A tarde do último dia do ano foi bem movimentada. Após o almoço, mamãe subiu para descansar um pouco, já eu e Rafaela nos juntamos a Karen para encher de gás os balões que ficariam na piscina. A mãe de Shawn também havia encomendado flores e luzes para decorar a área externa e enquanto ela dispunha as flores da forma que havia idealizado, eu e Rafa fomos pendurar as luzes. No meio da tarde, minha mãe desceu para começar a ajudar a cozinheira a preparar as comidas que seriam servidas à noite. Tanto dona Elise quanto dona Karen, adoravam essa época do ano, quando podiam enfeitar a casa e fazer as famosas receitas de família. Por volta das 4h da tarde o trabalho de decoração estava concluído e fomos todas liberadas. Rafa preferiu ir para a piscina, já eu e Karen subimos para descansar e poder aproveitar melhor a festa. Como estava muito suada, resolvi tomar logo meu banho, seria melhor do que fazer isso apressadamente depois que acordasse. Enquanto fazia o trabalho monótono de lavar o cabelo, minha mente voltou a repassar todos os acontecimentos daquela manhã. Era tão frustrante não saber o que ia acontecer, de que forma iria acontecer e o que esperar. O que me dava esperança era que Shawn parecia se sentir da mesma forma. Durante o almoço, nós dois trocamos alguns olhares, e sempre que isso acontecia, parecia que estávamos pensando a mesma coisa: que aquela situação nas baias só serviu para nos mostrar que aquilo seria inevitável. Podia ser adiado, mas aconteceria, pois era mais forte que nós. Depois que contei resumidamente o que havia acontecido, Rafaela pediu mil desculpas por ter atrapalhado, mas segundo ela, meu pai queria ir até as baias para nos chamar e isso, sim, seria um problema. Depois do banho, fiz um coque no cabelo para ele não bagunçar demais, então me deitei e dormi imediatamente. Pouco mais de uma hora depois, acordei com a voz alterada de minha mãe vindo do andar de baixo. Sentei-me, preocupada, mas Rafaela entrou no exato momento em que me preparava para sair e descobrir o que era tudo aquilo.
— O que está acontecendo? — perguntei em meio a um bocejo.
— Seu pai chegou da fazenda Zanquete trocando os pés; sua mãe está uma fera. Meu pai não era muito de beber, mas quando se juntava com os amigos de Shawn, era Game Over na certa.
— Já escureceu, acho melhor você ir se arrumar — minha amiga aconselhou e notei que ela já estava impecável, faltava apenas se vestir, o que ela faria apenas mais tarde. Depois que Rafa saiu, escovei os cabelos, que ainda estavam úmidos, e usei babyliss nas pontas. Com o cabelo pronto, parti para a maquiagem, que porser mais elaborada nos olhos, acabou demorando uma hora para ficar pronta, mas tinha valido a pena. Sorri ao me olhar no espelho: pele perfeita, olhos marcados, blush e iluminador na medida e boca nude. Faltava apenas me vestir e estaria pronta. O vestido que eu escolhi era dois em um, branco. O de baixo era justo e estruturado, deixando minha cintura mais fina e os seios mais chamativos. Ele tinha as costas nuas, mas a saia ia até pouco acima dos joelhos. Por cima ia outro vestido de tecido rendado, gola boba, também de costas nuas. Dos ombros saía dois cordões de cetim que se transformavam em um laço atrás do pescoço, detalhe que dava um charme a mais ao vestido que conseguia ser elegante e sexy ao mesmo tempo. Sem contar que o tecido branco, fazia um contraste divino com a minha pele bronzeada. Para arrematar, coloquei uma sandália dourada de tiras finas e borrifei o meu perfume preferido. Ao me olhar no espelho para ver o resultado, senti meu estômago gelar de tanta ansiedade. Enquanto descia as escadas, tentava acalmar meu coração que parecia uma batedeira. Fui direto para a cozinha, onde Karen dava os últimos retoques em uma torta de limão, enquanto minha mãe estava amuada em um canto, com um bico do tamanho do mundo.
— Você está linda, Camila — Karen elogiou ao sentir minha presença.
— Nossa, filha, só você para me dar alegria hoje — mamãe disse e veio me abraçar.
— Obrigada, vocês também estão lindíssimas. Karen usava um vestido nude na altura dos joelhos, já minha mãe optara por um longo, também nude, com estampa floral branca.
— Deixe o papai dormir, daqui a pouco ele melhora do pileque. Ela assentiu e voltou a me abraçar. Aproximei-me da janela da cozinha e vi que um pequeno palco havia sido montado nos limites do deck que bordejava um dos lados da piscina. A dupla contratada por Shawn já estava a postos, tocando músicas antigas em um som ambiente.
— Alguns convidados já chegaram — Karen avisou e avistei alguns fazendeiros com suas esposas e filhos. Devia ter umas quinze pessoas no máximo, incluindo a atirada da Renata Zanquete, que usava um vestido dourado, curto e justo, com um tecido brilhoso.
— Cadê a Rafaela?
— Estou aqui — anunciou, entrando na cozinha com um enorme sorriso no rosto. Minha amiga estava lindíssima em um tubinho branco com aplique de pedras prateadas. Ele também tinha as costas nuas e saia na altura dos joelhos.
— Que bom que chegou, porque a Renata está lá fora no maior papo com o seu gato. O sorriso no rosto dela foi se desfazendo e minha mãe caiu na gargalhada, acompanhada por Karen e Maria. Saímos para a área externa que estava toda iluminada e com dezenas de balões brancos e dourados na piscina. Para completar, o céu estava todo estrelado e a noite tinha tudo para ser um sucesso. Passamos pelos convidados que estavam acomodados em mesas espalhadas pelo jardim ou ao redor da piscina e fomos para o bar em busca de uma bebida. Rafaela nos serviu duas taças de um Clericot[1] delicioso. Após dar alguns goles na minha bebida, comecei a cantarolar a música que a dupla tocava em voz e violão e senti a estranha sensação de estar sendo observada. Olhei para o lado e capturei os olhos de Shawn em mim. Ele estava lindo num jeans claro com uma camisa branca e os cabelos escuros penteados para trás. Sorri para ele e levantei a taça de champanhe em um brinde solitário, ele fez o mesmo com seu copo, mas não sorriu de volta. Decidi não ficar pensando nos motivos para ele estar daquele jeito, não queria estragar minha última noite do ano, com paranoias que vinham me perseguindo há anos. Permaneci ao lado de Rafaela, que não gostou nem um pouco do entrosamento de Renata com seu boy, mas não tomou nenhuma atitude para afastá-los. Segundo ela, ainda não tinha rolado nada entre os dois, além de uma despedida em frente ao quarto dela, que rendeu um beijo no canto da boca, então, não poderia haver cobranças. Na hora do jantar, papai desceu do quarto parecendo um pouco melhor. Durante a refeição, minha mãe encheu o saco dele para não beber, mas não teve jeito, foi só se juntar com o tal Zanquete, que a coisa ficou crítica. Eu tentei comer alguma coisa, mas não consegui. O distanciamento de Shawn me fez perder completamente o apetite. Então apenas bebi champanhe, enquanto remexia a comida em meu prato. Depois da refeição, algumas pessoas foram para o enorme deck em frente ao palco para dançar e cantar. Já eu, permaneci perto do bar, até Karen anunciar que a contagem regressiva iria começar. Ela tinha organizado uma pequena queima de fogos e todos se juntaram para apreciar o espetáculo e dar adeus ao velho ano.
— 10, 9, 8, 7… Todos berravam os números a plenos pulmões. Neste ano, assim como aconteceu desde que me apaixonei pelo sócio do meu pai, eu fantasiei com ele chegando ao meu lado e me beijando no exato momento em que todos gritavam “feliz ano novo”. Por mais um ano isso não aconteceu, mas quando a contagem finalmente terminou, fechei os olhos e fiz uma pequena oração: Meu Deus, se for para esse homem ser meu, que seja hoje, não aguento mais esse martírio. Faça ele me amar ou me faça esquecê-lo. Amém. Quando abri os olhos, estava rodeada por uma confusão de fogos explodindo e pessoas rindo e desejando feliz ano novo.
— Feliz ano novo, amiga — Rafaela disse e se pendurou no meu pescoço. Abracei meus pais, Karen e alguns conhecidos que estavam em volta e estranhei muito a ausência de Shawn, mas não perguntei por ele. Depois que os fogos cessaram, todos voltaram a beber, dançar ou conversar. Minutos depois, avistei meus pais indo em direção à casa e fui até eles. Ao entrar, peguei minha mãe dando a maior bronca no meu pai. Quando ela me viu, explicou:
— Filha, nós vamos nos recolher. Seu pai achou que a bebida do mundo iria acabar hoje e está péssimo. Sorri e balancei a cabeça, desejando boa noite a eles. Quando voltei para a festa, algumas pessoas já haviam ido embora, principalmente as que tinham crianças. Servi mais uma taça de Clericot e me juntei a Rafaela, Renata e Davi.
— Vocês viram Shawn, não consegui desejar feliz ano novo a ele — lamentei, olhando para Davi.
— Acho que ele recebeu uma ligação e entrou para dentro de casa — ele respondeu. Ligar exatamente a meia-noite, só podia ser coisa da ex apaixonada. E pelo tempo que ele estava sumido, sua conversa com Fernanda devia estar muito boa. Depois de quase meia hora, Shawn surgiu de dentro da casa, mas parou para conversar com um grupo de senhores, que estavam reunidos numa roda. Nessa hora percebi que ele realmente estava me evitando.
— Eu já volto — anunciei e me levantei, iria para o meu quarto, tentar me acalmar. Atravessei as mesas e me encaminhei para dentro de casa sem olhar para Shawn quando passei ao seu lado. Ele, em contrapartida, eu percebi, olhou para mim durante todo o percurso. Minha noite tinha sido um fracasso, e tudo por culpa daquele homem. Mesmo não querendo nada comigo, depois de todo o tempo que nos conhecemos, ele poderia ter se esforçado e sido mais simpático. Fiquei imaginando que a vaca da Fernanda devia ter ligado para ele várias vezes, fazendo-o lembrar de como os últimos finais de ano ao lado dela tinham sido maravilhosos. Bufei de ódio e ao invés de subir, resolvi sair por uma porta lateral, que dava para um caminho asfaltado e levava ao estábulo. À medida que me aproximava do meu destino, a iluminação da casa e do jardim foi ficando para trás e o som da música, das conversas e das risadas ficando cada vez mais fraco. Entrei no estábulo e me debrucei sobre a porta da baia de China para olhar Shawmila. Ele estava dormindo sob o olhar atento de sua mãe.
— Em dez dias, China, dez malditos dias, Shawn acabou com tudo o que levei cinco anos para construir e me fez voltar a ser aquela garota boba e apaixonada de novo. Isso é tãoinjusto! A égua levantou a cabeça ao escutar seu nome e pareceu me analisar.
— Às vezes eu penso que a vida de um animal deve ser menos complicada que a minha — continuei e ela ficou me encarando, como se entendesse o que eu dizia. Eu estava tão frustrada com o comportamento de Shawn, que a pobre China foi a escolhida para escutar os meus lamentos a respeito dele, Fernanda e eu. Fernanda… Eu sofria só de pensar que por quatro anos ele passou todas essas datas com ela, todos os Natais, aniversários e dias dos namorados recheados de jantares, flores, declarações de amor… foi tudo para ela. Ah, que ódio!
— Camila, o que faz aqui? — a voz inconfundível de Shawn soou da porta do estábulo.
— Eu… Senti vontade de ver o Shawmila — menti. Seus passos foram se aproximando até parar bem ao meu lado.
— Minha festa de final de ano está tão ruim assim? Sorri e balancei a cabeça.
— Claro que não, a festa está ótima, daqui a pouco eu volto lá. Eu tinha vontade de falar o quanto estava incomodada com o comportamento distante que ele teve durante a tarde, o quanto ele tinha me magoado, mas alguma coisa me falava que não seria uma atitude inteligente. Eu podia estar me sentindo como uma adolescente apaixonada de novo, mas não imploraria por atenção.
— Seu pai perdeu a linha hoje — falou e se encostou na porta de madeira.
— Minha mãe está uma fera — comentei, sem olhar para ele. Ficamos em silêncio e pelos meus cálculos, aquela seria a minha deixa para voltar para a festa, então, me lembrei de uma coisa.
— Não te dei feliz ano novo — falei estendendo a mão para ele. Shawn olhou para mim com a testa franzida, provavelmente estranhando a formalidade. Então se desencostou da porta e aceitou minha mão. Porém, sem que eu esperasse, me puxou para seu peito e me apertou com seus braços. Tão logo consegui reagir ao gesto inesperado, retribuí o abraço e afundei a cabeça na curvatura do pescoço dele, inalando seu perfume delicioso. Suas mãos tocaram minhas costas nuas e senti a leve aspereza de seus dedos maltratados pelas tarefas da fazenda.
— Feliz Ano Novo, Shawn — desejei, depois de alguns segundos, quando consegui falar, mas ele não me respondeu de volta. As mãos másculas, no entanto, continuaram passeando pelas minhas costas nuas. O toque era leve, delicado, mas fez toda a minha pele arrepiar e meu corpo estremecer. Na mesma hora ele me afastou e olhou para mim.
— Tem ideia do quanto isso é errado?— perguntou por fim. Seu olhar estava atormentado, como se estivesse dividido entre o que queria fazer e o que era certo fazer.
— Foi só um abraço — ponderei e ele soltou uma respiração pesada.
— Ah, Camila, Camila… — falou em tom angustiado e voltou a me puxar contra o seu corpo.
— O que foi, Shawn?
— Você era só uma garota linda e atrevida quando foi embora, eu nunca imaginei que voltaria assim...
Sorri por dentro, mas continuei séria para não interromper o momento, por isso apenas perguntei:
— Assim como?
— Eu sabia lidar com a Camila de cinco anos atrás, mas esta aqui — falou, me apertando mais para enfatizar — me deixa completamente inquieto, desconcertado… perturbado. Deliciei-me escutando essas palavras. Tinha despendido muito tempo e esforço para conseguir despertar algum tipo de sentimento nele, então era incrível ouvi-lo se desnudar dessa forma. Continuei abraçada a ele, em silêncio, apenas sentindo suas mãos deslizarem suavemente pelas minhas costas e a barba macia em meu pescoço, mas minha vontade era beijá-lo apaixonadamente ou declarar o meu amor, contudo, me contive, não queria estragar o momento. Segundos depois, senti uma mão subir pela minha coluna até chegar ao pescoço, fazendo meu corpo estremecer novamente de anseio e expectativa. Eu estava tão excitada, que nem mesmo se o meu pai chegasse naquele momento, eu desgrudaria daquele homem. Quando a outra mão desceu e os dedos ultrapassaram o limite do vestido, percebi que tinha chegado ao meu extremo. Encostei minha pélvis a dele, sentindo mais intensamente a ereção que ele não poderia esconder, e levantei a cabeça para estudar seu rosto. Ao me fitar de volta, Shawn deve ter percebido o grau de excitação em que eu me encontrava, pois grunhiu baixinho e logo depois fechou os olhos, respirando profundamente por diversas vezes, parecendo estar tentando recobrar o controle. Quando me olhou novamente, era nítido que estava travando uma batalha interna. Assim que percebi aquilo, me afastei um pouco dele e tentei controlar meu frenesi. Queria que ele tomasse a iniciativa, precisava que ele viesse para mim, não porque o deixei excitado ao ponto de não poder mais parar, mas porque me queria tanto quanto eu a ele. Para meu alívio e gratidão, ele abaixou a cabeça e roçou o nariz no meu. Logo depois, tocou os meus lábios com extrema gentileza, apenas um roçar, como se soubesse o quanto esse momento era especial para mim. Sem conseguir me conter, cheguei meu rosto mais perto do dele para aumentar o contato e ele sorriu com a boca colada na minha, os olhos vidrados nos meus. Quando Shawn finalmente me beijou, foi como se fogos de artifício estourassem dentro de mim. O gosto e o toque que ansiei a vida toda, eram ainda mais incríveis do que eu algum dia poderia imaginar. Naquela hora, mais do que nunca, eu era dele; nossa conexão era carnal, vital e espiritual e eu tinha certeza de que nunca seria assim com mais ninguém. Aos poucos nosso beijo foi ficando mais urgente e voraz. Parecendo necessitar de mais contato, Shawn colocou as mãos na minha bunda e me apertou ainda mais contra si. Ainda insatisfeito, ele girou nossos corpos e me prensou contra a parede do estábulo, se apertando contra mim e me fazendo gemer inconscientemente. De todos os lugares que eu imaginei, aquele era o menos provável para temos o nosso primeiro beijo e, com certeza, estava sendo muito melhor do que sonhei.
— Linda, gostosa, cheirosa… — ele disse ao meu ouvido, antes de mordiscar o lóbulo da minha orelha e começar a traçar a língua pela minha mandíbula, até chegar à minha boca e me devorar novamente. Eu estava mole, com minha intimidade pulsando de luxúria por esse homem experiente, que sabia exatamente onde acariciar uma mulher. O barulho do motor de um carro sendo ligado, nos fez voltar para realidade. Já estávamos ali há pelo menos cinco minutos e mesmo o estábulo sendo longe da casa, não era bom facilitar. Shawn me arrastou para dentro de uma das baias vazias, fechou as duas portas e voltou a me beijar com paixão. Começamos a andar para trás em busca de apoio e acabamos caindo, desajeitadamente, sob uma montanha de feno. Na mesma hora ele se encaixou sobre mim, apertando sua ereção mal contida pela calça contra o meu centro extremamente sensível.
— Shawn, cuidado com seu braço! — falei, pois parecia que ele tinha se esquecido de que estava machucado.
— Acha mesmo que tendo você embaixo de mim, vou sentir dor em algum lugar?
— Pode não sentir agora, mas amanhã não conseguirá nem mexer — previ.
— Vai valer a pena. Você não sabe quantas vezes eu tive vontade de te pegar de jeito — ele rosnou no meu ouvido e apertou a minha coxa, aumentando ainda mais o atrito entre nossas intimidades.
— Não pegou porque não quis — zombei e voltei a beijá-lo, tirando sua camisa de dentro da calça. Como se tivessem vontade própria, minhas mãos entraram sob ela, precisando sentir o toque de suas costas quentes contra os dedos.
— Você era uma maldita ninfeta provocadora. Sorri contra a boca dele, lembrando de quantas vezes havia usado roupas curtas para provocá-lo.
— Os meios justificam os fins — sussurrei e mordi o pescoço dele, fazendo-o gemer. Nossa química era tão intensa que não conseguíamos desgrudar um minuto. Seus dedos deslizaram para a parte interna da minha coxa e subiram até o limite da minha calcinha, que foi imediata e eficazmente colocada para o lado. Arfei quando os dedos ásperos e habilidosos encontraram meus lábios íntimos encharcados de desejo.
— Gostosa — grunhiu ao sentir minha excitação. — Quero chupar essa bocetinha até deixá-la pronta para mim. Quase gozei só de imaginar a cena e minhas pernas se abriram involuntariamente. Shaw.ndesceu pelo meu corpo, até sua cabeça estar no meio das minhas pernas. Ele afastou minha calcinha o máximo que pôde para o lado e lambeu levemente.
— Deliciosa… — falou, sem tirar os olhos da minha boceta. Suspirei
quando a boca dele desceu novamente e ele sugou o clitóris antes de o circular com a língua, aplicando a quantidade perfeita de compressão.
— Ah, meu Deus, Shawn! — exclamei, extasiada quando ele começou a lamber minha entrada, para logo depois enfiar a língua profundamente, me fazendo rebolar em busca de mais. Ele manteve a boca pecaminosa em mim até me fazer gozar como nunca, a ponto de eu precisar reprimir a vontade de gritar a plenos pulmões, deixando qualquer pessoa saber que eu estava tendo o orgasmo mais enlouquecedor da minha vida. Shawn voltou a se colocar em cima de mim e tomou minha boca com urgência, como se não conseguisse se conter. Enquanto isso, uma de suas mãos afastou a gola do meu vestido e a outra pegou um dos meus seios. Ele interrompeu o beijo, ficou apreciando por alguns segundos e então passou a língua sobre o bico, depois sugou e mordeu, me alucinando de paixão.
— Você é toda perfeita e gostosa, tenho vontade de ficar venerando esse corpo a noite inteira. Eu estava lânguida e satisfeita, mas cada vez que ele me tocava, sentia vontade de começar tudo de novo.
— Eu sou sua, Shawn. Ele suspirou ao ouvir aquelas palavras e enterrou a cabeça no meu pescoço.
— Eu sou um maldito pervertido, mas você é uma princesa, Camz, não posso fazer isso com você aqui..
Adorei saber que ele não me considerava uma qualquer..
— Eu não me importo com o lugar, desde que seja você — falei para tranquilizá-lo, pois realmente não me importava em transar com ele numa baia de cavalos. Na faculdade, eu tive transas em lugares bem peculiares e com pessoas que não tinham a menor importância. Com ele, qualquer lugar seria o paraíso Coloquei as mãos em seu peito e o empurrei um pouco, para conseguir algum espaço, e tirei os dois vestidos pela cabeça. Depois voltei a me deitar sobre o feno e deixei Shawn me olhar à vontade. A forma como fitava meu corpo, me deixava lisonjeada e eu tinha certeza de que nunca me cansaria disso. Ele voltou a tomar posse dos meus lábios e entre um beijo e outro, foi se livrando das roupas, parando apenas para pegar um preservativo na carteira, que estava no bolso da calça. A única luminosidade que entrava no estábulo, vinha da luz do luar e foi através dela que eu consegui enxergar a virilidade do homem que eu amava. Quando era mais nova, ficava observando o tamanho das mãos de Shawn e pensando se aquilo refletiria no tamanho do seu membro e, bem, sim, como refletia. Quando ele terminou de colocar o preservativo e voltou a me beijar, eu estava louca para ser possuída por ele. Apesar de haver urgência em seu olhar, Shawn deslizou entre minha abertura sem pressa, ao mesmo tempo em que engolia a minha boca e os meus gemidos. O membro de Shawn era grande, macio e me preenchia de forma perfeita, como se nossos corpos tivessem sido feitos um para o outro. Ao senti-lo todo dentro de mim, deslizei minhas unhas por suas costas suadas, mas quando ele começou a investir repetidas vezes, de forma vigorosa, elas se cravaram em sua pele Ter meu homem dentro de mim, foi a coisa mais deliciosa do mundo, e superou qualquer expectativa que criei durante todos esses anos. Especialmente porque enquanto me invadia, ele elogiava o meu corpo e dizia várias vezes o quanto eu era gostosa. Eu simplesmente me perdi no tempo e naquela boca que procurava pela minha a todo momento. O que fizemos não tinha sido apenas um sexo delicioso, tinha algo mais, algo profundo que nenhum dos dois poderia explicar e muito menos negar. Depois de alguns minutos, senti meu ventre vibrar e a mais deliciosa sensação de prazer me dominou. Shawn também chegou ao seu limite e se agarrou ao meu corpo enquanto gozava, entrando profundamente em meu interior, que o acolhia com avidez. Na medida em que nos recuperávamos, fiquei lembrando de quantas vezes fantasiei como seria a nossa primeira vez. Imaginei diversos cenários e ensaiei frases para declarar a ele. Mas agora, sabendo que Shawn também me desejava, todas as dúvidas e inseguranças que me consumiam, haviam se dissipado. Constatar que a atração entre nós era mútua, me encheu de coragem para enfrentar todos os obstáculos que surgiriam, sendo o maior deles, a possibilidade de que ele se arrependesse, quando toda essa névoa de paixão e desejo desaparecesse.