"Provas"

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Era finalmente o dia das provas finais, esses últimos dois dias haviam sido infernais. Draco me perseguia o tempo todo, mas eu apenas o ignorava, não queria ouvir suas desculpas, muito menos estar perto dele. Saber que finalmente o ano letivo estava chegando ao fim me fazia aliviar um pouco a tensão. Apenas queria ir para minha casa e não lidar com todo esse drama que me ronda desde que entrei em Hogwarts.

Umbridge aplicaria a prova para os alunos do quinto ano no grande salão. Minhas mãos suavam e cogitei até mesmo tomar uma poção calmante. Me preparei tanto, mas minha mente insistia em focar em qualquer outra coisa que não fosse a prova.

O papel a minha frente parecia embaralhar as palavras enquanto o ponteiro do bendito relógio não parava de fazer barulho.

Pego a pena buscando lembrar tudo aquilo que havia estudado. Quando finalmente me concentrando nas respostas que saiam da ponta da pena com facilidade.
Depois de longos minutos revisando  minha prova, deixo a pena sobre a mesa. Meus olhos focam para frente, onde todos ainda pareciam concentrados, mas um barulho alto nos faz olhar para trás.

A porta da frente é aberta e dois ruivos entram voando em suas vassouras jogando diversos fogos de artifícios e fazendo as provas voarem, agarro meu papel pois, apesar de estar gostando do show dos Weasley, eu havia estudado para aquilo.

Os fogos continuavam, fazendo Umbridge ficar louca enquanto os alunos aproveitavam o momento. De repente um grande dragão feito com fogos de artifícios segue Dolores até o lado de fora do grande salão. Todos correram para fora acompanhando a grande confusão, que estava sendo a maior diversão do ano. Era hilário ver como a bruxa rosa tentava desviar dos feitiços usados por Fred e George.

Decidi sair dali deixando minha prova perfeitamente sobre minha mesa, mas conforme eu dava os passos me afastando, ainda era possível ouvir as risadas dos alunos.

Entro na comunal da sonserina, me sentando em uma grande poltrona e me afundando ali.

— Pelo jeito eu não fui a única a achar patética a apresentação dos Weasley... - Pansy se senta na poltrona ao lado.

— Eu não achei patética Pan, na verdade eu gostei bastante. - Respondo me virando para olhá-la. — Apenas precisava de um pouco de silêncio.

— Você conversou com ele? - A garota não precisava nomear, eu sabia exatamente de quem ela se referia.

Eu não estava evitando apenas Draco, mas todos os outros assuntos relacionados a ele. Havia contando a Pansy apenas o básico para ela entendesse tudo que havia acontecido, e o por que de eu evitar Draco esses dias. O colar do garoto ainda pendia em meu pescoço, ficava escondido por baixo das roupas, mas estava ali. Afinal, era um presente bonito e eu não fazia questão de olhar em seu rosto para devolvê-lo.

—Não. - Minha resposta saiu mais seca do que eu gostaria. — Não há o que conversar.

Pansy entendia minha falta de interesse em continuar aquela conversa, então por fim apenas mudou de assunto rapidamente.

— Você irá me visitar certo?

— É claro que sim...- Um sorriso surge em seus lábios. - Você não se livrará de mim nas férias Parkinson.

— Merlin, me ajude... - Sorri bagunçando meus cabelos.

As risadas cessam quando Draco entra pela porta da comunal com o nariz sangrando, manchando sua perfeita camisa branca. Zabini entrava logo atrás. Pansy se levanta assim que os vê, indo em direção aos sonserinos agora sentados em um sofá um pouco a frente.

— O que aconteceu? - Pansy pergunta a Zabini , enquanto Draco segurava um pano sobre o nariz, estancando o sangue que escorria.

— Aquele desgraçado... - Draco fala gemendo talvez pela dor. - Vou acabar com ele.

— Riddle - Zabini responde a pergunta de Pansy e meus olhos se arregalam, Riddle?

Por que Mattheo socaria o rosto de Malfoy? Eu sabia que eles não se gostavam, mas se evitavam o máximo que podiam, nem ao menos se olhavam.

— Mas por que? - Vi Pansy segurar uma risada.

Pensei em me levantar e sair dali, mas prossegui ouvindo toda a conversa.

— Não sei, estávamos no campo de quadribol, Mattheo apenas socou Malfoy com tanta força que ele quase desmaiou... - Zabini responde novamente a pergunta de Pansy.

—Obrigada pela explicação Blaise. - O tom de voz era ríspido.

— Você precisa ir até Madame Promfrey Draco, seu nariz não está nada bonito...-  A morena me olha de canto, percebendo que eu ainda estava ali.

Me levanto da poltrona seguindo até os três sonserinos, todos me olhavam atentos, puxo minha varinha das vestes apontando para o rosto do loiro, que se assusta com meu movimento.

— Episkey. - Pronuncio o feitiço fazendo com que o nariz do loiro voltasse ao lugar, ouvido seu gemido de dor com o estralo.

Saio dali rapidamente subindo as escadas que davam acesso aos dormitórios, mas antes que pudesse abrir a porta as mãos de Malfoy seguram meus braços.

— Mel... - Me viro para olhá-lo.

—Sim, Malfoy? - Ânimo não se fez presente em minha pergunta.

— Obrigada. - Sussurra abaixando o olhar. — E mais uma vez, me desculpe Mel, sinto sua falta!

— De nada Malfoy. - Respondo ignorando suas últimas frases.

Abro a porta entrando no dormitório e a fecho logo em seguida deixando o loiro do outro lado.
Eu até poderia perdoar Draco algum dia, mas não esqueceria como ele me fez me sentir uma grande idiota durante esses dois dias.

Quer saber, que se foda Draco Malfoy.

Deito em minha cama me desligando de tudo do lado de fora, apenas consigo pensar em como eu queria as férias. Ouço a porta do quarto se abrir e os cabelos escuros de Pansy deslizando para dentro do quarto, se deitando ao meu lado na cama, apenas olhando para o teto assim como eu.

— O que você gastaria de ser? - Pergunta cortando o silêncio.

— Auror talvez. - Respondo a primeira coisa que me vem à mente.

— Você sendo auror? Qual é Mel, você é a pessoa mais doce que eu já conheci.- Sua risada era rouca.

— Eu não sou tão doce assim Pansy. - Tentava ao máximo segurar o riso. — E-eu posso ser bem má...- Começo a ri falhando na missão de me manter seria.

— Sim Melinda... - Gargalha. — Você é muito má, acabou de ajudar o garoto que partiu seu coração... - Os risos cessam.

— Draco apenas me decepcionou Pansy, para partir meu coração eu precisaria amá-lo. - Digo a olhando. - Meu coração não pertence a Malfoy, nunca pertenceu talvez...

— Ora senhorita LeClair, e a quem ele pertence?

— Não sei... - Realmente não sabia. — Talvez a algum trouxa que irei conhecer daqui uns anos, provavelmente em algum bar em Londres, enquanto me afogo em álcool tentando esquecer os problemas da minha futura profissão. - Imagino uma história qualquer.

— Um trouxa Mel? Sério? - Apenas dou de ombros.- Esperava mais de você.

— E você Pansy? - Curiosidade me consome. - A quem pertence seu coração?- Ela apenas  revira os olhos. - Se é que você tem um...

— Não, espera não diga nada. - Continuo. — Talvez seja...hm, deixe-me pensar, Zabini? - Sinto um travesseio atingir fortemente meu rosto.

— Retiro minhas palavras.- Pansy diz - Você é cruel Melinda, muito cruel.... - Rimos tanto que minha barriga começava a doer, apenas pelo simples ato de respirar.

Be with me - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora