Proteção

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Meu corpo protestava a cada gota de água que caia do chuveiro em lugares que estavam extremamente doloridos. Minhas pernas por diversas vezes falharam, me fazendo apoiar nos azulejos frios para que eu não atingisse o chão. Olhei para meus pés e a água estava vermelha, conforme todo sangue seco saia do meu corpo. Draco havia cuidado do corte em minha cabeça, mas ainda doía muito, uma dor de cabeça infernal.

Ainda não havia compreendido como eu estava ali, tudo tinha sido rápido demais e eu não tive ao menos tempo para tentar entender o que havia acontecido. Afinal, como eu não estava morta?

Se me perguntassem a sensação, eu simplesmente diria; Sinto que minha alma foi arrancada do meu corpo.

Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e olhei pela primeira vez meu reflexo no espelho. Uma vaga lembrança de como eu era em beauxbeatons me atingiu, e por um momento desejei com força ter tudo aquilo novamente, desejei ter continuado na França, desejei ter um vida normal, desejei ouvir o canto dos corais de ninfas que eu tanto odiava durante os jantares, desejei usar novamente aquele uniforme azul de seda...

Mas então me lembrei dele.

Algumas lágrimas começaram a se formar em meus olhos e me senti envergonhada em querer que tudo voltasse ao que era antes, dessa forma eu nunca conheceria Mattheo. Amá-lo doía, era como se fôssemos o oposto, como se de alguma forma o destino não permitisse que ficássemos juntos, como se fôssemos apenas mais um amor com cicatrizes que nunca se fechariam.

Mas imaginar um mundo onde eu não o conhecesse, onde eu não tivesse a sensação de seus toques sobre minha pele, seus lábios sobre os meus, parecia ser tortuoso demais.

Eu queria a sensação de um vida tranquila novamente, mas eu precisava fazer isso com Mattheo, fosse da vontade do universo ou não.

Coloquei a roupa que Pierre havia trazido para mim, era um vestido, largo o suficiente para que eu me sentisse confortável. Assim que terminei de me visitar, abri a porta do quarto e pela primeira vez caminhei pelos corredores da casa onde eu estava.

Percebi que eu estava um andar abaixo, então aos poucos, ainda sentido muita dor, subi as escadas enquanto meus pés tocavam o chão de madeira que rangia. Passei por uma pequena cozinha e cheguei até a sala onde Malfoy e Martin estavam sentados, cada um em uma poltrona.

- Posso me juntar a essa conversa agradável? - zombei atraindo seus olhares até mim.

- Fique a vontade LeClair. - Malfoy disse sorrindo, assim como Pierre que também sorria enquanto observava meus passos até o sofá a esquerda.

- Ainda sente muita dor? - Pierre perguntou. - Há algo que eu possa trazer para você?

Dei um sorriso para o garoto que mantinha uma feição preocupada em seu rosto.

- Ainda dói, mas não se preocupe Pie, vocês já fizeram o suficiente por mim.

- Fui até sua casa pegar algumas roupas, espero que não se importe. - Draco disse cruzando uma perna sobre o joelho.

- Meus pais eles... - Minha voz falhou ao imaginar como meus pais ficariam abalados.

- Não, eles não sabem que você...bem, que você "morreu." - O loiro continuou. - Eu deixei a eles uma carta, falei que você visitaria sua tia por um tempo...

- Obrigada Draco.

- Eu faria qualquer coisa por você Melinda... - Ele diz abaixando o olhar. - E também também é uma forma de me desculpar com você.

Be with me - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora