Shawn
Eram 7h da manhã, eu estava com uma xícara de café recém passado na mão, ainda sentindo um pouco do cheiro do orvalho que cobriu o campo durante a madrugada e, ainda assim, pela primeira vez desde que comprei minha fazenda, eu não me sentia em paz ali. Camila estava conseguindo me deixar completamente descompensado. Sentia-me como o adolescente indeciso que um dia fui, simplesmente por não saber como agir. Eu a queria mais que tudo, mas havia tanta coisa em jogo. Sempre fui um homem de princípios; apesar de ambicioso, nunca cogitei agir de forma ilegal para alcançar meus objetivos, pelo contrário, estudei, trabalhei muito e andei com pessoas que pensavam como eu. Foi assim que conheci o Alejandro. Aquele homem boa praça conquistou minha admiração logo de cara e em pouco tempo além de sócio, ele se tornara um de meus melhores amigos, agindo, muitas vezes, como um pai, mesmo não sendo tão mais velho que eu. O que faltava em idade sobrava em vivência. Ele era um exemplo para mim e só de pensar em magoá-lo já me agoniava imensamente, porque ele não merecia. Alejandro foi um garoto humilde, mas extremamente inteligente, que viu nos estudos uma forma de crescer. Como sempre vivera em função das metas que traçou para sua vida, passara muito tempo em mundo só seu, até conhecer Elise, a única mulher por quem se apaixonou. Ela logo se tornou uma de suas metas e em pouco tempo eles estavam casados. Ele uma vez me disse que, embora fosse ambicioso, sempre quis ter uma família grande, e quando Camila nasceu, foi como se a vida dele tivesse começado novamente. Infelizmente, Elise teve algum problema e não conseguiu engravidar novamente, por causa disso, a filha se tornara a menina de seus olhos, seu bem mais precioso, como ele mesmo declarava. Quando eu a conheci, pude enxergar com exatidão o que ele via nela. Camila era como um sopro de ar fresco, sempre alegre, esperta demais para a idade, precoce em vários sentidos, mas amorosa, leal e respeitosa com todos a sua volta, especialmente seus pais, a quem venerava. A menina cresceu e em vez de perder algumas de suas qualidades, adquiriu outras. Além de estudiosa, responsável e pé no chão, tornou-se uma mulher absolutamente linda. E contra todas as probabilidades, essa mulher tinha conseguido me enfeitiçar. Passei a festa de aniversário de minha mãe a seguindo com o olhar, sem nem ao menos me importar se Alejandro iria perceber meu súbito interesse por sua filha. Fui indiscreto, imprudente e quando percebi aquilo, me assustei, eu não era assim, muito pelo contrário e saber que uma mulher tinha aquele tipo de poder sobre mim, era assustador. Tudo em que conseguia pensar era que ela havia seguido em frente e que nesse momento aquele idiota do Miguel devia estar dormindo com ela. Essa situação estava me deixando completamente louco. Por isso, quando mamãe disse que iria chamar um taxi para levá-la em casa, objetei imediatamente, mesmo sob veementes protestos. Ela estava crente de que eu e Camila ainda estávamos juntos e não queria nos atrapalhar. Para não a frustrar com a verdade, eu apenas disse que teríamos muito tempo para ficar juntos e interrompi qualquer queixa que ela estivesse pretendendo fazer ao me afastar e ir em direção à porta. O apartamento de minha mãe era bem perto do condomínio e em vinte minutos eu estava de volta, sentindo-me irritadíssimo, pois minha vontade era parar no salão de festas e convencê-la de que eu era a melhor opção para ela. Em vez disso, entrei dentro de casa, sem acender nenhuma luz, servi-me de uma dose do meu uísque preferido, sentei-me no sofá e cruzei as pernas em cima da mesa de centro. Dali, fiquei observando a rua em frente à casa de Camila. Não demorou para seu carro aparecer e atravessar os portões indo em direção à garagem. Logo depois ela surgiu, toda linda dentro daquele vestidinho colado que me deixou a noite toda com vontade de arrancá-lo com os dentes... Após ela ter entrado, senti-me um maldito voyeur por estar bisbilhotando sua vida da penumbra da minha sala, mas foi o que me restou depois que ela recusou meu convite. Queria tanto ter levado Camila para a fazenda, fazer amor com ela em minhas terras mais uma vez, mostrar o quanto seu corpo me enlouquecia. Mas a maldita negou, disse que tinha outros planos para o domingo e aquilo me deixou morrendo de ódio. O pior era que eu estava ficando meio masoquista, porque em vez de me contentar e ir dormir, tomei o restante do meu uísque, subi para o meu quarto e segui o mesmo padrão, não queria acusar minha presença naquele cômodo. Fui até a janela que me dava a melhor visão do quarto de Camila, afastei a cortina um centímetro e a avistei caminhando pelo quarto. As luzes estavam acessas e pude ver com nitidez enquanto ela vestia um suéter rosa por cima da regata branca que ela havia combinado com uma calça jeans. Seus cabelos loiros estavam soltos e os pés descalços. Absolutamente linda. Estava me perguntando o porquê de ela não ter colocado uma camisola, quando a vi pegar o celular em cima da cama e o atender. Depois de falar por poucos segundos, saiu apressada de dentro do quarto e meu coração começou a palpitar. Apressei-me em direção a uma janela que dava para a rua do condomínio. Logo em seguida, avistei o mesmo BMW estacionando em frente à casa de Camila. Então, o maldito Miguel desceu, todo galante, e atravessou o jardim até chegar à porta, onde Camila já o esperava. A partir dali não consegui enxergar mais nada, pois ela se trancou lá dentro com ele, deixando-me ainda mais insano, minha cabeça fazendo mil perguntas e suposições: Então, era aquele o tal compromisso? Ela iria passar a noite com aquele babaca? Meu Deus, aquilo significava que eles, provavelmente, iriam transar. Só podia ser um pesadelo. Caminhei pelo quarto, o corpo formigando de tão nervoso e o gosto amargo do ciúme subindo pela garganta, me fazendo sentir como um homem das cavernas que se achava no direito de colocar sua mulher no ombro e a levar para onde quisesse. Era exatamente isso o que meu coração pedia: que eu batesse em sua porta e arrebentasse a cara daquele infeliz para que ele entendesse que Camila era minha. Subitamente, comecei a me lembrar de todas as vezes em que ela correu atrás de mim e eu levei na brincadeira. Queria entender em que parte de nossas vidas o jogo virou, porque eu não vi nada disso acontecer. Mas então um fio de razão me levou de volta à terra. E depois? O que eu faria? O que iria falar para o Alejandro? Que desculpa eu daria por ter quebrado a cara de Miguel Cavalcante, o homem que ele declarou ser o genro ideal? Como seria nossa conversa depois disso? Porra! Essa situação estava me enlouquecendo, odiava me sentir de mãos atadas, mas sabia que não podia me precipitar. Para poder pensar e principalmente para não cometer nenhuma besteira, voltei a descer as escadas, peguei o uísque, as chaves do carro e da casa e saí com destino a fazenda. A distância, que geralmente era feita em pouco mais de uma hora, fora percorrida em imprudentes 35 minutos, o que foi uma temeridade. Eu havia consumido uma grande quantidade de álcool, e se estivesse em meu estado normal, nunca teria cismado em dirigir, mas foi o que fiz, e a cada gole sorvido diretamente da garrafa, eu me sentia mais corajoso. A sensação de deixar a cidade para trás foi libertadora e me incentivou a pisar ainda mais fundo no acelerador. Somente quando parei em frente à porteira da fazenda, foi que me dei conta do risco que corri. E à medida que a adrenalina ia diminuindo de intensidade, sentia minhas pernas meio bambas, uma sensação de sonolência e angústia. Depois de respirar profundamente algumas vezes, consegui me recuperar. Saí do carro, andei devagar até a porteira de madeira e tentei abrir os cadeados, mas minha coordenação motora não era mais a mesma de alguns minutos atrás e foi com bastante dificuldade que consegui meu intento. Assim que comecei a atravessar o caminho que levava à casa grande, fui atingido pelos cheiros e sensações que só experimentava quando estava ali. Essas sensações apenas aumentaram quando entrei na típica casa de fazenda que eu considerava mais meu lar do que a de São Paulo, ainda com meu amigo uísque na mão. Dessa vez acendi as luzes e olhei bem para o lugar onde eu não ia desde a noite em que fui do céu ao inferno em poucas horas. Lembrar-me de Fernanda não ajudou em nada meu estado de espírito. Ela já havia recebido altabdo hospital, mas pelo que sua irmã me falou, ainda estava muito debilitada. Não apenas por causa do acidente, mas porque continuava em depressão e todos apostavam que era devido ao nosso término. Luciana achava que ela tinha se arrependido e que, por isso, tinha caído em um estado de tristeza profunda. Saber disso me abalou. Fernanda era uma boa pessoa e desejava, de coração, que ela encontrasse alguém que a amasse como merecia. Todavia, apesar de preocupado, não senti qualquer impulso de ir atrás dela para conversar ou nada parecido; não queria lhe dar falsas esperanças, mas também não queria piorar seu estado aparecendo com outra mulher apenas algumas semanas depois! Pessoas instáveis como minha ex-namorada, poderiam cometer uma loucura e eu não queria ser o responsável por algo assim. A vida era feita de ciclos; o nosso havia se encerrado e ela precisava aceitar e seguir em frente. Só que a minha garota não entendia dessa forma. Ela achava que eu a estava usando e por isso resolvi esconder nosso relacionamento. Acabei rindo, sem qualquer humor, dessa ideia. Se Camila soubesse que tudo o que eu mais queria era que pudéssemos ficar juntos, que nossa separação doía tanto em mim quanto nela... Mas de uma coisa ela estava certa, eu precisava resolver minha vida antes de assumir qualquer outra coisa. Começando por ter uma conversa séria com a Fernanda assim que ela estivesse um pouco melhor. As coisas ficaram confusas entre nós desde aquela mentira sobre o noivado e apesar de ela ter tomado a iniciativa de terminar, ainda precisávamos concluir as coisas de forma definitiva, eu precisava fazê-la entender que nosso relacionamento já tinha acabado há muito tempo e que ela precisava seguir em frente. Se Fernanda entendesse isso, seria muito mais fácil iniciar meu namoro com a Camila. Nesse meio tempo, precisava arrumar uma maneira de falar com Alejandro. Não podia simplesmente contar que eu e sua filha estávamos transando há algum tempo e que agora, além de sócio e amigo, ele seria meu sogro. O problema era que eu já tinha imaginado dezenas de abordagens, mas nenhuma me pareceu correta e eu me negava a simplesmente arriscar tudo, na verdade, estava morrendo de medo, pois todos os resultados que passavam pela minha cabeça eram verdadeiros desastres. E se o Alejandro não aceitasse nosso romance e desse um ultimato à filha? E se ela pesasse as consequências e percebesse que o custo de ficar comigo era alto demais? Como eu ficaria sem meu grande amigo e ainda sem a mulher que eu amava? Arregalei os olhos ao perceber o rumo dos meus pensamentos. Ah, droga, eu estou muito fodido, pensei, sentando-me no sofá e voltando a beber. Então, pela segunda vez naquela semana, fui nocauteado pelo meu uísque preferido e acordei sem saber direito onde estava. Isso não durou muito tempo pois logo senti cheiro de café fresco e inúmeros outros odores que eu só sentia quando estava em minha fazenda. Levantei-me sentindo uma leve dor de cabeça, nada compatível com a quantidade de álcool que ingeri. Devagar, subi até o meu quarto, apenas para ser bombardeado por imagens de Camila ali, na noite de ano-novo. Dormir em seus braços foi uma das coisas mais deliciosas que já tinha sentido e se meu subconsciente tivesse assimilado tudo que aquilo significava, não teria me deixado sair, largando-a ali, sozinha e desamparada, provavelmente achando que havia sido usada. Eu fui um tremendo escroto naquela manhã. Não sei se teria a capacidade de perdoar uma mulher que fizesse o mesmo comigo. Mas a minha Camz fez isso e eu retribuí com uma proposta vil, que era necessária, mas que ela não merecia. Antes que me deitasse e chorasse, fui tomar um banho frio, com esperança de que ele ajudasse com a leve ressaca. Mas foi o café forte, preparado por Geni, que melhorou um pouco meus ânimos. Fiquei olhando aquela vastidão verde, tentando encontrar um pouco de equilíbrio. Após a segunda xícara, já me sentia um pouco mais humano, embora ainda não tivesse recuperado a paz que só sentia quando saía da cidade. Tive medo de experimentar aquela sensação todas as vezes que estivesse ali, caso não me acertasse com Camila. Ela amava aquele lugar e era impossível desassociá-la dali. Aquilo me tranquilizava e apavorava na mesma proporção. Eu precisava tê-la comigo, não apenas na fazenda, mas em todos os lugares. Resolvi andar a cavalo para tentar espairecer e isso realmente me ajudou um pouco. Por algumas horas, consegui ficar sem pensar em Camila ou no que ela e aquele desgraçado teriam feito durante a noite. Quando voltei para casa, já era hora do almoço e eu estava morto de fome, afinal, só havia tomado café pela manhã. Depois de comer, resolvi trabalhar um pouco. Sem minha mãe por perto, eu não tinha com quem conversar e o trabalho me distrairia. Porém, a primeira coisa que avistei quando
entrei, foi uma caixa dourada, em cima de alguns livros de decoração, sobre a mesa de centro. Tentei recordar se fora eu quem colocara ali, na minha última visita, mas não conseguia me lembrar com exatidão. As lembranças daquela caixa me fizeram perder o interesse pelo trabalho. Peguei a caixa, sentindo um gostinho de nostalgia, e caminhei até minha mesa de trabalho a fim de pegar a chave. Se mamãe tivesse mantido as coisas como eu as deixei, ela deveria estar na última gaveta. Depositei a caixa sobre a mesa, sentei-me na cadeira e abri a gaveta, pegando a chave dourada que revelaria todos os desejos da minha menina, enquanto minha mente viajava para o dia em que ganhei aquele presente. Camila deveria estar com doze ou treze anos e já me lançava olhares inquietos, que na época eu não soube identificar. Estava comemorando meu aniversário de vinte e sete anos e minhas mulheres nada tinham a ver com aquela menininha magricela que, se não estivesse enganado, ainda usava aparelho nos dentes. Posicionei a caixa a minha frente, abri o pequeno cadeado com cuidado e ao subir a tampa, acabei me surpreendendo: havia mais papéis do que eu imaginava e não me lembrava de ter feito tantas promessas assim. Camila gostava de escrever e pela quantidade de bilhetes, imaginei que deveria ter muitas outras coisas ali, além das promessas que insistia em anotar. Comecei a mexer nos pequenos pedaços de papéis dobrados, tomando cuidado para não os tirar da ordem, e percebi que alguns dos que se encontravam no fundo já estavam com uma cor amarelada, devido aos anos em que estiveram dentro daquela caixa. Peguei os dois primeiros bilhetes e respirei profundamente antes de abrir um deles de forma aleatória:
“Levar Camila para beber quando fizer dezoito anos” Já no primeiro, senti remorso por não ter estado em sua festa. Relembrar a forma como ela me olhou ainda me angustiava. Mas não adiantava ficar remoendo o que não podia ser remediado, então, coloquei o papel em cima da mesa e abri outro:
“Não me casar antes de Camila voltar dos Estados Unidos” Franzi o cenho ao ler aquilo. Será que inconscientemente eu a esperei? Meu Deus, aquilo era muito louco. Continuei e me peguei sorrindo várias vezes com algumas das coisas escritas ali. Percebi que alguns dos bilhetes tinham sido escritos por mim e outros — a grande maioria —, por ela, tanto com uma letra infantil como com a letra mais madura que ela aprimorou depois de crescida. Na medida em que abria os papéis e lia, fui percebendo o quanto aquela garota era determinada e esperta. Ela não tinha perdido nada, nem a mais boba das promessas, pois vivia me cercando por todos os lados. Mais ou menos vinte minutos depois restava apenas um papel dentro da caixa. Ao pegá-lo, notei que estava preso no canto e isso me intrigou. Soltei o papel, o coloquei de lado e olhei o fundo mais de perto. Num dos lados havia um espaço anormal que eu não tinha percebido antes. Peguei o removedor de grampos e o encaixei no canto com cuidado para não estragar e forcei um pouco para cima. Após alguns segundos a madeira cedeu, mostrando que era um fundo falso. Ri alto ao ver isso. Camila era terrível! Coloquei o pedaço de madeira sobre a mesa e achei mais um tanto de papéis. Esses eram em um tom de rosa claro, bem feminino, como a própria Camila. Peguei o primeiro que tocou meus dedos e abri.
"Shawn é o homem mais maravilhoso do mundo inteiro, e um dia vou me casar com ele" A leitura daquele simples papel escrito com sua letra infantil, fez meu coração se apertar. Camila vinha nutrindo sentimentos por mim há tanto tempo e eu sempre levei na esportiva. Ela costumava me olhar com tanta insistência e aquilo me envaidecia, ao mesmo tempo em que me assustava. Morria de medo de iludi-la, ainda que sem querer. Naquela época, eu ainda tinha juízo e jamais tocaria na garotinha do meu melhor amigo. Obviamente que, conforme os anos foram passando, tornou- se impossível não notar a mulher que ela estava se tornando; toda semana parecia haver alguma mudança, até que ela se transformou numa mulher linda e cheia de curvas. Mas não havia maldade em mim, apenas admiração; pelo menos era o que eu achava. Se o desejo existia, era inconsciente. Lembrava-me que mesmo depois de perceber o que estava acontecendo, quando ela tinha uns quatorze anos, tratei como uma paixonite boba. Ainda assim, fiz questão de aparecer em seu aniversário de quinze anos com uma namorada, foi a forma que encontrei para lhe dar um choque de realidade. Aquilo funcionou e ela se afastou de mim por algum tempo. Tinha que confessar que senti remorso do que fiz, primeiro porque não queria magoá-la, mas também porque estava acostumado a tê-la ao meu redor e seu afastamento acabou me afetando. Ainda me lembrava de como me senti quando a vi usando, pela primeira vez, o relicário que lhe dei de presente. Ao entrar na joalheria, pretendia escolher um par de brincos, mas na hora em que bati o olho no delicado coração, soube que precisava comprá-lo. Porém, os dias foram passando e nada de Camila usar o colar. Aquilo me chateou, mas também me fez perceber o quanto ela havia ficado chateada, por isso não falei nada. Então, um belo dia, ela aparece usando o meu presente, sinal de que havia me perdoado. A partir desse dia, praticamente não tirou o colar do pescoço e o tratava como um bem precioso. Mas desde que voltara de Boston, não o vi mais, todavia, preferi não perguntar, eu já estava me sentindo afetado por ela e tive medo de ouvir que havia uma foto de outro homem lá dentro. Eu estava me saindo um belo de um covarde, isso sim. Voltei para o presente e peguei o último papel que havia colocado de lado. Apesar de ter estado no fundo, pela letra, ele fora escrito pela Camila adolescente. Tive que sorrir ao ler a promessa que não me lembrava de ter feito.
“Não esperar que haja uma data especial para enviar flores a Camila” Subitamente, senti uma onda de esperança me invadir. Sem saber, minha garota me mostrou o que eu tinha que fazer para amolecer seu coração.
