Mattheo Riddle:
Eu não tinha certeza se o inferno realmente existia, mas com toda certeza uma prévia de como ele seria estaria na mansão Riddle, ou melhor, no covil dos comensais. Nunca senti que aqui fosse um verdadeiro lar, mas desta vez estava pior, mais sombria que nunca. Qualquer resquício de felicidade era deixado do lado de fora das grandes portas escuras.
- Qual o problema com a jovem Carrow? - A voz fria do meu pai soa atrás de mim enquanto sua mão apertava meu ombro.
- Eu já disse que não me casarei. - Digo pela milésima vez desde que cheguei a mansão.
- Um dia você herdará tudo que eu venho construindo meu filho. - Diz enquanto Nagini se enroscava em suas pernas. - Precisará de alguém de confiança ao seu lado, como Bellatrix, uma fiel seguidora...
- Apenas isso não é? - pergunto. - Você nem ao menos a ama...
- Amar é um erro Mattheo. - fixa os olhos frios sobre mim. - Amar te deixa fraco, vulnerável.- Me analisa sem demonstrar nenhuma expressão.- Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem. - Puxa meu rosto com as mãos para olhá-lo.- Lembre-se sempre disso, esqueça aquela garota.
- Já disse que não temos nada. - Afasto suas mãos. - Mas não se preocupe, não precisarei de um cachorro de estimação ao meu lado, Heather não passaria disso.
Saio dali o mais rápido possível dando de cara com alguns comensais que provavelmente estavam chegando de outro ataque comandado por Voldemort.
Subo até meu quarto, me deito na cama e me permito ter um segundo de felicidade ao lembrar do sorriso dela. Fecho os olhos para imaginar o momento em que voltaria para os seus braços enquanto ela está me esperando.
Ouço algumas batidas na porta mas apenas ignoro, não estava com paciência para lidar com ordens do meu pai nesse momento.
- Você é surdo? - Malfoy pergunta entrando no quarto.
- E você é louco de estar pisando aqui? - Me levanto me aproximando sentido meus dedos formigarem.
Conviver com Malfoy nesses dias tem sido um tanto quanto estressante, não conseguia aceitar o fato de que ele já havia encostado em Melinda.
- Melinda está ferida. - Ele diz rápido.
- Não estamos juntos, não me importo. - digo dando de ombros, quem iria me garantir que aquele não era mais um dos truques de Voldemort.
- Você ouviu o que eu disse? - O garoto pergunta cerrando os dentes empurrando meu peito.
- Eu ouvi, e não me importo! - Mesmo que fosse mentira, doía apenas em dizer aquilo. - Agora saia do meu quarto!
- Você pode enganar seus pais Riddle, mas não me engana.- Diz sorrindo de canto cruzando os braços.
- Não é um bom dia para me irritar Malfoy. - aviso o pegando pelo colarinho da camisa.
- Estávamos no Beco Diagonal... Ela estava lá, Bellatrix a reconheceu.
Mas que merda Melinda estaria fazendo lá?
- O que? - pergunto apertando mais sua camisa em meus dedos. - Por que você me diria isso? Não irei cair em uma armadilha Malfoy.
- Eu não dou a mínima para você Riddle, mas eu me importo com ela. - Seguro a vontade de soca-ló ao vê-lo falar da minha garota.- Bellatrix não poupou esforços ao machucá-la.
Eu não conseguia raciocinar direito, as palavras de Draco ecoavam em minha mente.
Melinda estava ferida, minha Melinda.
- Ela estava viva? - É a primeira frase que sai dos meus lábios. - RESPONDA PORRA. - grito alto segurando seu pescoço.
- Eu não sei. - Tenta se soltar. - Se quer um conselho Riddle, não se atreva ir agora, ele está de olho em cada passo seu.
- Não preciso de seus conselhos Malfoy! - Me afasto sentando na cama, apoiando a cabeça em minhas mãos.
- Você sabe que ele irá matá-la. - Abre a porta do quarto. - Não deixe que isso aconteça.
Pego minha varinha desferido feitiços aleatórios por todo o quarto, quebrando cada quadro que estava perfeitamente pendurado na parede preta.
Uma lágrima fina escapa dos meus olhos enquanto imploro mentalmente para que Melinda esteja bem, não conseguiria me imaginar sem ela, mas se algo acontecesse eu mataria Bellatrix com minhas próprias mãos, eu não mediria esforços para isso.
(...)
Melinda LeClair:
Posso sentir cada osso do meu corpo latejar enquanto minha cabeça parece girar em uma velocidade consideravelmente rápida. Tudo parece doer e eu nem ao menos tenho coragem para abrir os olhos.
Estava com medo.
Medo de abrir os olhos e encontrá-la novamente, medo de sentir toda aquela dor, medo de não resistir a mais uma maldição.
- Ah minha querida... - Ouço a voz chorosa de minha mãe e só então abro vagarosamente os olhos.
Respiro aliviada ao notar que eu estava em casa, minha mãe chorava entre soluços do lado da cama enquanto meu pai abraçava seu corpo frágil pelos ombros.
- Veja quem acordou Agnes. - Meu pai diz sorrindo fazendo minha mãe olhar para mim.
- Filha... me desculpe... por favor. - Ela pede enquanto os soluções se intensificam.
- Mãe, eu estou bem... - Forço um sorriso segurando a lágrima que queria escorrer assim que tento me ajeitar na cama.
Olho para meu braço onde sentia o maior incômodo vendo um grande corte estampado ali.
- Agnes querida, por que você não traz algo para Mel comer? - Meu pai pergunta a mulher chorosa a sua frente. - Aposto que nosso menina está morrendo de fome.
- Eu volto em um segundo... - Agnes deixa um beijo em minha testa e desaparece pela porta.
Olho novamente para meu braço tentando entender o por que de não ter cicatrizado, já que tinha a plena certeza que minha mãe havia cuidado de cada machucado.
- Veneno. - meu pai diz fazendo com que meu olhar subisse até seu rosto. - A faca que fez isto, estava com o veneno de uma cobra...
- Mas... - tento falar mas ele me interrompe.
- Não se preocupe querida, já cuidamos disso. - Acaricia meus cabelos. - Apenas irá demorar um pouco para cicatrizar.
- Me desculpe por não estar lá para defender você filha. - O mais velho pede me abraçando. - Quem te causou tudo isso?
- Bellatrix... - Engulo a seco apenas ao pronunciar o nome da mulher que me causou tanta dor. - Podemos não falar disso?
- Você está segura agora querida. - Meu pai me abraça um pouco mais forte me fazendo grunhir de dor. - Desculpe querida.
- Alguma notícia de Mattheo? - Pergunto olhando para o homem que abaixa o olhar.
- Nenhuma, mas tenho certeza que ele vira assim que souber do ocorrido.
- Você acha? - pergunto ao mais velho.
- Como seu pai, ainda estou de olho nele, mas não posso negar que o garoto é louco por você Mel.- Ele diz sorrindo. - Confesso até que ele lembra um pouco de mim quando era jovem, apenas não diga isso para ele. Não quero um genro puxa saco.
Um sorriso bobo surge em meus lábios ao lembrar dos meus olhos castanhos preferidos e nesse momento toda dor parece sumir por alguns segundos.
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Be with me - Mattheo Riddle
Fanfiction"Deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem ." Sócrates Melinda LeClair é uma jovem calma, alegre e extremante amorosa. Tem sua vida mudada do di...