capítulo 6

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oii!
voltei! espero que vocês estejam gostando da história e comentem, pra eu saber o que vocês querem que apareça ou aconteça!!

POV Carina DeLuca

Escuto o barulho da televisão ficando cada vez mais alto e abro os olhos procurando da onde vem o som, as luzes do quarto estão apagadas e única luz que impede de ficar tudo escuro é a TV que Andrew está passando os canais, ele está deitado no sofá perto da porta concentrado em procurar algum canal, forço meus olhos e consigo ver o nariz dele inchado e um olho roxo, isso não estava a última vez que ele estava aqui no quarto.

- O que aconteceu com a sua cara? – Pergunto baixo, mas mesmo assim assusta meu irmão que tirou o foco da TV e agora está me olhando, ficando mais visível ainda as marcas no seu rosto.

- Você está mesmo me perguntando isso? Já viu a sua?!?! – ele tentou desconversar com uma risadinha, mas mantive minha expressão o encarando. – Briguei com o Owen hoje de manhã.

- Não acredito que ele bateu em você.

- Eu que comecei. Você queria que eu fizesse o que? Queria esgoelar aquele desgraçado.

- Andrew, por favor. Não quero mais falar disso. Que horas são? – tento me mexer mas parece que terminei de quebrar o resto das minhas costelas, faço uma careta e resmungo.

- Tá, chega disso. São exatamente 22:40. – ele tira o celular do bolso para checar a hora.- Como você está, sentindo muita dor?

- Eu dormi todo o dia? Sim, muita dor nas costelas, essa faixa aperta muito.

- Vai ter que usa-la algumas semanas e mais o gesso no braço.

- Ótimo, vou ficar sem trabalhar uns dias, tudo que eu precisava ficar de cabeça vazia. – resmungo irônica.

- Consequências de ser teimosa e irresponsável. – ele me olha com um sorriso debochado, mas logo sua expressão suaviza. – Mas falando sério, você me assustou, Carina! Que sorte que a Maya estava correndo na rodovia bem na hora.

- Desculpa, não foi minha intenção. Se eu tivesse pensado um pouco mais não teria feito. – arrumo a coberta no meu corpo. – Que coincidência, tenho que agradecer ela melhor, mal consegui falar obrigada hoje de manhã.

- Ela ficou aqui um bom tempo de manhã, mas parece que o pai dela estava vindo de outra cidade passar o dia com ela. – ele comenta, chegando perto de mim e segurando minha mão. – Você está com fome? Posso chamar a enfermeira, a janta já passou mas acredito que ela traga algo para você.

- Eu estou um pouco, mas não sei se quero comida de hospital. – sinto uma pontada na cabeça e levo minha mão ao local. – Minha cabeça está me matando.

- Você levou 4 pontos. E você não tem opção, vai ser comida de hospital. – ele aperta o botão perto da minha cabeceira. – Amanhã vamos te levar para o Greys, você vai ficar mais confortável lá.

- Eu vou ficar confortável em casa, quero minha cama e chorar enrolada na minha coberta. – resmungo, eu só queria minha cama. Eu estava indo me deitar e chorar, se não tivesse batido o carro.

- Pena que vai ter que ficar em observação mais alguns dias. – ele debocha e antes que eu pudesse responder a enfermeira entra no quarto e pergunta se está tudo bem. – Na verdade essa teimosa aqui está com fome e estava dormindo na hora da janta, ainda tem algo que ela possa comer?

- Claro, eu já trago a janta! – Ela sorriu simpática para nós e saiu do quarto.

              E de fato não demorou, ela voltou com um carrinho trazendo uma sopa de legumes e um copo de suco, não sei se era a fome ou se estava muito bom mesmo, tomei toda sopa e me encostei na cabeceira, Andrew olhava um jogo qualquer na TV e minha cabeça agora com menos dor começou a trabalhar novamente. O que eu faria agora? Eu contaria para Owen que estou grávida? Eu vou querer mesmo manter essa gravidez? Ser mãe solo hoje em dia é algo normal, mas eu iria conseguir? Eu sabia que as chances desse bebê sobreviver à um acidente de carro com 8 semanas de vida era algo difícil de ter acontecido, mas aconteceu. Eu não sou muito ligada em sinais da vida, mas isso com certeza deveria significar alguma coisa. Ele quer nascer. E eu quero que ele nasça, meu coração formigou agora só de pensar que ele poderia não ter sobrevivido, levo minha mão livre ao meu ventre e fecho os olhos pensando no rostinho que ele ou ela teria, peço aos Deuses, ou ao Deus ou à minha genética que essa criança não tenha nenhum traço de Owen, que seja completamente parecida comigo ou com nenhum de nós dois, desde que não seja parecida com ele, que não tenha os olhos verdes expressivos do homem que até ontem iria ser meu marido, que não tenha o cabelo ruivo com cachinhos que me deixava entretida enrolando meus dedos horas a fio, que não tenha o sorriso que por muito tempo era a primeira a coisa que eu via ao abrir os olhos. Abro os olhos quando sinto uma lágrima molhando a minha bochecha e limpo rapidamente, antes que meu irmão veja.

In Another LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora