Laura
Estaciono meu carro próximo a entrada do prédio do meu curso, e do estacionamento conseguia ver as meninas, Pietro e outros colegas de curso reunidos na mesinha de sempre.
Sorrio fraco pra as meninas, pois sabia que estava meio que ignorando elas assim como Matheus desde a manhã de ontem, não por raiva ou qualquer coisa do tipo, mas por saber que precisaria dar respostas que eu não tinha no momento.
No caso do Matheus eu até que respondi algumas mensagens dele genérica, mas com muito cuidado do que falar.
Ocupei minha cabeça com os afazeres ontem e não conclui nenhum pensamento sobre o que fazer.
Abraço Pietro e sento ao lado dele, entrando no assunto da prova de farmacologia que teríamos na sexta feira.
Na entrada da aula, as duas se aproximam de mim e eu respiro fundo.
- Desculpa tá? Mas eu não sei o que vou fazer, então não tinha o que eu falar- disparo
- Amiga não esquenta com aquilo, provavelmente é um mal entendido da gente, eu não tinha nada que ter te mandado aquela foto, tô me sentindo um cocô desde ontem- Rafa fala e eu sorrio de canto fraco.
- Gente eu já desconfiava, no fundo a gente sente e eu sentia, mas menti pra mim até onde eu pude. Sim, existe a mínima chance de ser uma grande paranoia da minha cabeça e a mãe dele nem ter ligado pra minha existência? Mas, eu vou conversar com ele pra saber se é ou não é.
- E se não for?- Bia solta cutucando os rasgados da calça dela, mania dela quando pensativa.
- É aí que eu não sei o que eu vou fazer.
- Você não pode terminar com ele por causa da mãe dele amiga, isso é loucura- Rafa comenta e Bia fica calada.
- Loucura pra quem nunca passou por isso. Eu já passei e sei como afeta o relacionamento e a minha pessoa. Da última vez eu só descobri quando já estava namorando, tentei me moldar de todas as maneiras pra que ele gostasse de mim, até que eu comecei realmente acreditar que não merecia o filho dele, e o final da história todo mundo já conhece.
- Talvez não seja da mesma forma- Bia fala em um tom baixo, sem desmentir uma palavra que eu disse.
Ela sabia que era tudo verdade, ela escutava meus choros muito mais que a Rafa, que nessa época estava mais distante de mim. Não a culpo de forma alguma, amizades funcionam assim, mas entendo a reação dela por isso.
- Definitivamente não vai ser da mesma forma, hoje eu sei que não preciso me moldar pra caber em lugar nenhum. Não é sendo antiromantica, mas eu quero e mereço um amor tranquilo.
- Então eu acho que você já decidiu o que vai fazer, só não tem coragem pra admitir, porque sabe o que vai perder- Rafa fala me dando as costas e entrando na sala de aula.
Não conseguia sentir raiva dessa declaração dela, porque no fundo eu sabia que ela tava certa. Meu discurso era firme, se as condições fossem realmente essas, não me cabe, mas eu omitia dele a parte principal: mesmo que pra isso eu perca a maior conexão que eu já tive com alguém.
Ou como alguns preferem chamar: O grande amor da vida.
Não sou romântica o suficiente pra acreditar que isso realmente existe, mas a pontinha da incerteza paira no meu inconsciente.
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Um amor universitário
Romance"Quando eu tô perto dele, eu perco qualquer resquício de controle que exista em mim, e é por isso que eu tenho que o manter longe" Laura, estudante de medicina, capitã da equipe de vôlei. Matheus, estudante de engenharia civil, capitão da equipe de...