Capítulo 27

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LAURA

Acordo com o meu celular tocando e apalpo minha mesinha de cabeceira pra pega-lo, mas ele para de tocar dificultando a procura.

Viro pro lado e vejo, Matheus dormindo feito um anjo, seu corpo escultural era coberto apenas por uma cueca branca da calvin klein. As lembranças de ontem invadem minha mente, e um sorriso bobo aparece no meu rosto.

- Gosta do que vê?- ele pergunta sem abrir os olhos quase me fazendo infartar.

- Que susto Matheus, quase que tu comete um homicídio agora.

- Acordei com teu celular tocando, mas não quis me intrometer- se aproxima de mim, me dando um beijo na testa.

- Só ia escutar a conversa dos outros calado né?- falo com humor

- Só pra me edificar, afinal, quem era?

Pego o celular na mesinha e no visor indicava, uma chamada não atendida da Bia.

Mando mensagem rapidinho pra ela, avisando que eu tô bem, pra que ela não se preocupe.

- Era a Bibi

- Contou pra ela que ia voltar comigo?

- Uhum, eu poderia contar por livre e espontânea vontade ou ela descobriria que eu tava mentindo. De longe é a pessoa que mais me conhece no planeta- falo levantando pra ir até o banheiro.

Me olho no espelho e me sinto feliz, queria uma explicação que não fosse a presença dele, mas não consigo pensar em nada no momento, e isso é de um perigo extremo.

Aproveito que já estou no banheiro pra entrar em um banho rápido pra acordar.

Enquanto eu tirava o sabonete, escuto uma batida na porta e logo depois a voz do Matheus.

- Laura tenho que ir, depois eu te explico melhor- sinto algo em mim se quebrar um pouquinho, não posso ser exagerada e pensar que seria alguma porção do meu peito. Não seria ingênua o bastante para deixar ele ter acesso a tanto.

Então mesmo sentindo um pequeno vazio eu agradeço o universo por esse sinal.

- Tudo bem Matheus, depois a gente se fala- respondo ainda do box.

Demoro um pouco mais no banho, pra evitar qualquer diálogo estranho sobre essa saída repentina dele. Então depois de quase 10 minutos eu saio e encontro meu apartamento como de costume, silencioso e sozinho.

Me jogo na cama, que ainda estava bagunçada e posso jurar ainda sentir um pouco do cheiro dele pelo quarto.

Na confusão da minha mente, ligo pra as pessoas que me entendem como ninguém.

Bia atende e eu peço pra ela chamar a Rafa em um canto reservado e conto o que aconteceu, omitindo talvez a sensação de estranheza e focando somente na parte literal, ele foi embora enquanto eu tomava banho de maneira repentina.

- E porque tu liga pra isso?- Rafa indaga como se soubesse que faltava uma parte da história.

- Eu não ligo, só tô deixando vocês a par do que aconteceu- respondo com poucas esperanças que ela engulam essa.

- Nós sabemos que não é por causa disso, mas se você não tiver pronta pra falar pra gente ainda eu te entendo- Bia fala, com um tom de maturidade.

- É sério gente, tá tudo bem, eu não ligo e não há nada além disso, só quis dividir com vocês o que rolou depois que eu saí daí. Inclusive mudando de assunto, Bia ainda tá casada?

Por uma benção divina elas aceitam o que eu digo e conversamos sobre elas lá na casa.

Desligo a ligação depois de um tempo, pois já tava ficando tarde e precisava organizar umas coisas pra voltar as aulas amanhã.

Um amor universitário Onde histórias criam vida. Descubra agora