"Momento"

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Eu já estava na estação pronta para embarcar no expresso após duas semanas de férias. Meu pai teve que resolver algumas coisas no ministério então não pode vir.

Depois que contei a eles indiretamente sobre Mattheo, meu pai fazia perguntas "discretas" mas nem tanto, tentando de alguma maneira descobrir quem era.

Já minha mãe estava mais feliz que o normal, pediu para que eu o trouxesse para um jantar nas próximas férias.

Quem sabe...

— Mãe, eu vou entrar para procurar Pansy. - dou um beijo em sua bochecha rosada.

— Tudo bem, tome cuidado Mel. - deposita um beijo em minha testa.

Concordo com a cabeça pegando de suas mãos a gaiola de Hades, que já estava bem impaciente por estar preso.

Entro no vagão e meus olhos logo procuram pelo moreno, mesmo sabendo que o viria apenas em Hogwarts. Após passar por várias cabines encontro a cabine onde estava Pansy, Zabini e Malfoy.

Merlin, que ele não falasse nada absurdo para mim.

— Olá.- digo assim que passo pela porta.

— Olá princesinha. - Zabini afasta um pouco para que eu me sente ao seu lado. — Como foram as férias?

— Foram boas, normais como sempre... - Dou um sorriso de canto.— E as suas?

— Parkinson, você prefere que eu conte ou você prefere...- O moreno diz rindo olhando para a garota de cabelos curtos a frente.

— Vocês passaram as férias juntos? - Pergunto supresa. — Parkinson!

— Eu ia te contar assim que chegasse em Hogwarts. - Se encosta no banco fechando os olhos. — E em minha legítima defesa, eu não tinha muito tempo para escrever cartas, se você me entende... - Seus lábios repuxam em um sorriso.

— Eca, me deixe fora dos detalhes... - Faço uma careta vendo Blaise dando risada.

Pouco tempo depois Zabini já roncava ao meu lado enquanto Pansy dormi de boca aberta encostada no banco.

O casal perfeito.

Em algum momento meus olhos pousaram sobre o loiro sentando a minha frente, ele olhava pela janela como se estivesse em outro mundo. Draco estava visivelmente abatido.

Não sei por quantos minutos fiquei o encarnado, mas foi o suficiente para que o loiro percebesse.

— Pergunte. - Diz sem tirar os olhos da janela.

— Que? - Tento disfarçar olhando para outro canto da cabine.

— Eu sei que você quer saber algo, então apenas pergunte. — Me olha pela primeira vez.

— O que aconteceu com você? - As palavras saem quase como um sussurro.

— Está tão visível assim? - Sorri sem humor.  —Achei que já soubesse pelo seu namorado...

— Draco, e-eu... - Olho aflita para os olhos azuis que me fitavam. — Eu não sei de nada, mas se você precisar de ajuda...

— Você é boa demais Melinda. - Volta olhar para janela. — Boa até demais para tudo isso.

Eu sei que tudo aquilo provavelmente estava relacionado a guerra, mas não queria parecer metida, então apenas me mantive calada.

A buzina do trem sinalizava que finalmente havíamos chegados na estação de Hogsmeade, Pansy e Zabini acordaram assustados com o barulho.

O caminho até o castelo foi uma discussão entre Pansy e Zabini, onde os dois tentavam argumentar qual deles ficava mais feio dormindo.

— Se juntar os dois da uma bela obra de arte. - Draco diz assim que chegamos a entrada do castelo, em frente ao salão principal.

Heather passa por mim esbarrando seu ombro contra o meu me fazendo cambalear.

— Não está enxergando Carrow? - Pansy pergunta serrando os dentes.

— Está preocupada com a minha visão Parkinson? - sorri de maneira debochada.

— Olha aqui sua vadia... - Seguro seu braço para que ela não avance sobre a garota.

— Oque Parkinson? Eu poderia fazer você virar fumaça.

Me meto no meio das duas ficando na frente da morena.

— Está ameaçando minha amiga Heather?

— E se for LeClair? - Me aproximo ainda mais dela.

— Eu aconselho a não fazer isso... - Dou um sorriso de canto. — Se você quiser continuar a sorri por aí com todos os dentes visíveis.

— É isso ai, filhote de trasgo... - ouço Pansy dizer por cima de meus ombros.

A garota fecha o rosto novamente passando por mim esbarrando em meu ombro novamente.

— Uau, onde estava escondida está Melinda? - Pansy pergunta assim que me viro para ela.

— Apenas vamos... - Dou risada seguindo até as masmorras enquanto Pansy xinga Heather com xingamentos que eu nem ao menos sabia que existiam.

Assim que a porta da comunal se abre vejo que vários alunos estavam por ali, conversando com seus amigos, contando uns aos outros sobre as férias.

— Vamos até o dormitório?

— Pode ir. — Eu vou procurar Mattheo.

Ela concorda subindo para o dormitório feminino, enquanto eu sigo até o dormitório masculino.

— Theo... - Chamo após bater algumas vezes na porta.

— Entre.

Dou um sorriso ao vez o moreno sentado na cama, fecho a porta atrás de mim me dirigindo até onde ele estava.

— Senti sua falta. - Me encaixo no meio de suas pernas, suas mãos agarraram meus quadris largos.

Ele se levanta ainda com as mãos sobre meu corpo me puxando para um beijo. As mãos dele apertavam cada parte possível do meu corpo fazendo com que as borboletas em meus estômago se agitassem.

Puxo levemente seus cabelos mas antes que o beijo se aprofundasse suas mãos me param cortando o beijo.

— Não podemos... - diz próximo aos meus lábios.

— Não podemos oque amor? - Pergunto olhando com curiosidade.

Mattheo ficou em silêncio por um tempo, fazendo com que eu afastasse meu corpo do seu esperando por uma resposta.

— Não podemos mais fazer isso... - Passa as mãos pelo cabelo.— Não podemos ficar mais juntos.

— Está brincando certo? - Dou risada.

Ele só poderia estar brincando.

o moreno permanece em silêncio fitando os próprios pés, nenhuma resposta veio dele.

Ele não estava brincando.

— Por que? - pergunto já sentido os olhos encherem de lágrimas. — DIGA MATTHEO, que merda é essa? Por que não podemos ficar juntos?

— POR QUE EU NÃO QUERO MAIS. - Eleva o tom de voz assim como eu havia feito. — Eu não quero mais você Melinda, foi apenas um momento... não passou disso, não percebe?

— Momento? - Meu estômago se embrulhou. —Você mentiu esse tempo todo?

— Não! - Responde em prontidão — Foi tudo verdade no início, mas já passou, eu não sinto mais...

Por um segundo, eu senti todo ar se esvaziar, minha pernas pareciam querer ceder a qualquer momento e meu estômago se revirava, mas já não eram mais pelas borboletas.

Ele me encarava enquanto eu permanecia parada sentido as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— Diga alguma coisa... - pede se aproximando. — Qualquer coisa.

Dou um passo para trás.

— Fique longe de mim.

Be with me - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora