ºPHILLIP MAXWELL
NOVA YORK
- Não me deseja mais, Phill? - Victoria disse sentada no meu colo.
- Eu estou doente. Infértil. Minha sentença é a morte. - Digo olhando para a janela do quarto de visitas. - O problema não é você, Vic, acredite. - Voltei meu olhar para a morena na minha frente e coloquei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha.
Vic é uma das pessoas pessoas que mais amo na minha vida. Estamos juntos desde o ensino médio, cuidamos um do outro sempre. Transamos a primeira vez na formatura, estávamos bêbados, caindo mesmo. Depois desse dia, sempre que queremos algo basta uma ligação. E hoje foi um péssimo dia para ela me procurar.
- Vai me contar ou posso procurar outra pessoa? Uma que preste. - Ela disse sorrindo, saindo do meu colo e deitando na cama com os braços perto do rosto. Mostrei meu dedo do meio. - Esse é lá embaixo. - Disse apontando para sua intimidade e riu em seguida. Depravada.
- Sabe que tenho uma nova secretária, certo? - Digo e ela balança a cabeça.
- A que saiu com Math, não é?
- A própria.
- Coitada. - Disse revirando os olhos. Victoria não suporta Matthew, é até engraçado. - Mas continue...
- Ela me bateu. Chutou minhas bolas, me senti num campo de futebol. Ela era o jogador. - Vic começou a dar risada. Uma risada escandalosa. - Ela é tão irritante, juro. A garota parece uma pedra no sapato. Vive me provocando, é teimosa, sabe? Eu podia demiti-la.
- E por que não demite? Vamos concordar, Phill, você é horrível de conviver quando está trabalhando, a única que você não desmerece ou trata mal, é Anne.
- Eu não faço isso com eles, nunca fiz. Apenas tenho uma relação de chefe e funcionário. Ser maleável não da certo. E ainda não a demiti porque ela é inteligente.
- Inteligente ou você está querendo algo a mais?
- Não fode. - Reviro o olho. - Além do mais, apostei com Anthony que ficaria com ela. - Sorri olhando para ela que me olhava com tédio.
- Você é um retardado. Você e ele. Anthony não tem os parafusos no lugar certo, Phillip, e você faz esse tipo de aposta com ele? Essa aposta foi apenas uma desculpa para você ter algo com a menina. Eu te conheço.
- Não, eca. - Fiz cara de nojo. - Vai amanhã para a empresa, certo? - Mudei de assunto.
- Sim, quero ver a tia Mel. Ela vai, não é? Se ela não for, você vai ficar sozinho.
- Claro que vai. Parece que você gosta mais dos meus pais do que de mim.
- Não parece, é verdade. - Disse levantando e vestindo sua roupa. - Vou para uma balada qualquer, não me ligue, gato. - Logo depois saiu me deixando só no quarto de visitas.
Saí do quarto que estava e segui para o meu. Havia uma mesinha redonda no corredor com Whisky e copos. Me servi e fui em direção da vidraça que tinha ali.
Me encostei nela e meus pensamentos viajaram há alguns anos atrás. Especificamente para a minha infância. Tudo que ajudou a me formar.
Suspirei e olhei para minha cômoda quando meu celular começou a vibrar. Virei o copo com o líquido dentro e peguei o celular para ver quem estava me ligando.
- Melissa... - Disse com a mão na cintura.
- Melissa?! MELISSA? É assim que trata sua mãe? Mereço mais que isso, querido.
Sorri e balancei a cabeça. Já esperava todo esse drama.
- Estou ocupado agora, aconteceu alguma coisa? - Digo passando os dedos sobre os objetos que estavam em cima do móvel. Abri minha agenda apenas para conferir.
- Quero ver meu filho! Não tenho mais esse direito? Estou doente, Phillip, em cima de uma cama. Seu pai está preocupado, acho que não tenho muito tempo de vida mais.
Minha espinha gelou. Mesmo sabendo que boa parte daquilo é drama, a ideal da morte de Melissa arrepia todos os pelos do meu corpo.
- O que está sentindo ? - Pergunto com a mão na têmpora.
- Dores em todo meu corpo. Acho que minha cabeça está fora do corpo. Venha me ver antes que seja tarde.
- Eu já tinha planos de ir aí, para convidar pessoalmente para uma invenção de Math e Thony na empresa. Nada de importante, mas muitos amigos de vocês vão...
- Oh, meu Deus. Vicent levante essa bunda murcha daí. Temos uma festa amanhã. A que horas, meu pequeno tesouro?
Revirei o olho com o apelido.
- Às 19:30 estarei lá. Você não estava doente?
- Um anjo passou aqui e disse que estava curada, ótimo, não é mesmo? Até mais, meu amor. Eu te amo.
- Tchau, Melissa. - E desliguei antes de ouvir suas reclamações.
Deitei na cama com o celular na mão e abri o aplicativo de mensagens que estava instalado. Ignorei as mensagens que esperavam para ser abertas e abri a única conversa que estava sem resposta.
A ideia de irritar Violet passou pela minha cabeça e sorri só de pensar na sua cara de irritada, mas pelo pouco que a conheço, ela me mandaria a puta que pariu em quatro idiomas diferentes - literalmente -, vi que estava online e minha curiosidade foi aguçada, será que estava falando com alguém?!
Há uma coisa com nós dois que não consigo explicar. A maneira que o corpo dela reage ao meu, como não penso direito quando ela está por perto... Existe um laço que liga nós dois, acho que ódio. Isso, ódio. Mas também uma necessidade, eu não sei de que, mas existe, ela está aqui, pronta para ser solta e brilhar como fogos de artifício.
Olhei sua foto de perfil e tive que concordar com todos que falavam de sua beleza. Seu cabelo era castanho e ondulado estava cobrindo uma parte de seu rosto, os olhos estavam quase fechados por conta do sorriso gigante que estava no seu rosto. A foto com certeza foi tirada sem querer por alguém, mas ainda sim, estava linda.
Olhei direito na foto e meus olhos focaram na sua boca. Os dentes brancos perfeitamente alinhados e os lábios estavam com um batom vermelho que a deixava ainda mais bonita. Aquela foto - especialmente sua boca pintada - trouxe a minha mente a imagem mais pervertida e depravada que eu poderia ter com a minha funcionária.
A imagem daquela boca em torno do meu pau foi o que deu vida àquele que há horas atrás não subia de forma alguma. Quão errado seria me satisfazer depois de tudo que ela me contou no início a semana?!
Bom, mas o que os olhos não veem o coração não sente. Certo?
Essa é a energia que eu sinto que temos. Nenhuma provocação. Nenhuma palavra. Apenas meu corpo reagindo tão longe do seu.
Não sinto nada relacionada a ela, vou acabar com as gracinhas de Anthony e receber por essa aposta.
Violet acabará em meus braços.
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Até Que Sejamos Um - Livro 1.
RomanceEm andamento. "Na minha cabeça, nós nos pertencemos, e eu não posso ficar sem você. Por que não consigo encontrar ninguém igual a você? Eu não consigo dormir mais..." Violet Corsant uma mulher dona de si, determinada e forte. Aos 13 anos, depois da...