comecei a ver a propriedade maior e os mosquitos malditos no meu estômago começaram a se remexer.

Estacionei o carro e buzinei duas vezes, ansioso esperando quem sairia da casa campestre.

Ela não saiu.

A loira risonha de cabelos lisos veio na direção e a cacheada de cabelos negros correu em direção ao carro do lado, mas a princesa dos cabelos cor de mel, não deu nenhum sinal, o que me deixou mais tenso ainda.

"Ela desistiu de tudo e voltou pra capital", "ela se arrependeu do que falou e não quer mais olhar pra ti", essas e diversas outras coisas passaram na minha mente antes da pergunta simples de Maurício esclarecer um pouco mais as coisas.

- Cadê a outra?- perguntou pra Bia tirando a mala do carro.

- Tá no quarto dormindo, passamos a manhã na lagoa aí meio que acordamos agora.

Engoli seco e não me aprofundei no assunto.

A luz da lua, já alta, iluminava bem o lado externo da casa que naquele dia optava por usar apenas algumas luzes de jardim na área externa. 

Tiro minha mala do carro e o tranco, indo atrás do grupo que já estava na varanda entrando.

- E aí feiosa?- escuto de longe o Maurício falar e sinto vontade de correr, sem definir uma direção.

Respirando tão fundo eu conseguia, tomei coragem e segui na direção deles.

Ela estava lá.

Perfeita

Como em todas as vezes passadas

Como em todas as vezes futuras.

Seus olhos me atingiram e eu procurei alguma dica em sua feição, mas não encontrei nada além do seu sorriso simpático, o qual eu me deixei me perder por alguns segundos.

Sabia que ela também me analisava, e esperava que ela captasse em mim o quão apaixonado por ela eu continuo.

- Vamos subir pra deixar as coisas e mostrar o quarto de vocês dois- Rafa fala me tirando do transe.

Subo com os demais, e a anfitriã abre o primeiro quarto ao lado da escada pra mim e pra Maurício.

O quarto era bom, tinha duas camas de solteiro o estilo era que nem da casa, bem campestre.

Um amor universitário Onde histórias criam vida. Descubra agora