Shawn
Eu finalmente estava livre. Esperava por esse dia há tanto tempo e agora, não sabia o que fazer. Talvez por causa do modo como as coisas acabaram. Estava tão acostumado a ter Fernanda atrás de mim, que fiquei um pouco aturdido quando recebi o recado de que estava liberado do nosso compromisso, do noivado arranjado sem meu consentimento que fez desmoronar o pouco que restava entre nós. Era triste pensar naquilo. Fernanda, que por quase dois anos foi tão encantadora, se tornou uma mulher carente e ciumenta, que reclamava o tempo todo e parecia avessa a tudo o que eu gostava. Nossas diferenças começaram a aparecer aos poucos, com pequenas reclamações que com o tempo foram se tornando insustentáveis. No terceiro ano, passamos mais tempo brigados do que juntos, e toda vez que eu dava uma segunda chance, não demorava muito para a mesma ladainha de sempre recomeçar. Aquilo foi me desanimando, me tirando a paciência, até eu perceber que estava em busca de algo que não existia mais. A doçura e companheirismo que me encantaram em um primeiro momento, não estavam mais ali. Quando a conheci, não pensava em me casar, mas aos poucos ela foi me conquistando com seu jeito educado e atencioso, com o amor que demonstrava pela profissão e fui percebendo que ela tinha todos os requisitos para ser uma ótima namorada e, quem sabe, futura esposa, já que nossa vida sexual também era ótima. No entanto, nossas vidas são feitas de ciclos e acredito que o nosso já estivesse encerrado há muito tempo, antes mesmo de reatarmos pela última vez, quando ficamos vários meses separados. Essa foi a única vez que deixei qualquer pessoa saber que não estávamos mais juntos, razão pela qual muita gente ficou estarrecida, especialmente o Alejandro, que adorava a Fernanda e achava que vivíamos num mar de rosas. A única pessoa que sabia das nossas idas e vindas, era Sandra, pois via, mesmo sem querer, a obsessão de Fernanda por mim. Mas, como a perfeita secretária que era, nunca comentou nada com ninguém. Apesar de tudo isso, de saber que nenhum de nós estava feliz, não queria que nosso relacionamento tivesse terminado de uma forma tão abrupta, com sua família me culpando de coisas infundadas, afinal, eles me conheciam e também sabiam muito bem como a filha deles era, com seu lado carente e melancólico, que eu sempre tentei compreender. Todavia, nenhum relacionamento deveria existir quando uma das partes sentia apenas compaixão pela outra e comigo não seria diferente. Eu gostava de sentir emoção e de ter sangue fervendo nas veias quando tinha uma mulher em meus braços e há muito tempo isso não acontecia quando me deitava com Fernanda. Totalmente diferente do que senti quando estive com Camila. Naquela noite minha alma pareceu ter ganhado uma injeção de energia sexual tão potente, que eu cheguei a sonhar por noites seguidas com aquele corpo macio gemendo embaixo do meu. Meu desejo por ela era tão forte que decidi me afastar. Não foi a decisão mais fácil que tomei na vida, mas era a coisa certa a se fazer em meio a tantos problemas. E Camila foi tão adulta ao entender a distância que impus entre nós. Sua sensatez me fez admirá-la um pouco mais e me deixava ainda mais atraído, o que bagunçava muito a minha vida. Entretanto, as coisas tendiam a melhorar, agora que não carregava mais o peso de um relacionamento fracassado. O barulho de algo caindo na casa de Camila me tirou de meus devaneios, deixando-me imediatamente alerta. Levantei-me da espreguiçadeira onde me deitara depois de não ter conseguido dormir e aproximei-me da cerca viva que dividia nossas casas para ver o que estava acontecendo.
— Quem está aí? — indaguei, mesmo sabendo que seria quase impossível que fosse um ladrão. Entrei mais um pouco no terreno a tempo de ver Camila despencando com escada e tudo no chão. Permaneci estático por alguns segundos, sem crer no que meus olhos viam. Assim que acordei, corri até ela.
— Por Deus, Camila, o que está fazendo? Tirei a escada de cima dela e a joguei de lado.
— Acho que coloquei a escada muito perto da parede. Sua resposta quase me fez revirar os olhos.
— Isso eu percebi, mas porque estava em cima dela? Camila se sentou e eu a ajudei a se levantar.
— Perdi as chaves de casa e estava tentando entrar pela sacada. Não dava para acreditar no que eu estava ouvindo. Às vezes parecia que Camila só havia crescido em tamanho.
— Podia ter me chamado ou ligado para um chaveiro 24 horas — sugeri, irritado.
— Pois é. — Foi tudo o que respondeu. Dava para ver que estava sem graça com a situação e pretendia deixá-la em paz, mas então senti cheiro de álcool e minha raiva voltou.
— Você está bêbada?
— Não, quer dizer, eu bebi um pouco, mas estou bem. Era a segunda vez aquela semana que ela bebia daquele jeito. O que estava acontecendo? Bom, não era hora de tentar achar respostas, ela precisava dormir.
— Venha, você pode passar a noite lá em casa e amanhã damos um jeito de chamar um chaveiro.
— Acho melhor ir para a casa dos meus pais — ponderou, mas na mesma hora meneei a cabeça. Não perderia a oportunidade de tê-la em minha casa, mesmo sabendo que seria uma tortura.
— Alejandro não vai gostar de ser acordado a essa hora, e muito menos de vê-la nesse estado — argumentei, sabendo que ele realmente não gostaria de vê-la daquele jeito, às 4h da manhã.
— Tudo bem — concordou, após pensar por alguns segundos. Depois que ela pegou algumas coisas que estavam no chão, guiei-a para dentro de casa, e foi impossível não a comer com os olhos enquanto subia a escada na minha frente com aquele vestido curto. Na mesma hora me lembrei de quando aquelas pernas longas enlaçaram minha cintura e me puxaram para que eu pudesse entrar ainda mais dentro dela. Com muito custo segurei um gemido, mas foi impossível conter uma ereção. Levei-a até um de meus quartos de visita, permanecendo na porta, não queria que ela desconfiasse dos rumos dos meus pensamentos.
— Tem toalhas no banheiro, se precisar de qualquer coisa, é só chamar — afirmei e saí de lá imediatamente ou não responderia por mim. O desejo que sentia por Camila era voraz e me consumia por inteiro. Balancei a cabeça, indignado com os rumos dos meus pensamentos. Não tinha cabimento desejar tanto uma garota que vi crescer e sempre me perguntava em que momento da vida o respeito que tinha por Alejandro se tornou menor que o tesão que sentia por sua filha. Camila Cabello sempre foi uma boneca e no início, apesar de lisonjeiro, eu apenas achava graça daquela menininha, de aparelho nos dentes, que me olhava como se eu fosse o homem mais bonito da terra. O problema é que aquela garotinha cresceu e foi se tornando uma adolescente linda e provocadora, mas naquela época mantive meu tesão por ela preso a sete chaves, pois antes de qualquer desejo impróprio, vinha a imagem de Alejandro e nossa amizade de longos anos. Por várias vezes questionei a mim mesmo se não tinha engatado naquele relacionamento com Fernanda, porque depois que Camila se tornasse maior de idade, minhas desculpas para não sucumbir ao desejo que tinha começado a aflorar em mim, se tornariam menores. Não ter ido ao seu aniversário de dezoito anos, foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, e levar Fernanda à sua casa no dia seguinte, uma das mais cruéis, mesmo não tendo sido minha culpa. De alguma forma eu sabia que seu amor não era um capricho de adolescente e me sentia culpado por aquilo, especialmente por a desejar também. Então, na época de sua partida quando subi até seu quarto para conversarmos e nos despedirmos, tinha a intenção de fazê-la enxergar que precisava me esquecer, pois estava certo de que ela passaria aquele tempo apenas esperando pelo dia em que voltaria para casa, para mim, e não sabia como reagiria a uma Camila adulta. Por isso, disse que meu relacionamento com a Fernanda era sério e pedi que ela aproveitasse a vida para não se arrepender depois. Morreria de remorso se ela voltasse intacta para casa por causa de mim, sendo que eu não tinha certeza de que poderia corresponder aos seus sentimentos. Tesão era uma coisa, já amor... Contudo, quando, cerca de dois anos depois, fiquei sabendo por Elise que Camila estava namorando bastante e se divertindo, senti um aperto enorme no peito. Pela primeira vez na minha vida, o homem das cavernas dentro de mim aflorou, tão possessivo, que tive vontade de ir até Boston e tomar posse do que sempre fora meu. Aquele sentimento insensato perdurou por vários dias. Foi nesse tempo que minha paciência com a Fernanda diminuiu e talvez por isso tenha persistido naquele namoro, pois me senti extremamente culpado por estar com ela, enquanto desejava outra mulher. Claro que depois de algum tempo minha razão voltou ao lugar e percebi o quão incoerente, imaturo e egoísta eu estava sendo com todos. Isso, porém, não fez melhorar em nada meu relacionamento, ele já estava desgastado e apenas por comodidade e pena eu permaneci com ela. Mas quando Camila voltou ao Brasil, todo o meu bom senso pareceu se esvair de dentro de mim. Ela me deixou completamente fascinado e não consegui tirar os olhos da mulher que ela havia se tornado. Uma mulher linda, cheia de atitude que em nada lembrava a garota pidona que vivia me chamando de marido e me provocando pelos cantos. Camila havia mudado muito, mas o desejo que sentia por mim ainda estava em seus olhos e foi difícil me segurar por todos aqueles dias. No entanto, ela não ficou atrás e aquilo apenas me intrigou um pouco mais. Era tão diferente de Fernanda, sempre carente, sempre correndo atrás... Mesmo depois da noite que passamos juntos em minha fazenda, não a vi rastejar ou exigir que eu tomasse uma atitude. Na verdade, me deixou chateado ao dizer que tinha sido apenas sexo, sendo que ambos sabíamos que não havia sido assim. Eu ainda tinha medo de nomear as coisas que sentia quando Camila estava por perto, a garota me deixava perturbado, duro e louco para arrastá-la até um canto escuro para fazer as maiores obscenidades com ela. Coisas que agora, sendo um homem livre novamente, eu poderia me permitir fazer. Mas o problema de homens na minha idade, era que o desejo era imenso, mas a razão ainda falava mais alto. Quantas vezes meus pensamentos me traíam e me levavam para uma cama com Camila, nua e a minha espera. A vontade de tomá-la era tão grande que meu pau chegava a doer de tão inchado. E aquilo acontecia com uma frequência enorme, estando ela perto de mim ou não. A única coisa que me segurava, eram os meus princípios e a dúvida de que tudo que sentia fosse apenas desejo, que essa loucura seria aplacada após algumas noites. Seria terrível assumir qualquer coisa, enfrentar meu amigo e sócio, para depois perceber que era apenas tesão reprimido por um inconsciente dominado pelas provocações de uma garota que sempre fora apaixonada por mim. E apesar de toda aquela consciência, o desejo continuava ali, queimando como fogo e formigando cada pedaço de pele do meu corpo. O lado racional do meu cérebro me lembrava, a toda hora, do respeito e amizade que sentia por meu sócio e amigo, mas meu lado irracional, juntamente com meu corpo traidor, me lembraram que no quarto ao lado, Camila estava nua, embaixo do chuveiro. Conseguia imaginar a água quente escorrendo por seu corpo dourado, contornando os lindos seios, enquanto suas mãos faziam o caminho que eu queria fazer com as minhas. Andei por meu quarto, com o pau duro de desejo, sabendo que Camila me desejava e bastava ir até seu quarto e tomá-la como minha. Seria tão fácil passar mais uma noite com ela. Mas e depois? E se fosse apenas desejo? Aquele questionamento sempre aparecia em minha mente e me colocava de volta em terra firme. Fazia-me pensar no que aconteceria depois que me envolvesse com ela, e isso se tornou meu freio para não agir de forma impensada. Camila não era uma mulher qualquer que eu pudesse ignorar no dia seguinte, ela trabalhava na mesma empresa que eu, morava ao lado da minha casa e era filha do meu melhor amigo. Meus atos tinham que ser pensados e repensados, o tesão não podia me dominar a ponto de me fazer perder uma amizade construída há tantos anos. Ficar com Camila significava assumir riscos que eu não sabia se estava preparado para correr. Perdi-me no tempo e nos pensamentos e quando dei por mim, a casa estava silenciosa novamente. Tomei um banho frio para acalmar o fogo que queimava meu corpo, coloquei uma calça de pijama que só usava quando minha mãe estava em casa comigo e decidi verificar se minha hóspede precisava de alguma coisa. Saí pelo corredor e fui até o quarto de visitas. A porta não estava completamente fechada e pude ver que as luzes estavam apagadas, com exceção do banheiro. Ela nunca gostou da escuridão e sempre mantinha alguma luminosidade dentro do quarto. Exceto no dia em que dormiu comigo, lembrei-me, de repente. Abri a porta e meus olhos varreram o quarto, encontrando-a deitada, de bruços e completamente nua. A cena era tão sexy que me vi hipnotizado. A filha da mãe sabia da nossa situação complicada e não estava disposta a facilitar a minha vida. Fiquei ali feito um maldito tarado, com o maior caso de bolas roxas da história e isso só piorou quando ela se colocou meio de lado, agarrou um travesseiro e abriu um pouco a perna para ficar mais à vontade, me dando a completa visão de sua boceta. Aquilo era uma tortura, um convite para a minha boca. Eu só precisaria dar alguns passos e chupar aquela boceta lisinha até aplacar meu tesão. Pensar naquilo me deixou com água na boca. Ainda me lembrava de seu gosto, da forma como se contorceu enquanto eu a chupava, do sabor do seu orgasmo. Subi o olhar e contemplei sua bunda redonda. Minha língua coçou e senti todo o sangue do meu corpo migrando para baixo. Aquele buraquinho quente e apertado me deixava louco de desejo. Conseguia imaginar minhas mãos separando as bandas de sua bunda e minha língua afundando em seu canal, deixando-o pronto para a invasão do meu pau. Eu a foderia sem pressa, testando sua elasticidade até que os primeiros centímetros ganhassem passagem. Enquanto isso, minha mão se perderia naquela boceta pequena e lisa e minha boca roubaria seus suspiros até que estivéssemos nos movendo na mesma sintonia, em busca do mesmo prazer. Inconscientemente, um rosnado baixo saiu de minha garganta, eu me sentia como um animal, pronto para abocanhar sua presa e sem conseguir me conter, massageei meu pau por cima da calça. Para tentar me acalmar, continuei percorrendo seu corpo. Pela posição, só conseguia ver uma parte do seio direito, mas nem precisava, aqueles seios perfeitos nunca tinham saído da minha mente. Nada em seu corpo naturalmente curvilíneo, que faria qualquer homem perder a cabeça, tinha se dissipado dos meus pensamentos e aquilo apenas me torturava, dia após dia. Mas após tantos dias de espera e desejo reprimido, ela estava ali. Seria tão fácil chegar por trás e lambuzar sua boceta com minha saliva, chupando até deixá-la pronta para ser fodida. Mentalmente eu sabia o caminho que minha boca teria de fazer para deixá-la no ponto de me receber e aquilo era uma verdadeira tortura. Mais uma vez apertei meu pau por cima da calça e enchi os pulmões de ar. Controle-se, você não é mais um adolescente, foi o que disse a mim mesmo enquanto me obrigava a sair dali antes que fizesse alguma besteira. Entrei em meu quarto com o pau latejando de desejo, implorando por um toque. Livrei-me da calça do pijama, ficando completamente nu; até o roçar do tecido leve era uma tortura. Deitei-me na cama e fechei os olhos, deixando minha mente voltar ao corpo dourado da mulher deitada no quarto ao lado. Minha mão deslizou por meu membro duro e inchado, imaginando que era a boca gostosa da minha garota que o engolia.
— Ah, Camila... — murmurei, completamente tomado pela luxúria. Em meu delírio, quase podia sentir a calidez do interior de sua boca molhada enquanto os olhos esverdeados me fitavam de um jeito safado. À essa imagem, juntaram-se os gemidos que nunca tinham saído da minha memória, além das marquinhas de biquini que eu tanto amava, enquanto minha mão subia e descia, de forma ritmada, a fim de oferecer ao meu pau o alívio que ele tanto necessitava. No mesmo instante explodi em um gozo delicioso e não pude conter o rosnado de satisfação que escapou do meu peito. Logo depois, a culpa me atingiu, nunca poderia imaginar que um dia estaria batendo uma punheta com a imagem da filha do meu melhor amigo na cabeça. Eu havia me tornado um pervertido, tudo por causa daquela diaba provocadora. Maldita seja Camila Cabello e seu corpo gostoso e inesquecível. Despertei no dia seguinte sentindo-me péssimo. Não tinha dormido quase nada e meu corpo estava dolorido devido à toda a tensão que o atingiu no dia anterior. Especialmente de madrugada. Senti um delicioso cheiro de café que fez meu estômago roncar. Pelo jeito, Camila havia acordado antes de mim e já estava se virando na cozinha. Apesar de não ter muita certeza de que isso fosse uma boa ideia, uma vez que Camila e cozinha não conversavam muito bem. Mas um café eu sabia que ela podia fazer, então, minha casa devia estar inteira... ainda. Levantei-me e enquanto tomava banho, as lembranças da noite anterior me nocautearam. Foi preciso um esforço descomunal para não avançar sobre aquele corpo perfeito e sabia que aquela imagem me acompanharia até o caixão. Coloquei a água no frio e deixei que ela percorresse meu corpo. Eu sabia que não era assim, mas sentia um velho tarado cobiçando a vizinha ninfeta, gostosa e provocadora. Fui até meu closet e coloquei um jeans com uma camisa polo azul marinho, pois sabia que ela gostava. Na época de adolescência, Camila vivia escapando de sua casa para perambular pela minha. Falava sem parar sobre as roupas que ficavam bonitas em mim e naquela época, eu levava tudo na brincadeira, mesmo sabendo que havia um fio de verdade em Mtudo que falava. Não foram poucas as vezes em que a garota escolheu as roupas que eu iria usar na fazenda. Segundo ela, já que não podia pegar, queria ter o prazer de, pelo menos, me ver vestido do jeito que gostava. Lembrar daquilo me fez sorrir. Camila sempre foi do tipo inteligente, com uma pitada de humor negro que faltava a muitas mulheres com o dobro de sua idade. Mesmo nova, ela já demonstrava que seria uma mulher interessante e cheia de conversa, só não imaginei que o conjunto da obra fosse ficar tão completo. Coloquei meu Rolex prateado no pulso e borrifei o perfume que ela tanto gostava. Se Camila podia me provocar, eu faria o mesmo com ela. Acabei rindo alto dessa vez, balançando a cabeça ao notar o tamanho da minha infantilidade. Mas talvez fosse isso que me deixava enlouquecido por ela. Camila me fazia sentir emoções desconhecidas, que para um homem da minha idade, faziam a vida ganhar um outro sentido. Quando desci, a encontrei de costas para mim, lavando alguma coisa na pia e vestindo uma camiseta minha, levemente amassada, que imediatamente fez uma enorme possessividade aflorar. Subi o olhar por suas pernas torneadas e parei no limite entre as coxas e a bunda volumosa que fazia o tecido se levantar. Continuei minha exploração, observando a cabeleira loira que descia úmida pelas costas, demonstrando que ela tinha tomado banho recentemente. Podia apostar que não havia nada por baixo daquele maldito tecido e meu pau, que já estava duro, doeu de vontade de chegar por trás e a tomar do jeito que queria. Ela deve ter sentido minha presença, ou a eletricidade que começou a pairar entre nós, pois se virou, olhando diretamente para mim.
— Bom dia. Peguei na pilha de roupas que estavam para passar, espero que não se importe — falou, apontando para a camiseta.
— Sem problemas — respondi e fui até a cafeteira para esconder minha ereção, que devia estar bem aparente.
— Minha mãe acabou de ligar falando que o rapaz do Uber deixou minhas chaves na portaria. Tive que inventar uma estória, mas acho que ela engoliu e deixou as chaves embaixo do capacho de entrada.
— Que bom, mesmo assim é importante que mude as fechaduras, por mais seguro que o condomínio seja, hoje em dia não dá para confiar em ninguém. Ela assentiu.
— E o que vai fazer hoje? —perguntou, visivelmente puxando conversa.
— Marquei de almoçar com o Davi.
— Ah! — exclamou e assentiu novamente meio ressabiada. Quando não falei mais nada, ela pegou sua bolsa, além de uma sacola de supermercado que eu imaginei conter suas roupas e sandálias.
— Obrigada por tudo, Shawn, já vou indo. Tive vontade de pedir que ficasse para conversarmos sobre a nossa situação, mas não o fiz, ainda havia um fio de razão me guiando e foi a ele que me apeguei para não tomar decisões precipitadas.
— Não agradeça, eu sempre estarei aqui para você. Nos vemos na empresa segunda-feira — falei, com certo distanciamento, mas podia sentir que ela queria algo mais do que apenas um até logo. Balancei a cabeça mentalmente, não havia
nada que pudesse lhe oferecer no momento e não queria iludi-la. Camila foi embora, visivelmente frustrada, chateada e sem ter ideia de que me encontrava da mesma forma. Mas eu precisava de tempo para organizar minha vida e pensamentos, nossa relação envolvia gente demais e não podia agir movido pelo tesão, isso acabaria ferindo uma das pessoas que eu mais prezava no mundo. Esperei que ela saísse e me deixei cair no sofá. Eu a queria mais que tudo, mas sentia que naquele momento, manter distância era a coisa certa a fazer.
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