— Eu te fiz uma pergunta. Engoli em seco e respirei fundo, me arrependendo em seguida quando o delicioso cheiro de Shawn, uma mistura de seu perfume com a loção de barba, se infiltrou em minhas narinas e entorpeceu meus sentidos.
— Eu... — comecei, mas me vi quase sem voz e pigarrei antes de tentar novamente. — Eu não tenho nada para conversar com você — afirmei, dando de ombros. Shawn estreitou os olhos, como se estivesse tentando decifrar o que eu não estava contando.
— Se não quiser ir à minha casa, não tem problema, nós podemos fazer isso aqui mesmo, no seu domínio. Desgraçado, ele sabia que minha recusa tinha mais a ver com orgulho do que desinteresse.
— Isso o quê? — perguntei para provocar.
— Conversar — ele respondeu, mas seus olhos lascivos estavam em minha boca, mostrando que não era isso que estava passando por sua cabeça. Fechei os olhos para conseguir pensar melhor. Eu não era boba, sabia que se permitisse, nós não conversaríamos apenas, e a não ser que ele me falasse algo muito absurdo, eu certamente cederia, na verdade, se não me segurasse, eu daria o primeiro passo, mas não queria fazer aquilo ali na minha casa. A última coisa que precisava era macular a paz do meu lar com a presença dele, sem saber o que aconteceria depois dessa noite. Recusava-me a ter lembranças suas no único lugar onde poderia ficar em paz.
— Tudo bem, mas vamos para a sua casa. Mais uma vez ele me analisou e pareceu entender o porquê da minha decisão, já que assentiu reverentemente e deu um passo para o lado, me dando passagem. Fomos para a área da piscina e entramos diretamente em sua área de lazer, como ele havia feito no sábado anterior. De forma alguma eu iria querer que algum vizinho me visse entrando na casa dele a uma da manhã. Atravessamos as portas de vidro que dividiam a sala informal da piscina, mas permaneci de pé, em uma clara demonstração de que tinha pressa em ir embora. Até parece.
— Estou ouvindo, Shawn. Ele sorriu levemente e começou a andar pela sala, passando os dedos pelos fiosmolhados de seus cabelos até que ficassem alinhados para trás. Quando voltou a me encarar, estava sério.
— Já faz algum tempo que deveríamos ter tido essa conversa, mas a verdade é que não sabia o que te falar. Minha vida ficou em suspenso por todos aqueles dias em que Fernanda ficou internada, mas isso já passou e precisamos dar um jeito de acabar com toda essa tensão. Fiquei em silêncio sentindo o coração bater ainda mais forte.
— O que você sugere? — perguntei, curiosíssima para saber que solução ele daria ao nosso problema.
— Eu não sei se você vai gostar — admitiu, dando uma risada carente de humor e me deixando realmente intrigada.
— Seria bem mais fácil se você não fosse filha do meu melhor amigo, mas nossa realidade é essa, não obstante, eu gostaria de deixar seus pais fora de nossas vidas... Pelo menos por enquanto. Suspirei, um tanto irritada, quando me dei conta do que Shawn estava propondo.
— Deixe-me ver se eu entendi. Você quer ficar comigo, mas não quer que minha família saiba?
— É, mas só até descobrirmos se o que sentimos vale o risco de rompermos uma amizade de anos. Shawn não estava completamente errado. Eu tinha absoluta certeza dos meus sentimentos, mas não podia esperar que ele se sentisse da mesma forma e muito menos que quisesse fazer um maldito test drive antes de assumir qualquer coisa. Analisei a situação como se ela já estivesse acontecendo e cheguei à conclusão de que esperei tempo demais por esse homem para ter somente a metade dele. E se ele ficasse comigo, me fizesse viciar em seus beijos, seu corpo, e depois enjoasse, como seria encontrá-lo todos os dias na empresa sem poder destilar toda a minha raiva? Um envolvimento às escondidas seria bastante favorável a ele, pois como a maioria dos homens, era só ir atrás de outra e começar um novo relacionamento sem se preocupar com o passado. Mas eu teria que conviver com as lembranças e a mágoa, teria que sofrer sozinha e calada, talvez pelo resto dos meus dias. Já Shawn, continuaria na empresa e em torno da família, até o dia em que nos apresentaria sua futura esposa. Não, era melhor sofrer mais algum tempo pelo que não tive, a sofrer a vida inteira pelo que esteve em minhas mãos, mas que de um dia para o outro, resolveu que eu não era o que ele queria.
— Se tivesse feito essa proposta logo após nossa primeira noite, era bem provável que eu tivesse aceitado, mas estou gostando muito da companhia do Miguel, nós estamos nos dando bem e não acho inteligente trocar o certo pelo duvidoso. O assombro que vi nos olhos de Shawn, me deixou completamente deliciada. Será que ele estava em choque pelo que falei ou por imaginar outro homem enroscado em meus lençóis?
— Aquele idiota não é homem para você.
— Quem tem que decidir isso sou eu, minha vida amorosa não te diz respeito.
— É aí que você se engana. Tudo o que tem a ver com você me diz respeito.
— Ah, é? E por quê, posso saber? — perguntei e dei alguns passos, ficando de frente para as portas de vidro, como se não ligasse muito para o que ele estava falando, mas através do reflexo, podia ver tudo o que ele estava fazendo.
— Porque eu te conheço há muito tempo e me preocupo.
— Se me conhecesse, deveria saber que um dia eu iria me cansar de correr atrás de você; pois bem, esse dia chegou.
— Besteira — disse ele, voltando a caminhar de um lado para outro. Saí de onde estava e entrei um pouco mais na sala, queria que ele percebesse que estava falando sério:
— Não, Shawn, eu posso ter sido muito interessada por você na minha adolescência, e naquela época eu esperaria pelo resto da vida, caso me pedisse, mas eu cresci. Na noite do Ano-novo, eu achei que fôssemos nos acertar, mas o que você fez? Me deixou lá, sem me dar qualquer explicação e nenhuma esperança a nosso respeito, e pior, com um simples beijo na testa. — Ele fez menção de falar, mas levantei a mão, pedindo que ele me deixasse terminar.
— Quando me encontrou no estábulo aquela noite, você poderia ter me dito “Camila, nós vamos ficar juntos, mas será apenas esta vez”, e eu teria aceitado, porque sempre quis saber como seria. Mas você não me falou nada e ainda me fez sentir uma mulher qualquer ao me deixar daquela forma. E por mais que eu entenda toda a sua situação com a Fernanda, não quero esse tipo de instabilidade na minha vida. Eu sou uma mulher feita agora, tenho desejos e preciso suprir minhas necessidades carnais. Ele passou as mãos pelos cabelos deixando-os completamente bagunçados. Seus olhos desceram pelo meu corpo com desejo, mas a boca estava torcida, demostrando desgosto, como se estivesse imaginando quem já teria colocado as mãos em mim.
— Quer dizer que está saindo com esse cara por causa de sexo? Tive vontade de gargalhar, mas me contive, a conversa estava boa demais.
— De tudo o que eu falei, foi só isso que escutou?
— Não, mas preciso saber se seu interesse por ele é apenas este? Balancei a cabeça, mas resolvi responder:
— Quando resolvo conhecer melhor uma pessoa, não estou pensando exatamente nisso, mas é claro que isso tem que fazer parte do pacote, até porque eu gosto muito de sexo, Shawn, e estou há um tempão sem, então, sim, eu estou precisando transar. Porém, não posso fingir que não tenho sentimentos, por isso não vou ficar esperando até que você decida o que quer da vida. Vi seus olhos ficarem negros e um arrepio desceu pelo meu corpo. Com simples palavras eu estava conseguindo tirar o poderoso Shawn dos trilhos.
— Está brincando com o homem errado, Camila — ameaçou, a voz enrouquecida de desejo.
— A verdade é que não quero mais brincar com você — rebati e seus
olhos se estreitaram, as narinas se expandiram e em dois passos ele estava pressionando meu corpo contra a parede ao lado do bar. Seus olhos anuviados ainda perscrutaram meu rosto até se fixarem em minha boca que logo foi tomada pela sua com ferocidade e não havia nada mais que eu pudesse fazer. Aquele Shawn enlouquecido de ciúme e desejo, era tudo o que eu queria. A forma como seus dedos apertavam, possessivamente, a pele exposta da minha cintura e costas, me deixava tão enlouquecida quanto ele. A textura de seu corpo quente, grande e másculo comprimindo o meu, fazia o desejo aumentar e eusabia que não haveria mais volta. Meu corpo queimava, ávido para ser dele. Shawn devia estar sentindo a mesma coisa, pois fez minhas pernas enlaçarem sua cintura e subiu as escadas, sem soltar minha boca um só segundo. De repente, estava sentindo o cheiro familiar de seu quarto. Antes mesmo de ele me colocar sobre a cama, eu já estava sem minha blusa. Ele fez o mesmo e voltou a atacar meus lábios.
— Eu vou dar o que você quer, Camila — sussurrou em meu ouvido e começou a descer pelo meu corpo. Enquanto descia a boca pelo vale entre os meus seios em direção à barriga, suas mãos hábeis abriram o botão e o zíper da minha calça. Sabendo o que viria a seguir, dei um jeito de tirar as sandálias, que voaram para longe, e logo minha calça foi tirada sem muita delicadeza levando a calcinha junto. Quando voltou para cima, eu já estava completamente nua e conseguia sentir o olhar dele queimando meu corpo. Ele subiu arrastando a boca pelo meu tornozelo, panturrilha, onde deu uma leve mordida, e continuou subindo, depositando beijos e causando arrepios em toda a extensão da minha pele. A parte interna das minhas coxas ganhou um pouco mais de atenção, mas logo seus olhos estavam fixos no que havia entre elas.
— Tem ideia de quantas noite sonhei que estava chupando essa boceta? — Ele passou a língua bem no meio da minha fenda já completamente molhada, fazendo meu corpo inteiro estremecer.
— Um homem tem que ser muito forte para ter uma tentação feito você morando ao lado e resistir à vontade de te foder todos os dias — confessou e literalmente me abocanhou. Diferente da nossa primeira vez, eu não me contive e gemi demais a cada vez que sua língua morna me invadia.
— Isso — incentivei quando sua boca se fechou sobre meu clitóris. Enquanto lambia, sugava e circulava meu nervo sensível com uma vontade absurda, as mãos fortes me seguravam firme no lugar, e aquilo me deixava ainda mais excitada.
— Você é uma delícia, Camila — sussurrou contra minha boceta —, quero fazer tantas coisas com você — confessou e voltou a me torturar. Quando o orgasmo me venceu e tomou o meu corpo, meus dedos se infiltraram em seus cabelos e rebolei em sua boca, procurando um pouco mais de atrito. Assim que meus espasmos se acalmaram, Shawn subiu sobre mim novamente e atacou meus lábios, me fazendo sentir o sabor do meu orgasmo. Aquilo me acendeu com uma velocidade enorme. Com um sorriso sabedor no rosto, ele se afastou, pegou um preservativo no criado mudo e se posicionou a minha frente. Acompanhei o trajeto que a camisinha fez por seu pau, tão grande e majestoso quanto seu dono, e fiquei com água na boca só de imaginar aquilo tudo no meu interior. Quando ele se deitou em cima de mim novamente, nossas bocas se encontraram em mais um beijo faminto, cheio de línguas e mãos. Dessa vez, enquanto suas mãos entrelaçavam meus cabelos, meus dedos deslizavam por suas costas, eu não me cansava de apertar sua carne quente, era uma forma de saber que não estava tendo um sonho. O corpo de Shawn era grande e pesado, um macho completo, e como era bom ser dominada por um homem experiente, que sabia exatamente o que fazer com uma mulher. Arfei, extasiada, quando seu membro duro e grosso preencheu por completo meu canal estreito. Como aconteceu da primeira vez, senti um certo desconforto logo no início, mas o desejo de tê-lo ali era muito maior. Sabendo que eu precisaria de tempo para me acostumar com sua invasão, ele ficou parado e desceu a boca até um dos meus seios que estavam com os bicos completamente túrgidos. Antes de dedicar igual atenção ao outro seio, ele mordeu o bico que já estava em sua boca, fazendo minhas paredes internas contraírem involuntariamente, o que o fez gemer e apertar o bico um pouco mais. Quando estava relaxada o suficiente, Shawn voltou a se mover, saindo quase que completamente, para então meter forte e fundo, repetidas vezes. Em meio àquele turbilhão de sensações, senti suas mãos deslizado para a minha bunda e apertando ambos os lados de uma forma que eu tinha a impressão de que deixaria marcas no dia seguinte. Era delicioso. Gemi quando ele deslizou um dedo ao redor do meu ânus.
— Não vejo a hora de ter meu pau enterrado aqui — ele sussurrou em meu ouvido, aproximando ainda mais o dedo torturador.
— Nunca fiz porque já ouvi falar que dói —admiti, quase sem voz.
— Não quando se sabe fazer — garantiu. Shawn mordeu meu lábio inferior e enfiou a pontinha do dedo em meu buraquinho inexplorado, me fazendo arfar tanto com a invasão, quanto com o pensamento de tê-lo desbravando essas terras.
— Que saudades eu senti desse seu corpo gostoso — falou com a boca colada à minha em uma voz sofrida, como se estivesse sentindo extremo prazer enquanto entrava e saía, uma e outra vez, fazendo um enorme desejo se avolumar em meu baixo ventre. Então, as investidas cessaram e, de repente, senti um dedo se juntando ao pênis que se encontrava completamente enterrado, mas ele logo se afastou e voltou a explorar meu ânus, dessa vez, lambuzado com meus fluidos. Shawn voltou a me foder e a cada arremetida, o dedo se infiltrava um pouquinho mais, até que metade de seu dedo médio estava alojado dentro de mim. A invasão causou uma sensação estranha e gostosa ao mesmo tempo, e quando dei por mim, já estava rebolando em seu dedo, coisa que o deixou ainda mais enlouquecido. Estava quase gozando quando, inesperadamente, fui virada de bruços e senti um travesseiro sendo colocado embaixo da minha barriga. Na mesma hora fiquei tensa, achando que ele fosse querer fazer o que tinha aludido. Contudo, rapidamente, minha tensão nervosa se transformou em expectativa. Apesar do medo, eu estava disposta a tentar, já que ele me deixou extremamente curiosa desde que insinuou aquela possibilidade. Mas então Shawn entrou em minha boceta com uma investida forte e certeira. Mantendo seu pau posicionado lá no fundo, colou o peito em minhas costas e a boca em minha orelha.
— Sua bundinha escapou praticamente ilesa, por hora, mas ainda terei meu pau todo enterrado ali. Contraí as paredes internas da minha boceta só de imaginar como seria ter sexo anal com ele e o ouvi gemer novamente. Shawn se impulsionou e voltou a estocar ritmicamente, a posição fazendo com que seu pau entrasse fundo. No instante em que escutei um rugido grave saindo de sua garganta, meu ventre ondulou. Em reação a isso, as estocadas se tornaram mais rápidas, fazendo-me gozar fortemente. E apesar de me sentir inebriada de tanto prazer, consegui perceber o momento em que ele também começou a gozar, deixando escapar os mesmos sons de prazer que havia escutado na nossa primeira noite e que tiraram meu sono tantas vezes. Quando meus espasmos acabaram, desabei com Shawn colado em mim, seu pau ainda enfiado no meu corpo e completamente saciada. Eu estava toda trêmula, mas não havia palavras para descrever a sensação de ser bem comida pelo homem que se ama. Depois de recuperados, tomamos um banho frio, pois estávamos grudados de suor, e quando finalmente voltei para cama, senti-me leve e extremamente feliz. Deitado atrás de mim, Shawn me abraçou, fazendo com que seu pau semiereto se encaixasse na minha bunda. Eu sentia que sua vontade era se encaixar ali, não para transar de novo, mas para dormir o mais unido comigo possível. Em vez disso, beijou minha nuca e sussurrou:
— Esquece esse cara, Camila. Eu... nunca me senti assim com nenhuma mulher. Nunca foi tão compatível, tão bom. Seu corpo foi feito para o meu. Suspirei profundamente ao ouvir suas palavras. Não era uma declaração de amor, mas meu coração eternamente apaixonado apenas se entregou um pouco mais.
— Não vamos falar disso agora, eu preciso pensar — respondi, me aconchegando ainda mais a ele, sem saber como agir dali para a frente.