Capitulo 29

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Shawn


A tarde pareceu se arrastar e quando saí da empresa, no final dabtarde, estava cansado e muito ansioso também. Queria acertar as coisas com Camila, fazê-la enxergar que não havia espaço para outra pessoa entre nós e que se ela me desse um tempo, tudo se resolveria. Já havia me arrependido de ter lhe dado um ultimato, principalmente porque eu sabia que só não estávamos juntos por causa de mim, mas fiquei transtornado quando vi o idiota do Miguel a beijando na churrascaria e só não saí da minha mesa e o afastei dela com um murro na cara, por causa do Alejandro, não dava para fazer uma cena daquelas na frente dele sem ter que contar a real motivação para um gesto tão primitivo. O pior era que ultimamente, era exatamente assim que eu estava me sentindo, um verdadeiro homem das cavernas no que se referia àquela garota. Camila me pertencia e não fazia o menor sentido ela estar com outro homem. Eu sabia que esse pensamento era bem retrógrado, mas não conseguia ver a situação de outro jeito, não conseguia imaginá-la com outro homem que não fosse eu. Após a nossa discussão, não voltei a vê-la, mas soube que Miguel esteve à sua procura e isso fez voltar toda a irritação que eu havia conseguido controlar. Só esperava que quando o encontrasse novamente, ela desse um pé na bunda daquele babaca e voltasse para mim; já estava morrendo de saudades de tê-la em meus braços novamente. Durante o trajeto até minha casa, liguei para ela duas vezes, mas caiu na caixa de mensagem e imaginei que pelo horário, ela deveria estar na casa dos pais. Minhas suspeitas se confirmaram quando vi seu carro estacionado em frente à casa deles. Como havia se tornado um hábito nos últimos dias, passei direto; queria falar com ela a sós, além disso, tinha a impressão de que o clima entre nós estaria tenso e isso certamente despertaria suspeitas em Alejandro. Depois de um banho revigorante, decidi ir até sua casa, imaginei que se ligasse, ela não atenderia ou, se atendesse, não iria ao meu encontro. Tive que apertar a campainha várias vezes antes que ela me atendesse, não de camisola, como imaginei, mas toda maquiada e usando um elegante vestido preto, além de sapatos de salto.
— Você vai sair — foi uma afirmação, pois ela estava arrumada demais para ficar em casa e aquilo não era um bom sinal, pelo jeito, ela havia se decidido e eu havia sido descartado.
— Vou.
— Precisamos conversar — falei, sem rodeios.
— Sim, entre — pediu, me dando passagem —, acredito que dará tempo de termos esta conversa, ela não será muito longa. Camila não estava me olhando nos olhos, como de costume, e isso me deixou ainda mais em alerta.
— Pode parecer precipitado, mas eu pensei bastante em seu ultimato, Shawn e tomei uma decisão. Ela foi caminhando em direção à sala, esperando que eu a seguisse, mas pela primeira vez na minha vida, tive vontade de fugir. Estava sentindo um clima pesado e tudo em mim dizia que eu não iria gostar do que ela tinha para me falar. Quando Camila se voltou para mim novamente, obriguei-me a ir até ela, xingando-me internamente por ter ido até lá.
— Desde a minha época de adolescente, eu te vejo desfilando com mulheres por aí. Por ser quem era, nunca tive a opção de exigir qualquer coisa e sempre sofri calada. Claro que não foi culpa sua, eu era apenas uma menina, mas foi baseado nisso que tomei minha decisão. Saiba que entendo a sua posição com relação à Fernanda, de verdade, e mais ainda com relação ao meu pai, mas eu acho que mereço mais. Quero um homem que tenha orgulho de me exibir por aí e não um que tenha medo de perder uma amizade ou, pior que tudo, tenha receio de que a ex-namorada surte por ele ter seguido em frente. Eu quero um homem que não pense nas consequências, mas infelizmente, não é isso que você está me oferecendo. Passei por coisas demais para aceitar migalhas, por isso decidi ficar com Miguel e ver o que vai dar. Foi ainda pior do que eu pensei. Foi como ter levado um chute no estômago e tudo por culpa minha. Camila tinha crescido e se tornado independente, era óbvio que não aceitaria um relacionamento pela metade, mas meu ego estava inflado demais, achando que ela ainda era aquela garota completamente apaixonada, por isso nunca cogitei a possibilidade de ser trocado por outro.
— Você não me ama, nunca amou. Só queria saber como era ficar comigo e agora que matou sua curiosidade está saindo fora — falei sem nem ao menos pensar nas palavras que estavam saindo da minha boca. Ela riu, desgostosa, como se eu estivesse falando o maior absurdo de todos.
— Passei metade da vida correndo atrás de você, Shawn, acho que não sou eu que tenho que provar algo aqui. Camila estava coberta de razão, mas como eu poderia assumir alguma coisa naquele momento? Eu achei que ela tivesse entendido a situação, mas pelo visto, não entendeu nada, ou então não liga. Mas diferente dela, eu ligo muito. Tenho em Alejandro mais que um amigo e não sei como ficaria caso o decepcionasse. E para piorar, ele adorava a Fernanda, perguntava sobre o estado de saúde dela todos os dias. Como eu poderia chegar, sem mais nem menos, poucas semanas após minha ex-noiva acordar de um coma e dizer a ele que estava namorando sua filha, mas que ainda não tinha certeza dos meus sentimentos por ela. Não dava.
— Você sabe que nesse momento é impossível, não depende apenas de mim, por favor, entenda. Ela me lançou o olhar mais triste que eu já tinha visto, mas não era apenas tristeza, havia desapontamento também e me senti horrível por ser o causador de tudo aquilo.
— Uma vez você me disse que quando amasse uma mulher, enfrentaria tudo e todos para ficar com ela. — Sua voz saiu um pouco embargada no final da frase e minha vontade era de diminuir a distância que ela impôs entre nós, mas como se tivesse lido meus pensamentos, Camila se afastou ainda mais e continuou: — O fato de haver tantos obstáculos te impedindo de ficar comigo diz tudo o que eu preciso saber sobre os seus sentimentos e seria idiota se continuasse insistindo. Desde a nossa última conversa, eu rememorei inúmeros fatos da minha vida desde que me apaixonei por você e percebi que ela sempre se resumiu a Shawn Mendes, e após pesar tudo, decidi que não dava mais para continuar esperando pelo dia em que, finalmente, poderemos ficar juntos. Acho que respirar outros ares vai me fazer bem.
— Porra nenhuma! — respondi, nervoso, relutante em aceitar que Camila não me queria mais. Ela ignorou meu estado de nervos e atendeu ao celular que começou a tocar em sua bolsa.
— Tudo bem, ficarei esperando lá fora. Senti meu sangue ferver ao ouvir aquilo. Eu sabia que deveria ser o maldito que a tirou de mim e tudo o que eu quis naquele momento foi que ele estivesse ali para lhe dar uma lição.
— Eu preciso ir, Shawn — avisou caminhando até a porta e dando nosso assunto por encerrado. Camila parecia tão alheia a mim, tão superior.
— O que preciso fazer para que repense e volte para mim? — perguntei, engolindo todo o meu orgulho, tomado pelo desespero.
— Resolva a sua vida primeiro, não aguento mais esse caminhão de problemas que te acompanha. E o mais importante, tenha certeza dos seus sentimentos, não venha atrás de mim apenas porque nos damos bem na cama e muito menos para provar que você pode. Não me faça sofrer mais, Shawn. Camila estava deixando claro que não aceitaria receber apenas algumas noites de sexo e, lá no fundo, eu sabia que tinha muito mais a lhe oferecer. Eu queria dar o mundo a ela, mas naquele momento eu estava completamente impotente e amaldiçoei o destino por ter aberto meus olhos em um momento em que estava de mãos atadas. Saí da casa dela carregando a pior sensação que senti nos últimos anos. Na verdade, tinha certeza de que só havia me sentido desolado dessa forma quando tinha oito anos e minha mãe me falou que meu pai não iria mais voltar. Desde então, eu nunca mais havia sofrido dessa forma; sabia que seria ainda pior quando perdesse a minha mãe, mas nunca imaginei que algum dia me sentiria assim por causa de uma mulher. Camila estava me dando uma lição atrás da outra. Seduziu-me, primeiro com seus olhares e suspiros adolescentes, depois com seu corpo gostoso, até me fazer cair em tentação, me deixando completamente louco e viciado, para depois me trocar pelo primeiro mauricinho que passou à sua frente. Entrei em minha casa, mas não me dei ao trabalho de acender as luzes. Apenas fiquei feito um idiota em frente à janela da sala, observando Camila que continuava esperando por aquele infeliz que certamente iria colocar as mãos no que era meu. Eu ficava fora de mim só de pensar nisso e pela primeira vez na vida senti vontade de matar alguém. Sim, eu sabia que era um pensamento insano, mas não conseguia conter o furor que crescia dentro de mim. E a coisa apenas piorou quando um BMW preto parou em frente à casa dela e Miguel desceu, vestido em um terno elegante e envergando um enorme sorriso no rosto. Os dois se beijaram brevemente e isso me deixou ainda mais louco. Afastei-me da janela e chutei a poltrona que estava à minha frente, depois fui até o bar sendo guiado apenas pelas luzes que vinham da rua e enchi um copo de uísque, que desceu rasgando quando o bebi todo de uma vez. Dirigi-me à área da piscina, levando comigo a garrafa de uísque, sentei-me na primeira espreguiçadeira que vi e comecei a tomar pequenas doses da bebida que, aos poucos, foi aplacando meu desespero. Não sei que quantidade eu tinha bebido quando adormeci, só sei que acordei com o calor do sol queimando meu rosto e o canto dos pássaros em volta de mim. Sentei-me, sentindo o gosto forte da bebida na boca, e quando minha cabeça rodou, pedi a Deus que tudo fosse uma brincadeira de mau gosto. Mas eu sabia que não era. O pior de tudo era que além de estar me sentindo traído, estava me achando um idiota também, por ter me entregado à bebida. Não me lembrava de quando foi a última vez que bebi uma garrafa de uísque pensando em uma mulher, de fato, acredito que nunca tenha feito isso. Subi as escadas com a cabeça latejando de dor e o peito apertado. Meu banho foi demorado, uma vez que fiquei embaixo do chuveiro imaginando o que Miguel e Camila teriam feito na noite anterior. Pensar nisso erum tormento, todavia, eu não conseguia evitar, sempre fui muito criativo e minha mente trabalhava sem me pedir permissão. De repente, porém, lembrei-me de que o dia seria cheio de reuniões e com algum custo, tratei de me recompor. No caminho para a empresa, liguei para Davi, precisava desabafar com meu melhor amigo, mesmo sabendo que não havia nada que alguém pudesse fazer. Após lhe contar o que tinha acontecido, ele me disse que havia começado uma investigação por conta própria e que alguns amigos em comum com Miguel Cavalcante, lhe disseram que a fama dele entre as mulheres não era muito boa. Pelo que contaram, o maldito não costumava assumir compromissos sérios e ainda gostava de frequentar clubes de swing. Em contrapartida, era extremamente ambicioso no que se referia aos negócios e estava sempre atrás de alguma vantagem. Ninguém tinha ficado sabendo de nada escuso por parte dele, mas uma pessoa ambiciosa assim, podia ser capaz de tudo, até mesmo se envolver com a herdeira de uma das maiores construtoras da cidade para poder se dar bem. Camila, certamente, não sabia desses detalhes um tanto obscuros da vida daquele filho da puta. Ele vinha de uma família conhecida e mostrava a todos aquela cara de bom moço, tanto que Alejandro já aprovava esse relacionamento antes mesmo de ele acontecer, o que me deixava ainda mais injuriado. Meu sócio era um homem tão boa praça, que a princípio não via maldade em ninguém. Não demoraria para ele envolver aquele pedaço de merda nos almoços de família. Mas a mim ele não enganava. O maldito tinha fama de ser um solteiro convicto, pelo que Davi me disse, ele nunca assumira nenhuma mulher e aquilo me deixou desconfiado de que ele tinha segundas intenções para com a minha garota. Não que Camila não fosse capaz de virar a cabeça de qualquer homem, mas Miguel estava louco para fazer sociedade com Alejandro e aquilo me deixava desconfiado de seu interesse, um relacionamento com ela iria ajudá-lo bastante. Passei o dia com esse pensamento e evitei encontrar ou falar com Camila. Embora soubesse que não deveria, estava com raiva por ter sido preterido, e do jeito que eu andava descompensado, era bem possível que eu fizesse alguma besteira. Apesar de ter tomado dois comprimidos de ibuprofeno, quando cheguei à minha sala ainda sentia como se a cabeça fosse explodir. Por isso pedi a Alejandro que me substituísse nas duas reuniões que eu teria na parte da tarde, já estava sendo um sacrifício me concentrar no trabalho, imagina como seria numa reunião. Dei graças a Deus quando encerrei o expediente. Segui direto para casa, tomei um banho quente e apaguei, não queria pensar em nada. Infelizmente, algum tempo depois, estava acordado novamente. Peguei meu celular para olhar as horas e vi que era quase meia noite. Sabendo que não conseguiria dormir tão cedo, caminhei até a sacada do meu quarto e fiquei olhando para as portas de vidro do quarto de Camila. Não havia qualquer luz incidindo de lá, na realidade, todas as luzes de sua casa estavam apagadas, o que indicava que ela havia saído. Naquele momento, olhando para sua casa, senti uma enorme sensação de vazio, o que era bem incoerente, já que não tínhamos passado tanto tempo juntos; nada justificava esse abalo que eu estava sentindo. Mas no mesmo instante percebi que meu pensamento estava completamente equivocado, porque a verdade era que nós passamos uma vida juntos, Camila sempre esteve presente, sempre esperando por mim e quando eu finalmente a notei, ela decidiu seguir em frente. Fui tirado de meus pensamentos quando vi o mesmo BMW preto estacionar em frente à casa dela. Miguel saiu e foi abrir a porta para Camila, que desceu, linda como sempre. Antes que ela se afastasse, ele a imprensou contra a lateral do carro. Fechei os olhos, não queria presenciar algo que me magoava tanto. Ainda assim fiquei com o peito apertado, senti a bile subir e tive uma enorme vontade de voar da sacada para fazê-lo largar o que era meu. Só me segurei porque apreendi a tempo que, se eles estavam se despedindo ali, era porque ele não iria entrar. Abri os olhos quando ouvi o carro sendo ligado. Fiquei observando enquanto ela abria a porta da frente e entrava. Minutos depois, percebi uma iluminação amena vindo de seu quarto e imaginei que ela tivesse ligado apenas a luz do banheiro ou do closet. Deve estar trocando de roupa, refleti comigo mesmo, me torturando com as imagens de seu corpo que minha mente se lembrava tão bem. Pensei em ir até sua casa e seduzi-la, Camila ainda tinha sentimentos por mim e assim como eu, sentia o quanto a nossa química era grande. Mas se por um lado, eu pensava em como aquilo seria fácil, por outro, tinha medo de que ela cedesse por algumas horas, e no dia seguinte, voltasse para os braços dele. Eu, sinceramente, não sabia o que era pior. Contrariando a razão, coloquei uma roupa qualquer e quando dei por mim, estava parado em frente à porta dela. Mesmo sabendo que aquilo poderia me magoar, eu precisava vê-la, senti-la em meus braços para tentar aplacar a saudade que me afligia. Levou alguns minutos para que a porta fosse aberta. Tinha certeza de que ela sabia que era eu e que por isso passara alguns minutos ponderando se devia ou não atender.
— Precisa de alguma coisa, Shawn? — Ela não parecia muito receptiva e isso ficou bem óbvio quando não me deu passagem para entrar. Sua atitude fez um sorriso bobo aparecer em meu rosto. Sorriso esse que morreu quando desci o olhar e vi como ela estava vestida. Apesar do robe, conseguia ver o decote profundo de sua camisola preta, que deixava seus seios perfeitos ainda mais lindos e volumosos. Ela percebeu meu olhar sedento e fechou mais o robe de seda, erguendo uma sobrancelha em desafio para mim.
— Preciso de você — soltei, sem rodeios.
— Nós já conversamos sobre isso, por favor, é melhor você ir.
— Eu bebi uma garrafa de uísque ontem, pensando no fora que me deu, se me mandar embora, provavelmente vou fazer o mesmo. Não me deixe virar um alcóolatra — falei em tom de brincadeira e ela sorriu. O primeiro sorriso verdadeiro que recebia desde a nossa briga.
— Não sou sua mãe, Shawn, mas posso ligar para ela e contar o que anda aprontando.
— Ótimo, daí eu revelo o motivo e as coisas vão ficar tão feias para você quanto ficarão para mim. Ela sorriu mais uma vez, mas logo ficou séria.
— Acho que você já e bem grandinho para saber o que fazer da sua vida, Shawn. Se resolver beber todos os dias até cair, fique sabendo que não perderei uma noite sequer de sono me sentindo culpada, ok. Se isso é tudo, boa noite, eu preciso subir — falou, tentando fechar a porta, mas coloquei meu pé na frente e passei por ela, sentando-me no sofá. Camila cruzou os braços em frente ao peito e ficou me encarando. As luzes da sala estavam apagadas e a única claridade vinha do corredor do andar de cima e das luzes automáticas da porta de entrada, mas eu sabia que ela podia me enxergar, já que eu estava de frente para a escada.
— Está agindo feito um adolescente que perdeu a namoradinha do colégio.
— Que seja. — Dei de ombros me espreguiçando em seguida. Camila era bem transparente e foi impossível não notar seu olhar apreciativo para o meu corpo, especialmente quando ele desceu até o meio das minhas pernas e visualizou o volume que se encontrava ali. Meu pau ficou duro quando coloquei os olhos nela e sabia que ficaria assim até que pudesse gozar.
— Venha aqui, Camila — pedi, batendo no assento ao meu lado, Ela relutou por um tempo, mas sabia que eu não sairia dali, então acabou suspirando e indo se sentar ao meu lado. Na mesma hora o perfume delicioso dos seus cabelos invadiu minhas narinas me fazendo agir como um animal que acaba de sentir o cheiro de sua fêmea. Isso, junto com o pedaço de perna que apareceu quando o robe se abriu e o decote que mais uma vez se fazia visível, era uma verdadeira tentação e eu tive que me segurar muito.
— Você já transou com ele? Ela me olhou com desprezo, retorcendo a boca.
— De novo isso, Shawn? Está achando que só porque as coisas foram fáceis para você, eu vou agir assim com todos os caras — ela perguntou, com raiva, mas eu apenas sustentei seu olhar, precisava saber em que nível eles estavam. Depois de respirar profundamente, demonstrando cansaço, ela respondeu: — Não, Shawn, nós ainda estamos nos conhecendo.
— Deixe esse idiota e volte para mim — pedi e ela revirou os olhos.
— Estou com Miguel há menos de vinte quatro horas e você já está me infernizando. Por Deus, Shawn! — ela me repreendeu, irritada. Sem que ela esperasse, a joguei no sofá e fiquei entre suas pernas. Camila se debateu, tentando se desvencilhar, mas não me movi. Não havia qualquer chance de conseguir me afastar daquele corpo macio, cheiroso, gostoso e meu.
— Me solta, Shawn!
— Você fica ainda mais linda quando está brava. Ela suspirou, frustrada e virou o rosto para o lado, recusando-se a me encarar.
— Olhe para mim, por favor. — Com muita relutância ela fez o que eu pedi.
— Agora olhe nos meus olhos e diga que não me ama mais. Camila ficou em silêncio, mas percebi que minha pergunta mexeu com seus sentimentos, a vulnerabilidade em seus olhos me disse o que eu queria saber.
— Eu amo, Shawn, mas, às vezes, amor não é o suficiente.
— Isso não existe. Se você me ama, então fique ao meu lado até as coisas se acalmarem, eu prometo que será diferente quando a Fernanda se recuperar. Ela engoliu a vontade de chorar e maneou a cabeça em negativa.
— Vá embora, Shawn — pediu mais uma vez, sem olhar nos meus olhos. Era nítido que havia uma guerra entre sua cabeça e seu coração.
— Só vou se me der um beijo. Ela meneou a cabeça, mas dessa vez me encarou.
— Não, eu estou com Miguel agora.
— Mas o beijou quando estava comigo — rebati.
— Só um beijo e vou embora. — Minha voz estava calma, mas por dentro eu estava nervoso, em expectativa, sentindo seu peito subir e descer com rapidez.
— Está me colocando em uma situação difícil, Shawn. Eu tenho vários motivos para não querer ficar com você, mas Miguel nunca me fez nada. Sorri. Camila, era esperta demais para cair em minha lábia e eu já devia ter esperado que ela usasse de sua inteligência para me dar a volta. Aproximei o rosto do dela e beijei seu queixo, sentindo seu corpo estremecer levemente. Contornei seu maxilar com os lábios e depois percorri toda extensão de pele exposta em seu pescoço. Camila grunhiu baixinho, o que me incentivou a continuar. Fiz o caminho de volta e cheguei pertinho de sua boca, que já estava entreaberta em um convite que eu não recusei. Comecei a beijá-la devagar, sentindo seu gosto, me inebriando com seu cheiro e exultando com as sensações que estar com ela provocava em meu corpo. Invadi sua boca sob poucos protestos, ela também desejava aquilo, pois suas mãos subiram tímidas pelas minhas costas. Quando já estava completamente sob meu domínio, desci a mão e afastei o tecido da calcinha, chegando à sua boceta molhada. Fiquei ainda mais duro e deslizei dois dedos para dentro de seu canal estreito. Conforme os dedos a penetravam e o polegar circulava seu clitóris, ela gemia, manhosa, pedindo mais. Ao vê-la ali, tão excitada, perdida em seu próprio prazer, decidi que não havia hipótese de deixar que outro homem encostasse nela. Camila era minha.

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