capítulo 4

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Eiiii!!! voltei cedo!

Agora pelo ponto de vista da Maya, vamos ver o que vai acontecer hihihihi

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P.O.V  Maya Bishop

              BIP. BIP. BIP. Esse era o som do meu despertador que estava tocando, desligo antes mesmo de abrir os olhos e estico meu corpo, sinto frio quando minha perna escapa das cobertas e abro meus olhos. 4:30 da manhã de um domingo, meu dia de folga da estação, mas eu pulei da cama antes que a preguiça me dominasse e corri para o banheiro, escovei meus dentes enquanto andava pelo meu quarto separando minha roupa de corrida. Saio do meu quarto e vou direto para a cozinha encher minha garrafa d’agua enquanto estico minhas pernas, agradeço quando coloco o pé para fora de casa e vejo que não há nuvens, sem chuva hoje. 

              Hoje é aniversário do meu pai, pai esse que eu não vejo há 4 anos e que está vindo de Los Angeles em algumas horas para jantar comigo, ele me ligou essa semana e disse que precisava conversar e que era importante, mas não consigo imaginar o que seria importante para falar comigo quando já tinha deixado claro que não queria mais nada que viesse dele, dona Kate insistiu para que eu parasse de ser orgulhosa e escutasse meu pai, mas ela não tinha visto de perto como foi passar minha adolescência com ele na Califórnia enquanto treinava para as Olimpíadas. Eu não gostava de demonstrar o que sentia, eu não sabia demonstrar a maioria das coisas que sentia, para falar a verdade e então eu corria, colocava meus tênis e ia para a rodovia e se fosse necessário passava 3h correndo para aliviar o que estava sentindo. E era isso que eu estava indo fazer, assim que entro na I-5 S ligo meus fones no último volume e começo a aumentar a velocidade dos meus passos até que começo a sentir o vento bater mais forte no meu rosto e cabelos.

              Quando eu tinha 6 anos entrei no time de corrida da escola, meu pai era o professor de educação física e treinava o time feminino, eu amava, me sentia realizada de estar perto do meu pai e ainda mais quando ele ficava tão feliz que eu ganhava quase todas as corridas que participava, começamos a treinar mais e mais até que era a única coisa que fazíamos, minha mãe no início apoiava, mas com o tempo meu pai ficou obcecado demais em me fazer campeã de tudo que eu participava e eu focada em fazer o que ele queria que eu fizesse.  Com apenas 13 anos meu pai estava decidido que me faria uma medalhista de ouro, fez alguns contatos e montou uma pequena equipe com um fisioterapeuta, ele e um preparador físico, mas teríamos que nos mudar para a California e foi o que fizemos, minha mãe ficou louca, lembro de ver os dois brigando feio e na época sentia raiva dela, ele queria que eu corresse e eu queria correr, minha mãe não queria mais que eu treinasse do jeito que estava treinando e meu pai queria que eu treinasse cada vez mais. Eles se divorciaram e lembro de me sentir culpada por anos, cada vez que voltava do treino da noite e via meu pai sozinho achava que a culpa era minha e que ele estava lutando pelos meus sonhos, diferente da dona Kate. Quão tola eu era. Ele nunca fez por mim, sempre por ele.

              Sinto uma dorzinha na minha perna e vou diminuindo o ritmo, já fazia 1h que eu estava correndo e o dia movimentado de ontem mais a janta que fiz com Link e as garrafas de vinho deram resultado, meu corpo estava mais cansado que normalmente estaria. Levo minhas mãos nos meus joelhos quando paro de correr para recuperar o ar, respiro fundo algumas vezes e volto a ficar ereta, começo a caminhar enquanto troco de música, o sinal aqui nessa área era uma porcaria, minha internet não estava funcionando e a música começou a travar, tiro os fones e volto a correr, agora escutando o barulho dos pássaros nas arvores que rodeavam a rodovia e de alguns carros que passam, o movimento ainda não tinha começado então não eram muitos.  Eu estava prestes a voltar a correr quando vejo uma Lamborghini Urus cinza fazer a curva em alta velocidade e em linha reta, o carro subiu a mureta que dividia as vias e voou para o lado da pista que eu estava, o carro caiu de lado e com a força do impacto mais velocidade ele arrastou virado até o acostamento, não tinha ninguém além de mim e a Lamborguini capotada. Na hora puxei meu celular do bolso para chamar a ambulância enquanto corria até o carro, mas ainda não tinha sinal. Cheguei no carro mas não conseguia ver o motorista, a porta dele estava colada no chão e tinha muitos air bags, eu iria ter que escalar o carro para ver a situação da vitima antes de tentar virar o carro.

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