Reunião.

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Mattheo Riddle

Aquela havia sido a pior noite de toda minha vida, havia acordado jogado sobre o tapete, ao meu redor haviam garrafas de álcool vazias e muitas pontas de cigarros. Minha cabeça doía como nunca e aos poucos me recordei do fatídico momento em que lancei a maldição imperdoável.

Era como se eu estivesse ali, não apenas o corpo, mas a consciência também, talvez fosse mais um dos truques de Voldemort para me fazer sentir culpado, não que fosse necessário, pois eu já me sentia assim de qualquer maneira.

Tudo veio à tona, a voz suplicante da garota a minha frente, o olhar de medo, as lágrimas que escorriam por seu rosto perfeitamente esculpido, o corpo encolhido, o olhar que ela direcionou a Pierre e Draco, como quem dizia "está tudo bem, não se preocupem."

Porra Melinda, não estava tudo bem.

Me levantei andando de um lado para o outro tentando tirar todas aquelas cenas da cabeça, mas então eu vi seu corpo caindo, como em câmera lenta, o olhar que ela me lançou antes que seu corpo colidisse ao chão foi o pior de todos.

Aquilo doeu, doeu tanto que eu nem me importei quando minha mão atravessou o espelho fazendo com que ele se estilhaçasse, enquanto os cortes na minha mão faziam o sangue escorrer.

Desejei com todas as forças ter minha Melinda de volta, queria poder ter sido capaz de montar uma família ao seu lado, de poder passar cada segundo aproveitando sua companhia, de vê-la se tornar tudo aquilo que sempre havia sonhado.

Narcisa foi a única que veio até meu quarto, em suas mãos havia um prato de comida e a mulher não saiu até se certificar que eu comeria ao menos uma garfada, além disso ela trouxe um aviso de Voldemort, que requisitava minha presença em uma reunião.

Não tinha vontade de olhar para cara de nenhum deles, mas se eu quisesse continuar meu plano de matá-los, precisaria me mostrar no mínimo interessado em suas reuniões.

(...)

A gigantesca mesa de madeira preta reluzia enquanto ao seu redor se acomodavam diversos comensais da morte, incluindo Voldemort que se sentava na cabeceira da mesa, seus olhos monitoravam cada passo meu.

- Junte-se a nós meu filho... - Disse gesticulando com os braços para um assento próximo ao dele.

Me sentei em silêncio e assim permaneci a reunião toda, enquanto Voldemort instruía os comensais de como seria feito o ataque a
Hogwarts. Em dois dias todos aparatariam nas proximidades de Hogwarts, já que essa prática não era possível dentro da escola, então a partir disso seguiriam o caminho a pé.

Minhas mãos se fecharam em punhos por baixo da mesa quando foi deixado bem claro que nenhum bruxo "traidor de sangue" deveria ser poupado, ou qualquer um que se opusesse ao Lord das Trevas.

Draco parecia estar tão tenso quanto eu, seus dedos mexiam sem parar na manga da camisa e seu rosto estava pálido. Antes que a reunião acabasse o garoto pediu permissão para se retirar da sala.

Continuei ali, apenas ouvindo cada um dos passos que seriam dados durante a guerra pelo exército de comensais. Eu vingaria a morte de LeClair, como o sangue de todos eles em minhas mãos.

Quando a reunião terminou, não me importei com os burburinhos a minha volta. Apenas subi as escadas para que eu pudesse novamente me afogar em álcool e drogas.

E para que mais um vez eu lembrasse dela.

Draco Malfoy

Eu precisava sair daquela sala, não aguentava permanecer ali dentro nem mais um segundo. Olhar para meus pais e ver no que eles haviam se transformado, ver que o sorriso no rosto da minha mãe já não existia mães, era doloroso.

Prometi fazer o que fosse preciso para ajudá-los, nem que eu estivesse do lado errado da guerra, faria tudo para mantê-los vivos.

Quando soube que atacariam a casa de Melinda, eu me ofereci para ir junto, fiz Bellattix me prometer que não encostaria nela, mas as promessa da minha tia não tinham validade alguma.

Nunca quis machucá-la, fui um babaca quando me deixei cair nas garras de Astória, mas minha intenção nunca foi ferir os sentimentos de alguém, especialmente os de Melinda.

Não podia acreditar quando vi seu corpo jogado ao chão, como se não tivesse nenhum valor, como se não fosse uma vida que acabara de ser destruída, como se não tivesse ninguém para defendê-la. Senti meus ombros pesaram e não consegui evitar ao cair de joelhos assim que todos deixaram a casa. O garoto que estava ali, Pierre, não soltou o corpo de Melinda em nenhum segundo, seus dedos gentilmente deslizavam pelo rosto sem vida da garota.

Me desfiz de todos aqueles pensamentos subindo as escadas até meu quarto pegando minha capa que estava jogada sobre a cama. Dei alguns passos para longe da casa enquanto olhava por cima dos ombros para ter certeza que nenhum comensal me observava.

Assim que eu já estava longe o suficiente dos feitiços em torno da casa, aparatei, parando em frente a uma casa simples, o muro baixo de pedras, algumas flores enfeitavam o pequeno jardim agora molhado por conta da chuva que caía.

Cuidadosamente abri a porta que rangeu um pouco devido ao longo tempo inutilizada, acendi uma das luzes e me direcionei até as escadas que davam ao andar de baixo ouvindo aos pingos de chuva baterem sobre o telhado. Assim que abrir a primeira porta a direta meu coração se apertou, minhas mãos tremiam involuntariamente e o nervosíssimo fez com que meu corpo esquentasse.

Retirei a capa do meu corpo, dobrando a camisa até o cotovelo.

- Como se sente? - Perguntei me sentando na beirada da cama.

Um sorriso fraco surgiu em seus lábios cortados, seu rosto ainda pálido com alguns marcas com o sangue já seco.

- Viva... - Respondeu Melinda, seus olhos foram até meu antebraço enquanto ela com dificuldade segurava minha mão, passando os dedos finos por cima da marca. - Sinto muito por isso Draco.

- Eu também sinto Mel. - Apertei um pouco seus dedos observando seu rosto. - Estou feliz que tenha acordado.

Pierre entrou no quarto segurando uma toalha e algumas roupas.

- Como? - Ela sussurrou com os olhos marejados. - Como estou aqui?

Antes que eu pudesse respondê-la a porta se abriu chamado nossa atenção. Pierre entrou no quarto segurando uma toalha e algumas roupas.

- Achei que gostaria de trocar de roupa... - disse sorrindo na direção da garota. 

Com muito esforço Melinda levantou-se da cama, sua camisola branca estava com grandes manchas vermelhas de sangue e alguns rasgos mostravam mais do que deveriam.

- D-deixaremos você sozinha para se limpar.- Pierre disse talvez percebendo a mesma coisa que eu.

Antes que fechássemos a porta a voz doce ecoou pelo quarto, nós fazendo olhar para trás.

- Obrigada, por cuidarem de mim.

E de repente o peso nos meus ombros sumiu.

Melinda estava viva, estava bem.



















Estão mais calmos agora?

Obrigada pelas ameaças de morte tá!? Também amo vocês kkkkkkkkk

Be with me - Mattheo Riddle Onde histórias criam vida. Descubra agora