Até Que Sejamos Um - Livro 1.

CHAPITRE DEUX

°VIOLET CORSANT

NOVA YORK

Agradeci a água que uma ruiva muito bonita tinha me oferecido, ela sorriu largo e me desejou boa sorte, eu estava desesperada. Pelo que me contaram, o moreno do elevador era o chefe disso tudo.

Eu era a última para fazer a bendita entrevista, conversei com a moça que estava ao meu lado que estava tão nervosa quanto eu, a diferença é que ela não tinha xingado o dono da empresa antes da entrevista. Descobri que seu nome era Carla e tinha 23 anos, dois anos mais velha que eu. Estava tão nervosa, olhava toda hora para minha saia, isso não podia estar pior.

- Violet Corsant! - Ouvi meu nome ser chamado novamente pela ruiva e segui para a sala. Eu estava parecendo uma vara verde!

Entrei na sala tentando não mostrar tanto minha coxa apertando a saia com força entre os dedos. Os três homens que estavam dividindo uma mesa enorme cheia de papéis me olharam, em outras circunstâncias, se me falassem que estava no paraíso e eles fosses os anjos acreditaria fácil.

O do lado esquerdo era loiro, seus olhos eram hazel - castanho claro -, tinha a boca rosada e usava um lindo terno azul.

O da direita era muito parecido, loiro, olho bem azul, boca carnuda e bem desenhada, seu cabelo liso estava perfeitamente no lugar, seu terno era cinza e o deixava incrivelmente mais formal.

E o do meio, Jesus, de longe lindo e de perto parece que está de longe. Ele não era muito parecido com os outros, mas com certeza era o mais bonito, a boca tinha um sorriso irônico, enquanto seus olhos escuros me olhavam dos pés a cabeça me avaliando mais uma vez, seu cabelo era castanho, parecia que tinha passado as mãos várias vezes nele, tinha uma barba muito bem feita no rosto, eu não conseguia prestar atenção em mais nada que não fossem os seus olhos. Eram intimidadores, ele me lançava um olhar intenso, sentia a raiva dele, mas para sua sorte, não era isso que me faria desistir, logo depois lembrei do que aconteceu e aí sim pensei em desistir... Mas a esperança é a última que morre! É agora ou nunca!

- Bom dia! - Desejei de forma educada sorrindo e me sentei na cadeira logo depois.

- Bom dia, senhorita. Avaliamos atentamente seu currículo e ficamos realmente impressionados. Me chamo Anthony e é um prazer recebe-la aqui. - O da esquerda falou, logo depois o da direita continuou.

- Como deve ter visto, estamos procurando três novos secretários para trabalhar conosco na central. Nossa empresa é grande e infelizmente nós e os antigos funcionários não conseguimos dar conta, decidimos então fazer uma nova seleção. Precisamos que você esteja disposta e realmente empenhada para trabalhar aqui, detestamos funcionários incompetentes. - Eu estava realmente me sentindo fora do lugar, eu sou esforçada e competente, isso eu sei, mas eles estão me intimidando - Agora, por favor, senhora... hum... Corsant? - Ouvi uma risada nasalada do que estava no meio, achou meu sobrenome engraçado? - Fale um pouco sobre você, a propósito sou Matthew, seja breve, resuma tudo que está no seu currículo.

Vamos lá, garota, hora de brilhar. E como diria a filósofa contemporânea Rihanna, brilhe como um diamante.

- Meu nome é Violet Corsant, tenho 21 anos, passei um tempo no Brasil, mas atualmente moro aqui em Nova Iorque, faço faculdade de moda, quase terminando e fiz faculdade de administração ao mesmo tempo, mas já conclui. Sou competente e dedicada, farei de tudo para permanecer e ajudar no avanço da empresa. Já trabalhei em pequenas empresas e tenho base de como tudo pode funcionar, de maneira limitada ao que já fiz, mas estudiosa e aprendo fácil. Tenho tempo livre para estar presente nas viagens de negócios, me dedicar ao trabalho e estar a disposição em qualquer dúvida.

- Estou impressionado, você é a mais nova até agora e tem mais determinação do que  alguns que vieram até aqui e esperaram as perguntas. - Anthony diz e sorri.

Aquele do meio que até agora não tinha dito nada me encarava, isso estava me incomodando. Não sei o porquê mas sinto que o pior vem dele. E aí ele começou a falar com aquela voz rouca, com um tom de gozação.

- Sou Phillip Maxwell, fundador e presidente da empresa, mas você deve saber, não é?! - Ele sorri e passa a língua nos lábios. Merda! - Interessante seu currículo, de fato, mas acho que esqueceu de mencionar algumas coisas.

- Como o que, senhor?! - Se antes eu estava nervosa, agora eu estava quase desmaiando, ainda bem que não mandei ele se foder, mas foi quase.

- Bom, o atraso já conta muito, a maioria dos candidatos chegaram muito antes. - Ele bate os dedos na mesa me analisando - Você pretende vir vestida assim? - Aponta para minha saia e ri novamente - Gostamos de nudez, mas assim já é demais, senhorita - Ele muda a voz para um tom muito sarcástico. Infeliz! - Ah! Precisamos também que nossos secretários falem mais de uma língua. E... Já ia me esquecendo, pretende chegar aqui xingando seus chefes sempre?! Muito feio da sua parte. - Ele me olha nos olhos e logo depois apoia os braços na mesa. Os outros dois olhavam para nós dois com curiosidade. Suspirei.

- Peço desculpas por meu atraso, não são coisas que costumam acontecer, geralmente sou bem pontual, mas acho que vocês sabem que imprevistos podem acontecer. - Suspirei mantendo o olhar, homem nenhum me intimida desse jeito. - Como disse, imprevistos acontecem e com minha saia não foi diferente, sei que é muito atento, senhor Maxwell, mas acho que não deve notar a nudez - dei ênfase na palavra - alheia, isso pode lhe causar alguns processos. Peço desculpas pelo mal entendido mais cedo, espero que seja profissional e se atente por enquanto no que foi pedido no meu currículo, o senhor me não me esperaria se pedisse com educação. - Sorri inocente - A propósito! Já ia me esquecendo - Sorri largo para os três - C'est un honneur d'avoir le privilège d'être ici aujourd'hui. Your building is amazing, as are the employees who work here, espero poder volver, pero esta vez como empleado. Mostrarei meu profissionalismo e competência. Grazie per l'opportunita!
(É uma honra ter o privilégio de estar aqui hoje. Seu prédio é incrível, assim como os funcionários que aqui trabalham, espero poder voltar, mas desta vez como funcionária. Mostrarei meu profissionalismo e competência. Obrigada pela oportunidade!)

Eu assumo que não sei nada de italiano, mas decorei essa última frase para me ajudar aqui.

Vi Philip me olhar com raiva e naquele momento senti que fui vitoriosa, odeio que tentem me humilhar.

- Uau, isso foi incrível, estou realmente sem palavras, com certeza seria maravilhoso para a empresa tê-la aqui. Mandaremos um e-mail com a três pessoas que passarem, vocês vão ser escolhidos e mudarão para uma de nossas empresas. Agradecemos sua colaboração. Boa sorte mesmo! - Matthew diz se levantando e me estendendo a mão. Sorri e apertei sua mão, logo depois a de Anthony que piscou para mim. O cretino continuou sentando.

- Muito obrigada. - Me despedi indo em direção da porta.

- Tchau, croissant! - Ouvi Phillip dizer e logo depois dar risada. Meu Deus, que homem cretino.