• VIOLET
(...)
- Vamos resolver isso, Violet. Precisamos entrar em acordo para essa situação.
Arqueei minha sobrancelha.
Não estava entendendo o motivo da formalidade, isso daqui não é uma reunião de negócios.
- Precisamos deixar claro alguns pontos que... - ele mexia em alguns papéis na mesa.
- Phillip! - chamei e esperei ele me olhar - O que está acontecendo com você? Não estamos em uma reunião decidindo o futuro de uma empresa. Acho que vamos resolver nossa situação. - coloquei as mãos na mesa e o olhei.
Aquilo me sufocava, quando eu achava que estávamos bem, alguma coisa acontecia e fazia com que voltássemos para trás.
- Não é tão simples quanto parece.
- O que não é simples, Phill? Você precisa me falar para que fique fácil para nós dois. Até onde sei, um problema só existe quando é comunicado. - suspirei.
- Isso, Violet! Essa situação que precisamos resolver todas as vezes que alguma coisa acontece.
- E o que necessariamente nos leva a essa situação, Phillip? Não consigo achar uma solução para isso... E se você quer que isso dê certo como eu quero, precisamos achar a causa do problema de agora, Phillip...
Acho que essa frase saiu suplicante, embora não fosse. Só não aguento mais esse tipo de situação.
- E-eu estou tentando te ter como eu posso, Phillip. Eu tento te entender e ser compreensiva a respeito de tudo com você, mas essa instabilidade me sufoca. Não quero que você se sinta obrigado a ter algo comigo, mas... - apertei meus dedos e respirei fundo. - Mas você percebe que isso é confuso? Nós estamos aqui, discutindo e tentando resolver uma coisa que nem existe, uma coisa que não é concreta... - olhei para seu rosto - Eu só quero que você seja sincero comigo.
O clima tinha mudado, sentia uma onda tensa no espaço e isso é ruim.
- Eu tenho medo. - foi o que ele disse depois de segundos em silêncio, permaneci quieta dando espaço para ele continuar. - Eu sinto que não sou suficiente para você, sinto que tudo que eu vivi vai prejudicar você. Sabe como eu fico sabendo que há um fardo sob você? Um fardo que te colocaram... Eu tenho medo de te deixar cansada com isso, Violet. Desde o dia que me bati com você naquela rua, eu senti que você é especial. E eu sinto que não passo isso para você. O quanto sou grato por te ter...
- Pare de falar isso, Phillip. Você não é o coitado que vai ser salvo. Todos temos problemas, alguns que realmente nos privam de momentos bons, mas... Olhe tudo que já fizemos, Phillip! Você faz com que todos os momentos sejam especiais... Até aqueles que envolvem lama. - lembro da cena na nossa viagem. - Entenda isso, Phillip. Não deixe o medo acabar com isso. Eu gosto de você, e muito. - digo agarrando sua mão e apertando. - E eu só quero me resolver com você...
- Certo. Desculpe. Tudo isso é só medo. E novo para mim, ninguém mexeu tanto comigo como você, não quero te cansar. - ele mexe em algumas coisas na mesa. - Não quero deixar você sufocada ou algo do tipo, mas quero que compreenda o meu lado, como fiz com você. - ele disse firme. - Não sou coitado, de fato, mas infelizmente penso mais em você do que em mim. -meus ombros caem e sinto culpa por ter interrompido. - Pensarei mais a respeito dos meus sentimentos e os que envolvem o seus. Só quero... ficar bem com você novamente. - ele passa as mãos no cabelo e me olha.
Sinto que avançamos novamente, um passo de cada vez, ás vezes indo, ás vezes vindo. Mas sempre buscando um único caminho.
- Tudo bem... - digo levantando para sentar no seu colo. - Estamos bem? - passo a mão no seu cabelo quando ele assente - Precisa me dizer mais alguma coisa?
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Até Que Sejamos Um - Livro 1.
RomanceEm andamento. "Na minha cabeça, nós nos pertencemos, e eu não posso ficar sem você. Por que não consigo encontrar ninguém igual a você? Eu não consigo dormir mais..." Violet Corsant uma mulher dona de si, determinada e forte. Aos 13 anos, depois da...