— Melinda, espera. — A voz grave ecoava pelo corredor conforme eu acelerava os passos.
Entrei no meu dormitório fechando a porta atrás de mim, logo em seguida entrando na porta do banheiro, também a fechando.
— Mel... abra a porta por favor.
Ignorei seus pedidos ligando o chuveiro deixando que o barulho da água abafasse sua voz, retirei toda minha roupa e me coloquei em baixo da água gelada.
— Me diga... — Minha voz saiu firme. — Como estava o trabalho Mattheo?
— Mel, por favor.
— Diga!
— Loren estava em um dos bares onde fui chamado para resolver alguns problemas.
— Loren... — Uma risada triste saiu dos meus lábios. — Então você já a conhece, certo? Foi por isso que você não apareceu ontem à noite?
— Claro que não, por favor, não pense isso. — Sua voz saiu arrastada. — Você sabe que eu não faria isso, nunca.
— Tanto faz...
Ouvi pedidos de desculpas serem sussurrados do outro lado da porta enquanto a água continuava escorrendo, se misturando com as lágrimas que escorriam por meu rosto.
Desliguei o chuveiro me enrolando na toalha branca que estava sobre a pia, não me dei o trabalho de secar os cabelos ou meu corpo antes de abrir a porta.
Mattheo estava sentando, encostado na porta com a cabeça entre as mãos. Passei por ele sem nem ao menos olhá-lo, mas logo ele se levantou vindo em minha direção.
— Melinda, me escute. — Implorou com a voz embargada. — Me desculpe por não ter ido para casa, mas não teve nada haver com Loren, não diretamente.
— Não diretamente? — Trinque os dentes. — Por que você não me diz de uma vez a porra da verdade?
— Porque eu não sei se você entenderia.
— Então saia. — Minha mente formulava em frações de segundos diversas possíveis cenas do que poderia ter acontecido.
— Céus, não pense isso, eu nunca trairia você Melinda, eu juro.
— Eu já disse, não entre na minha mente. — Resmunguei sem conseguir olhá-lo.
— Impossível quando você está me xingamento de mil maneiras diferentes em sua mente.
— Então me diga, me diga por que!? — Pedi me virando para finalmente encarar seus olhos. — Me diga Mattheo, por que ela se sentiu na liberdade de beija-lo?
Riddle não disse nada, apenas me olhava com aqueles malditos olhos castanhos suplicantes.
— Entendi. — Suspirei me virando de costas.
— Me deixe te mostrar.— Pediu segurando com as mãos firmes minha cintura coberta pela toalha.
Eu não poderia simplesmente não ouvir sua versão, ou não dá-lo a chance de se explicar, aquilo me machucasse ou não, eu queria apenas a verdade, então concordei com a cabeça me virando para ele.
Uma dor nauseante atingiu minha mente quando Riddle apontou um varinha para mim liberando suas lembranças.
"Mattheo caminhava até um bar que mais parecia um taberna, o garoto havia sido chamando após uma denúncia de que ali dentro acontecia duelos com varinhas, incluindo o uso de maldições imperdoáveis. Ele havia chegado no exato momento em que os feitiços eram lançados, quando se encostou em uma canto escuro o suficiente para que poucas pessoas o vissem, uma garota de cabelos castanhos veio em sua direção. Seu rosto estava pálido e sombrio, ela pediu ajuda ao garoto para que pudesse carregar seu pai até em casa. Ela havia explicado que o pai sempre participava dessas lutas e acabava perdendo, caído bêbado em algum canto empoeirado do local..."
Fechei fortemente os olhos, bloqueando as lembranças de mattheo, não queria ver mais, queria poder olhar em seus olhos e acreditar em cada palavra que saísse de sua boca.
— Você não terminou... — O moreno falou.
— Conte, o que aconteceu depois?
— Deixei os dois em casa, quando olhei o relógio já estava atrasado, mas ainda iria para casa te encontrar. — Olhou para os próprios pés. — Mas eu não poderia voltar...
— Por que?
— Eu havia perdido algo. — Franzi a testa. — Estava comigo à noite toda, mas quando me dei conta já não estava mais... Eu não poderia voltar para casa sem aquilo.
— Ao contrário de você eu não sei ler mentes Mattheo, então se você puder me dizer do que está falando.
Suas mãos trêmulas foram até o bolso da calça preta que ele usava, tirando dali uma caixinha preta.
— Estou falando disso. — Abriu a caixa revelando um lindo anel com uma pedra ao meio e duas em cada lado. — Eu nem ao menos disse nada a eles quando me dei conta que o anel não estava no meu bolso, apenas sai correndo até a taberna para procurá-lo.
— Passei horas procurando, revirei cada centímetro daquele lugar, não iria sair de lá sem o seu anel. — Mattheo disse ainda com o anel em suas mãos. — Eu o encontrei jogado em baixo de um dos bêbados caídos pelo chão, aparatei logo em seguida para casa, mas vocês já haviam saído, por isso vim até aqui.
Eu não sabia ao menos o que dizer, e me amaldiçoei pelas seguintes palavras que saíram da minha boca.
— E Loren?
— Eu estava indo até seu dormitório quando ela me chamou para agradecer o que eu tinha feito pelo pai. — Respondeu se aproximando. — Eu nunca daria liberdade para que ela pensasse em me beijar, eu já disse uma vez e continuarei dizendo quantas vezes for preciso, a única mulher em quem eu penso é você, sempre foi você.
— Por que pensou que eu não entenderia? Sabe, que você ficou para ajudar alguém...
— Porque eu sabia o quanto estava ansiosa para nos vermos, eu também estava. — Sua mão livre tocou minha bochecha. — Eu estava passando em frente a uma joalheria quando vi o anel, fique tanto tempo parado em frente a vitrine que vieram me perguntar se eu estava bem. Naquele momento eu só conseguia imaginar o qual bonito ele ficaria em sua mão, e o quanto eu desejava torná-la minha esposa.
Meus olhos se encheram de água no mesmo momento em que as palavras saíram dos seus lábios vermelhos.
— Então você iria me pedir em casamento? — O moreno sorrio.
— Eu não iria pedir... — Se aproximou dando um selinho em meus lábios. — Eu irei pedir.
Mattheo Riddle agora estava ajoelhando diante de mim, com a aliança em sua mão enquanto seus olhos estavam fixos nos meus e sua mão livre segurava a minha mão.
— Não foi assim que eu planejei, mas, Melinda LeClair, você aceita ser minha esposa?
Meu coração parou por alguns segundos e então voltou disparado, mil borboletas pareciam dançar em meu estômago e todo meu corpo se arrepiou.
Puxei suas mãos fazendo com que ele levantasse, meu corpo todo parecia estar quente e ao mesmo tempo congelando. Seus olhos ainda me olhavam com curiosidade.
— Você poderia pedir me pedir em casamento apenas com um lacre de garrafa novamente, eu diria um milhão de vezes que sim Riddle. — Sorri segurando seu rosto em minhas mãos. — Eu aceito.
ai como eu amo um clichê sabe...
Provavelmente vou tirar essa semana para fazer os capítulos de "I lie for Two", mas até o próximo por aqui, espero que gostem. ❤️
Fiquem bem!!
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Be with me - Mattheo Riddle
Fanfiction"Deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem ." Sócrates Melinda LeClair é uma jovem calma, alegre e extremante amorosa. Tem sua vida mudada do di...