CHAPITRE NEUF

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ºVIOLET CORSANT

NOVA YORK

Não conseguia me mexer.

Eu estava de novo naquela cena. Naquela cama.

Estava sentido sua mão passando pelo meu corpo. Ouvia a risada de Suzan.

Aquela sensação de impotência estava em todo meu corpo. Não conseguia falar. Não conseguia me mexer. Não conseguia abrir o olho.

Até que eu senti. Senti aquilo que fez meu corpo pular da cama, totalmente molhado, tanto de suor, quanto de lágrimas. Ofegante. Com o coração acelerado.

Merda. Merda. Merda!

Tentei respirar, mas não conseguia. Meu corpo estava doendo, sentia o tremor nele.

Inspira, expira. Inspira, expira. Inspira, expira.

Fiz isso diversas vezes até me sentir melhor. Esses sonhos estavam afastados da minha mente há muito tempo. Quase um ano, para ser exata. Esses sonhos aparecem do nada, como se me lembrasse o que aconteceu quando está tudo melhorando.

Respirei fundo e me deitei no sofá novamente que já estava frio e me encolhi com os olhos abertos. Nada naquele momento poderia me deixar bem. Meu desejo é ficar assim o resto do dia. Toda minha força se foi e meu dia mal tinha começado. Hoje não era um bom dia para ficar assim.

Quando você está na merda, sua cabeça faz com que tudo fique pior. Além de lembrar daquela dor causada, outros "flashs" são jogados.

"As pessoas gostam de você pelo que você tem, pelo sobrenome que carrega. Você não passa de uma diversão. Você é terrivelmente irritante, entediante. Mereceu tudo que aconteceu."

Fechei os olhos sentindo as lágrimas caindo de novo, cada vez mais forte. Preciso dormir mais um pouco, só isso...

Acordei novamente em cima da hora. Levantei me arrastando para o banheiro e fiz minha higiene matinal sem muita pressa. Vesti minha calcinha e sutiã de coraçõezinhos, logo depois passei hidratante e um perfume mais forte do que o de costume. Não estava com cabeça - nem paciência - para procurar uma roupa mais arrumada. Escolhi uma calça bege que estava bem na frente das minhas roupas, uma blusa branca de manga comprida já que estava fazendo um pouco de frio (e provavelmente ficaria pior), calcei um salto não muito alto branco e abri a outra parte do guarda-roupa em busca de meu sobretudo da mesma cor da calça.

Peguei meu celular e vi a mensagem enviada a 5 minutos na tela de bloqueio.

"Estou a sua espera."

Suspirei e me olhei no espelho. Eu precisava de algo nessa cara. Passei um pouco de base e corretivo, pó compacto e um batom clarinho nos lábios. Melhor que nada.

Peguei minha bolsa e saí de casa. O elevador estava vazio, agradeci internamente. Me encostei no canto do elevador e fechei os olhos. Nada naquele momento podia confortar meu peito e tirar toda aquela sensação.

Assim que as portas abriram saí do prédio procurando por Phillip. Vi o mesmo encostado em um carro branco com as mãos no bolso da calça social azul. Uau, uma cor diferente. Fui em sua direção em passos rápidos. Ele percebeu minha aproximação e olhou para o relógio no pulso.

- Já estava quase subindo para ver o que tinha acontecido com a madame. - Diz me olhando da cabeça aos pés. Acho que não arrumei o meu cabelo direito.

- Bom dia para você também. Desculpa. - Disse já do seu lado olhando para a rua já movimentada.

- Você comeu? Se não, podemos comer perto da empresa. - Disse abrindo a porta do carro para eu entrar. Que porra está acontecendo?

Até Que Sejamos Um - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora